O Brasil enfrenta uma encruzilhada fiscal com potencial impacto bilionário. Um estudo do CLP (Centro de Liderança Pública) revelou que o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) gastos em aposentadoria e o benefício contínuo (BPC) pode aumentar até R $ 600 bilhões até 2040Se o país não avançar com um novo reforma da pensão ou com mudanças nas regras dos benefícios de atendimento.
O alerta surge em um cenário demográfico desafiador, marcado pela combinação de queda na taxa de natalidade e um aumento significativo na longevidade da população brasileira. A projeção é que a despesa total com esses benefícios representa 8,3% do produto interno bruto (PIB) Em 2040 – um salto de quase 28% em comparação com o nível atual.
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O envelhecimento acelerado pressiona o orçamento público

Uma inflexão demográfica sem precedentes
O PLP define a situação brasileira como um “dupla inflexão histórica“A população brasileira não está apenas envelhecendo rapidamente, mas deve começar a diminuir nos próximos anos. Essa transformação compromete diretamente a relação entre os contribuintes ativos e os beneficiários, pressionando o regime da seguridade social.
De acordo com a nota técnica, o número de pessoas com mais de 65 anos crescerá significativamente. O Ibge estima que este grupo representará 18% da população até 2040, subindo para 20% até 2045. A conseqüência direta é o aumento da demanda por pensões, BPC e, paralelo, para os cuidados de saúde.
O problema piora porque, mesmo com reajustes abaixo da média histórica e Sem expansão no telhadoO impacto fiscal será expressivo. Isso significa que, mesmo com a contenção em aumentos, a tendência é aumentar a despesa, dependendo da composição etária da população.
A pressão sobre a saúde e a educação expande os desafios
Crescimento dos custos de SU
Além da seguridade social, o sistema de saúde também sentirá os efeitos da nova estrutura demográfica. O estudo ressalta que a despesa do SUS (sistema de saúde unificado) com a população idosa deve exceder 4,2% a 7,5% do PIB Até 2045. Isso se deve principalmente ao aumento de doenças crônicas, hospitalizações de longo prazo e necessidade de atendimento contínuo após 75 anos.
O envolvimento da família, especialmente as mulheres, como cuidadores informais também se preocupa. Esse papel pode comprometer a participação feminina no mercado de trabalho, expandindo o impacto socioeconômico do envelhecimento.
A queda na demanda por educação pode gerar economia
Por outro lado, o Brasil terá uma oportunidade tributária na área de educação. Com a taxa de fertilidade apenas em 1,47 filho por mulherO número de estudantes no sistema educacional deve cair Cerca de 20% até 2040.
Esta redução pode Libere até 1 ponto percentual do PIB em gastos públicos, sem preconceito à qualidade. Pelo contrário: o PLP sugere que a menor demanda pode permitir Aumento do investimento por alunodesde que o país possa superar as barreiras legais e políticas que hoje ligam recursos obrigatórios para a educação, independentemente da necessidade.
Nova reforma da seguridade social se torna inevitável
Do debate político à urgência tributária
A última grande reforma de pensões foi aprovada em 2019, com mudanças significativas nas regras de aposentadoria. No entanto, de acordo com o PLC, o avanço demográfico requer um Nova rodada de ajusteso que não é mais uma escolha política para se tornar um necessidade fiscal.
As propostas de estudo envolvem três eixos principais:
1. Consolidação fiscal de crosta
O país precisa de um Modelo fiscal sustentávelcom regras confiáveis e previsibilidade para reduzir riscos e atrair investimentos.
2. Políticas de produtividade
Com a redução da força de trabalho jovem, é necessário investir em infraestrutura, qualificação profissional e abertura comercial para aumentar o Produtividade econômica.
3. Pacto federativo eficaz
A redistribuição de responsabilidades entre união, estados e municípios pode evitar sobrecargas desiguais e tornar o gerenciamento de recursos mais eficiente.
No entanto, o próprio PLC reconhece que Nenhuma reforma isolada será suficiente Para resolver o problema fiscal. Será necessário revisar as regras constitucionais, reorganizar os gastos públicos e revisar as políticas setoriais, especialmente em saúde e educação.
Caminhos para saúde e educação

Reorganizar o SUs para servir os idosos
A proposta de CLP na área de saúde envolve o fortalecimento de Cuidados primários integrados ao atendimento crônicocom foco na prevenção e manutenção da saúde da população idosa. A entidade também defende a adoção de Modelos de compensação de qualidadee não apenas para o volume de procedimentos realizados.
Também propõe maior eficiência em compras públicaso que poderia reduzir custos e melhorar o uso dos recursos existentes.
Melhor alocação de recursos na educação
A diminuição do número de estudantes deve ser acompanhada por um melhor alocação de recursos educacionais. Isso requer ajustes às regras que vinculam porcentagens fixas do orçamento à educação, geralmente esfriam com a necessidade real.
Se for bem implementado, essa estratégia pode gerar economia relevante e até Melhorar o desempenho educacionalsem comprometer o fornecimento de ensino.
A escolha política definirá o imposto futuro
O estudo conclui com uma frase forte: “A demografia pode ser destino, mas a maneira de financiar continua sendo uma escolha política”. O Brasil, de acordo com o PLC, está enfrentando uma encruzilhada. Ou ajusta suas políticas para viver com uma população mais antiga e menos numerosa, ou enfrentará Restrições orçamentárias gravescom perdas diretas para a saúde, a educação e o próprio funcionamento do estado.
O reforma da pensão É apenas o primeiro passo de uma mudança estrutural mais ampla. O momento de atuação, alerta o estudo, é agora.
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