Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE) lança um alerta para o futuro da seguridade social brasileira. As projeções, conduzidas pelo economista Rogél Nagamine, indicam que o país pode enfrentar um crescimento de 36% no número de aposentados Até 2060, comparado ao total registrado entre 1989 e 2024.
A estimativa de Fipe é que, entre 2025 e 2060, o esquema geral da Seguridade Social (RGPS) concede cerca de 47,7 milhões de pensões, um salto preocupante diante das limitações fiscais e a estrutura atual do sistema de seguridade social.
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O envelhecimento da população acelera a pressão sobre os aposentados e o sistema de seguridade social

A mudança demográfica é um fator central para o crescimento da aposentadoria
O principal fator por trás dessa projeção é o envelhecimento acelerado da população brasileira. De acordo com dados de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a porcentagem de idosos no país deve dobrar, de 10% em 2008 para 20% para 2032.
Esse processo afeta diretamente o número de aposentados e aumenta a pressão no sistema de seguridade social, que depende das contribuições da população economicamente ativa para permanecer sustentável.
O Brasil terá mais trabalhadores aposentados e menos contribuintes
O relacionamento entre aposentados e trabalhadores ativos diz respeito ao equilíbrio do sistema
Com o aumento da expectativa de vida e redução da taxa de natalidade, o Brasil será cada vez mais aposentado e menos trabalhadores para contribuir com o sistema. Essa mudança compromete o equilíbrio financeiro da Seguridade Social, que hoje funciona com base no simples regime de detalhamento.
A expansão da cobertura do Seguro Social aumenta o crescimento no número de aposentados
A formalização e inclusão fortalece a rede de proteção para aposentados
Além do envelhecimento da população, o crescimento do número de aposentados também é impulsionado pela expansão da cobertura do Seguro Social nas últimas décadas. A formalização do trabalho, o fortalecimento da Rede de Proteção Social desde a Constituição de 1988 e a inclusão de categorias como microentreepresores individuais expandiram o acesso aos benefícios.
Além disso, diferentes regras para trabalhadores rurais e categorias especiais contribuíram para o aumento das concessões de aposentadoria. Esse avanço na cobertura é importante para a proteção social, mas também aumenta os custos do sistema de seguridade social.
Especialistas defendem reformas para proteger os aposentados de 2027
Os ajustes nas regras visam garantir a sustentabilidade e os direitos dos aposentados
Dado o cenário, os especialistas recomendam que o Brasil comece a discutir novas reformas de seguridade social já em 2027, concentrando -se na correção de distorções, ajustando as regras de acesso e contribuição e garantindo a sustentabilidade do sistema sem prejudicar os direitos dos aposentados.
As reformas devem preservar os benefícios para os aposentados mais pobres
A garantia mínima de valor é essencial para os aposentados em uma situação vulnerável
Apesar da necessidade de mudança, há consenso de que o valor mínimo do benefício – atualmente um salário mínimo – deve ser mantido para proteger os aposentados em uma situação de maior vulnerabilidade social.
A sustentabilidade da Seguridade Social exige o saldo fiscal para atender aos aposentados

Os aposentados representam uma parcela significativa dos gastos públicos
O aumento do número de aposentados implica maior pressão nas contas públicas. Sem equilíbrio fiscal adequado, o sistema de seguridade social pode comprometer investimentos em outras áreas essenciais, como saúde e educação.
Considerações finais: o futuro dos aposentados depende de medidas urgentes
O Brasil precisa agir rapidamente para garantir que o crescimento dos aposentados não comprometa a sustentabilidade da seguridade social. As reformas da Seguridade Social bem planejadas que respeitam os aposentados são fundamentais para o equilíbrio do sistema de longo prazo.
Somente com ajustes adequados será possível garantir que o sistema continue a cumprir seu papel de proteção social e oferecer condições decentes de vida aos aposentados brasileiros.