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quarta-feira, julho 23, 2025

Brasil pode retaliar os EUA com tarifas? Existe respaldo jurídico? E força econômica? Entenda

EconomiaBrasil pode retaliar os EUA com tarifas? Existe respaldo jurídico? E força econômica? Entenda




Os especialistas avaliam que, se o Brasil impõe taxas equivalentes, as empresas americanas que dependem da importação de produtos brasileiros, como café ou aeronave, também serão impactados. Lei de reciprocidade: entenda o texto citado por Lula para responder à tarifa de Trump, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta -feira uma taxa de 50% em produtos brasileiros. A nova taxa está programada para entrar em vigor em 1º de agosto. Em resposta, o Presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil é um país soberano e citou a Lei de Reciprocidade Econômica, que autoriza a adoção da contratada diante da retaliação comercial externa. Mas o que é essa lei da reciprocidade econômica? O Brasil tem apoio legal ou força econômica para aplicar taxas equivalentes? Isso traria ainda mais danos? O G1 conversou com especialistas e explica abaixo: Qual é a lei da reciprocidade econômica? O Brasil tem força econômica para aplicar taxas equivalentes? A venda de produtos para outros países é uma solução? Os brasileiros podem perder empregos por causa de tarifas? O presidente dos EUA, Donald Trump, vence McNamee / Getty Images America / Getty Images via AFP 1. O que é a lei de reciprocidade econômica? A lei nº 15.122, também identificada como a “Lei de Reciprocidade Econômica”, permite que o governo brasileiro adote medidas de retaliação contra países ou blocos econômicos que aplicam barreiras comerciais, legais ou políticas contra o Brasil. Isso significa que, legalmente, o Brasil pode responder proporcionalmente quando é alvo de medidas comerciais desleais de outros países, como tarifas abusivas, barreiras comerciais ou sanções econômicas. Na prática, a lei atua como um instrumento de defesa econômica. Em outras palavras, se um país impõe altas tarifas ou restrições às exportações brasileiras, o Brasil tem uma base legal para se retirar com medidas semelhantes. As respostas podem ser: sobretaxa na importação de bens e serviços; Suspensão de acordos ou obrigações comerciais. Essas medidas devem ser proporcionais aos danos causados, buscando proteger os interesses nacionais diante de práticas comerciais, financeiras ou de investimento consideradas unilaterais, abusivas ou injustas por outros países. Saudada pelo Presidente Lula em abril deste ano, a lei foi aprovada por unanimidade no Congresso Nacional. Com a nova lei, o Brasil é legalmente apoiado para reagir com medidas equivalentes: aumentar as taxas de importação para produtos americanos; Suspender cláusulas de acordos comerciais bilaterais; Em situações excepcionais, interrompe o reconhecimento de patentes ou pagamento de royalties a empresas ou cidadãos dos EUA. Essas ações visam proteger o mercado doméstico e restaurar o equilíbrio nas relações comerciais consideradas assimétricas ou hostis. A situação criada por Trump se encaixa perfeitamente nas hipóteses contempladas pela lei e deve gerar medidas para compensar quaisquer perdas previstas pela sobretaxa. Retornar ao índice. 2. O Brasil tem força econômica para aplicar taxas equivalentes? Os especialistas ouvidos pelo G1 apontam que o Brasil tem força para responder, mas não semelhante à da China – que possui uma das maiores economias do mundo. Produtos como petróleo, aço, café e carne bovina lideram as exportações do Brasil para os EUA. Por outro lado, o Brasil importou mais produtos americanos do que exportados para os americanos. “Os EUA ainda são nosso segundo maior parceiro comercial, mas estão perdendo terreno nos últimos anos. Portanto, se houver retaliação, isso pode afetar o crescimento econômico, a inflação e o interesse, o que pode levar mais tempo”, explica Sérgio Vale, um economista associado de MB. “Dada a maneira como Trump conduziu essa medida, com forte viés político, é difícil imaginar que o Brasil não reagirá. E os EUA também sentirão os efeitos: as empresas americanas que importam café, aviões e outros produtos brasileiros devem pressionar o governo dos EUA”, acrescenta o especialista. Para os brasileiros, um cenário provável é que as empresas brasileiras que dependem das exportações dos EUA sofrem reestruturação de curto prazo. “Essas empresas terão que repensar se faz sentido um grande esforço de exportação para a economia americana ou se faz mais sentido começar a procurar outros mercados”, diz Vale. Para o economista Alfredo Trindade, embora o Brasil tenha um apoio legal para retaliar as tarifas impostas pelos EUA, a força econômica para apoiar essa retaliação sem gerar danos internos é limitada. Segundo ele, uma guerra comercial com os EUA pode trazer mais perdas do que ganhos para o Brasil, aumentando os custos, afetando a competitividade dos setores industriais e gerando incertezas que desencorajam o investimento. Além disso, a dependência brasileira de insumos importados dos EUA, como máquinas, combustíveis e produtos químicos, torna o país vulnerável aos efeitos colaterais da retaliação tarifária. Uma guerra comercial com os EUA pode custar, gerar inflação e desencorajar investimentos. A saída mais inteligente é buscar soluções diplomáticas e multilaterais. Retornar ao índice. Posts do Presidente Luiz Inacio Lula da Silva sobre Sovereanidade. Reprodução/Instagram 3. A venda de produtos para outros países é uma solução? De acordo com Carla Beni, economista e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), Trump frequentemente adota uma estratégia bem conhecida: fazer ameaças agressivas e depois negociar. Ela ressalta que a tributação de Trump não tem problemas econômicos ou mesmo comerciais envolvidos. Isso ocorre porque o Brasil tem déficit comercial com os americanos, pois nosso país importa mais do que exportações para os EUA. “Trump disse que as taxas que se aplicariam seriam compensar o equilíbrio comercial contra países onde há um déficit. Isso não prossegue para o Brasil”, diz o especialista. O professor explica que o Brasil exporta petróleo bruto, petróleo, partes de aeronaves, suco de laranja, café, mel, entre outros para os EUA. As importações incluem produtos com alto valor agregado, como iPhones, máquinas e equipamentos. “O Brasil compensará esses produtos que vêm aqui? Esse é o ponto”, pergunta o professor. “Essa estratégia de Trump já é uma guerra antiga. Todo mundo sabe que ele joga para deixar o outro lado estressado e depois chamá -lo para falar. Isso interessa aos EUA 50% do café que o americano tem todos os dias? Porque ele precisa do nosso café”, acrescenta Carla Beni. Outro ponto destacado pelo especialista é que, se os EUA pararem de comprar nossos produtos, o Brasil poderá vender para outros países. “Se não estamos vendendo café para os EUA, ele está cheio de outras opções para vender nosso café”, acrescenta. Retornar ao índice. 4. Os brasileiros podem perder empregos por causa de tarifas? Especialistas apontam que é muito cedo para dizer que a aplicação de tarifas pode causar demissões no mercado de trabalho. Cada setor possui sua própria dinâmica e empresas exportadoras podem simplesmente redirecionar a produção para o mercado doméstico ou outros países. “Você não precisa imaginar imediatamente que ele renunciará. Não há nada que justifique a renúncia. Pelo contrário, podemos até ter um volume maior de produtos vendidos aqui e talvez diminuir o preço e aumentar a demanda”, explica Carla Beni. Para o economista Sérgio Vale, pode haver um impacto no setor industrial de curto prazo, especialmente nos principais exportadores. No entanto, é o caso de reorganizações ou ajustes oportunos. “Minha impressão é que será um impacto diluído ao longo do tempo, sem causar grandes mudanças na taxa de desemprego ou no mercado de trabalho como um todo”, acrescenta o especialista. Finalmente, o economista alerta que você não pode trabalhar pensando que é momentâneo. Isso ocorre porque Trump é muito “instável” e com ele no poder pelos próximos quatro anos, você não pode ter previsibilidade ou boa vontade. Retornar ao índice. Infográfico – Entenda a taxa de 50% anunciada por Trump para o Brasil e o relacionamento econômico com os EUA. ART/G1 Leia mais quais setores brasileiros a maioria perde com as tarifas da New Trump Tarifas: veja os melhores itens de venda do Brasil para a tarifa dos EUA de 50%: o Brasil enfrenta a maior taxa entre os países notificados por Trump; Veja Trump List anuncia 50% de tarifas sobre produtos brasileiros. Lula reage e diz que adotará a lei de reciprocidade Trump limita comentários sobre a rede social após comentários de brasileiros



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