“Ainda não senti alívio”: o sobrevivente brasileiro da tragédia do bonde em Portugal, o estudante Edlanea Ferreira, escolheu o Porto, em Portugal, para fazer seu mestrado em ciências gastronômicas na Universidade de Porto há três anos. Na época, ele optou pela cidade por ser mais barato que a capital e a facilidade da linguagem. O cenário, no entanto, mudou. Se ele considerou o país acessível, nos últimos dois anos, ela notou o aumento das despesas, especialmente com a habitação. “Quando cheguei, recebi um quarto por 290 euros por mês. Hoje não é por menos de 400. O aumento foi muito grande”, diz ele. Asse o aplicativo G1 para ver as notícias reais e gratuitas. Este é um desafio enfrentado por muitos estudantes brasileiros. De acordo com dados da investigação sobre o registro de estudantes registrados e de pós-graduação do ensino superior (ARIDES), a Direção Geral para Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), 18.771 brasileiros estão matriculados em universidades portuguesas, das quais 11.074 residem no país. Como Ferreira, Ayla Amaral percebeu o aumento significativo dos preços dos quartos em Portugal. Com a ajuda de um gatinho, ela desembarcou em Coimbra em outubro de 2024 para estudar um mestrado em comida e viu uma mudança significativa no valor dos aluguéis. Quando ele chegou, ele pagou 250 euros por mês em uma sala e até compartilhou uma casa com mais quatro pessoas. Atualmente, segundo ela, não há mais quartos por menos de 300 ou 350 euros. Depois de muito procurar e conseguir um emprego em sua universidade, ela escolheu morar em um Micro -Space, onde paga 400 euros por mês de aluguel. “Eu escolhi não dividir, mas isso compromete muito minha renda”, diz ele. Aumento constante nos últimos anos, de acordo com o mais recente relatório do Observatório de Acomodação de Estudantes – uma plataforma que promove a transparência no mercado de aluguel para estudantes universitários – publicada no início de julho, o preço médio do aluguel por um trimestre em Portugal é de 415 euros por mês (aproximadamente R $ 2.633). O valor é 5,5% maior que o cobrado nos últimos 12 meses. Em julho de 2024, o aluguel médio de uma sala era de 397 euros por mês. Já no mesmo mês de 2022, ele estava em 275 euros. “O preço da acomodação para todos, principalmente para estudantes de ensino superior, aumentou de fato. O preço médio de um aluguel é de 500 euros, ou seja, mais da metade do salário mínimo nacional”, diz Pedro Neto Monteiro, presidente da Federação Acadêmica de Lisboa (FAL). Atualmente, o salário mínimo no país é de 870 euros. Na capital, o preço médio de um aluguel de quarto é de 500 euros, mas em alguns bairros pode atingir até 714 euros por mês, de acordo com o Observatório de Acomodação de Estudantes. No Porto, os quartos custam cerca de 400 euros, em Braga, 323 euros e em Coimbra, a média é de 280 euros. Caro Alojamento X Power Power Student Kaio Jesus, 24 anos, escolheu a cidade de Coimbra para estudar enfermagem há três anos. Desde que chegou, notou um aumento significativo no custo de vida, especialmente em relação à habitação. Na época, ele foi selecionado para morar em uma residência de estudantes, onde atualmente paga 100 euros por mês em um quarto duplo – quando o valor chegou era de 67 euros. “Eu sigo a subida dos preços e hoje morando fora da residência da universidade já se tornou inviável”, diz ele. Segundo ele, essa diferença no valor da acomodação, mesmo pequena, pesa o orçamento. Como não pode funcionar, porque o curso tem vários horários, ele diz que qualquer valor faz a diferença. Mesmo tendo um dormitório na universidade, ele ressalta que seu custo mensal ainda é alto, pois paga uma taxa mensal de 550 euros, além de outras despesas. “Tenho ajuda dos meus pais e trabalho no fim de semana como centro de futebol para complementar a renda”, diz ele. Ele também ressalta que, para estudantes estrangeiros da França, Irlanda, Alemanha e tem mais poder de compra, não é um problema pagar caro por uma sala. “Atualmente, a Coimbra se tornou muito multicultural. Cada dez estudantes têm pelo menos dois estudantes internacionais europeus”, diz ele. O professor Pedro Simão, administrador de serviços de ação social da Universidade de Lisboa, explica que o aumento dos preços dos quartos está ligado à baixa oferta de imóveis. Segundo ele, Portugal se tornou um destino muito procurado. “São cidades com a crescente demanda turística e trabalhadores migrantes, o que torna a moradia mais cara”, ressalta. Esse cenário afeta diretamente a permanência dos alunos nas universidades do país. “É claro que as famílias em condições socioeconômicas mais vulneráveis, torna -se muito difícil, em algumas vezes impossível, suportar a frequência de seus filhos no ensino superior”, diz Monteiro. Os estudantes locais x custos estrangeiros são sentidos de perto por Lisandra Gonzaga, 30 anos, que chegaram ao Porto há duas semanas para participar de um mestrado em ciências gastronômicas. O aluno teve que adiar os planos de ir para Portugal devido aos altos preços. “Comecei a pesquisar em 2020 e, desde então, as coisas inflaram muito”, diz ele. Para reunir o valor necessário, foi para a França trabalhar como babá e só agora conseguiu iniciar os estudos. Ainda sem uma sala permanente, ele alugou um espaço temporário. “O valor que estou pagando é em média [450 euros]Mas eu gostaria de encontrar um espaço para cerca de 100 euros, pelo menos, pelo menos “, diz ele. Euros. O custo mais alto pesa muito “, explica ele. Segundo Higor Cerqueira, o criador da Formação Portugal, Comunicador e Especialista em Educação Internacional, a diferença no valor das mensalidades entre os estudantes portugueses e os estudantes estrangeiros, que são diretamente vinculados à forma de entrada da universidade. Cursos de graduação e mestrado integrado
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