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sábado, julho 19, 2025

Errar rápido é bom. Corrigir com dados é melhor ainda! 

TecnologiaErrar rápido é bom. Corrigir com dados é melhor ainda! 


No cenário corporativo atual, marcado por rupturas tecnológicas, transformações aceleradas e consumidores cada vez mais imprevisíveis, cometer um erro rápido não é mais tabu e se tornou tático. Mas o verdadeiro salto da mentalidade está acontecendo além da velocidade.

O novo nível C entende que não basta falhar rapidamente, é necessário aprender rapidamente e com precisão. E isso só é possível quando os dados se tornam protagonistas da tomada de decisão. Quando cada falha não é mais um buraco no caminho e se torna um ponto de leitura do terreno.

A máxima “FAIL FAST, Learn Foss”, que nasceu nos ecossistemas de startups do Vale do Silício, infiltrou o vocabulário de grandes empresas como uma maneira de contornar a rigidez paralisante das estruturas tradicionais. Mas a verdade é que muitas organizações se agarram a “cometer um erro” e esquecer de “aprender melhor”. Resultado? Eles repetem falhas sem refinamento, multiplicam erros sem inteligência, usando o fracasso como se fosse um troféu de inovação.

Rápido errado não é suficiente, você precisa aprender melhor. Sem ele, o fracasso se torna hábito, não inovação. (Imagem: Andrii Yalanskyi/Shutterstock)

E, de fato, o valor nasce apenas da correção baseada em correção. De acordo com um estudo da McKinsey, as organizações que combinam experimentação ágil com análises estruturadas têm 2,5 vezes mais chances de se destacar no mercado. Ou seja, o teste é apenas metade da equação. A outra metade está na maneira como você o interpreta, aprende e age com o que você mediu.

É aqui que a nova fronteira da liderança é projetada: os dados não são mais um suporte para justificar as decisões, elas são a base de escolhas relevantes. A era do instinto como o principal ativo do líder está chegando ao fim. Não porque o instinto não tenha valor, mas porque, em um mundo de alta complexidade, não é suficiente.

Um estudo da CB Insights apontou que 42% das startups falham porque não resolvem um problema real do cliente, ou seja, testaram idéias, mas ignoraram os sinais do mercado. Eles cometeram um erro, sim, mas sem usar os dados como bússola, falharam onde poderiam ter se reinventado.

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Casos como a Netflix ilustram claramente essa virada estratégica. Percebendo que o modelo de entrega de DVD estava perdendo força, a empresa não apostou em nenhuma intuição. Ela mergulhou nos dados de comportamento do usuário, analisou as tendências do consumidor e fez tudo com base em evidências.

Netflix é um exemplo de como a análise de dados pode gerar resultados positivos (Imagem: Skorzewiak/Shutterstock)

Não foi apenas a percepção de uma queda na demanda que motivou mudanças no streaming, mas uma combinação de métricas detalhadas: tempo médio de visualização, preferências de gênero, padrões de retorno de DVD e até sugestões não atendidas em suas pesquisas. Com isso, a Netflix não apenas antecipou o movimento do mercado, mas o moldou.

As empresas que aspiram a inovação sustentável precisam refletir esse modelo. A Netflix não teve êxito apenas porque era ágil, mas porque sua agilidade era guiada por evidências concretas e não por realizações. Essa é a diferença entre correr no escuro e correr com um mapa detalhado na mão. Em vez de ser levado por tendências efêmeras ou decisões baseadas na hierarquia, as organizações devem cultivar uma cultura em que os dados não são apenas coletados, mas também interpretados, compartilhados e transformados em ação.

Não é de admirar que empresas como Amazon, Spotify, Livre Market e Nubank construíram seus diferenciais competitivos em uma infraestrutura de dados robusta, testes e validação contínua. Eles sabem que a intuição tem data de validade. E que o mercado pune a teimosia analógica em um mundo digital.

Mais do que coletar dados, as organizações devem interpretá -los, compartilhá -los e transformá -los em ação (Imagem: Nicoelnino/Shutterstock)

Porque, no final, cometer erros reduz rapidamente o custo da falha, mas está correto com dados que aumentam o valor do acerto. A mentalidade vencedora não é aquela que glorifica o risco, mas quem sabe como medi -la, reduzi -la e extrair informações estratégicas.

A liderança do século XXI não é feita de certezas absolutas, mas de sistemas de aprendizado real. O líder não é mais o que ele sabe, é o que ele sabe pedir melhor, medir com mais precisão e agir em sinais, não suposições.



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