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segunda-feira, julho 21, 2025

Estudo de Harvard lista as 14 profissões que mais causam infelicidade

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Em um cenário em que o trabalho ocupa grande parte da idade adulta, uma pesquisa da Universidade de Harvard traz dados alarmantes: mais de 40% das pessoas se declaram infelizes no ambiente profissional.

O estudo, realizado em 2017, aponta as 14 profissões que geram mais descontentamento e analisam os fatores por trás dessa insatisfação.

Segundo os pesquisadores, a infelicidade não se restringe ao salário. Outros elementos, como a falta de perspectiva de crescimento, jornadas exaustivas, isolamento social e pressão constante, são decisivos na deterioração da saúde mental dos trabalhadores.

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14 Profissões mais infelizes, de acordo com Harvard

Profissões mais infelizes
Imagem: Freepik

Em seguida, confira a lista de profissões que, de acordo com o estudo, apresentam as maiores taxas de insatisfação entre os profissionais:

  1. Técnico de Farmácia;
  2. Engenheiro de Projeto;
  3. Professor;
  4. Auxiliar Administrativo;
  5. Caixa de supermercado;
  6. Diretor Geral;
  7. Analista de dados;
  8. Representante de atendimento ao cliente;
  9. Vendedor de varejo;
  10. Gerente de contas de vendas;
  11. Entrega;
  12. Motorista de caminhão;
  13. Segurança;
  14. Trabalhador noturno.

Essas funções têm em comum vários fatores que vão além da rotina exaustiva. A combinação de baixa apreciação profissional com altos níveis de coleta é uma das principais causas de doença psíquica.

Por que essas profissões geram tanta infelicidade?

Falta de apreciação e reconhecimento

Os trabalhadores que não se sentem valorizados por seus gerentes ou sociedade, mesmo desempenhando funções essenciais, tendem a ter altos níveis de frustração.

Professores e caixas de supermercados, por exemplo, geralmente enfrentam desrespeito, bem como salários abaixo da média nacional.

Jornada extensa e exaustiva

As profissões como caminhoneiro, entrega e trabalhador noturno envolvem longas viagens e tempos incompatíveis com a vida social e familiar. Esse fator compromete o descanso e a vida com os entes queridos, aumentando a sensação de isolamento.

Pressão e responsabilidade excessivas

Posições de liderança, como diretores e gerentes de contas, enfrentam pressão constante por resultados, objetivos e desempenho. Quando essa cobrança não é acompanhada de apoio emocional ou psicológico, ela pode desencadear distúrbios como ansiedade e esgotamento.

Poucas perspectivas de crescimento

As funções como assistente administrativo ou técnico de farmácia são, em muitos casos, consideradas “postagens finais”, com pouca ou nenhuma mobilidade ascendente. A estagnação contribui para a perda de propósito e desmotivação.

Trabalho repetitivo e mecanizado

A rotina altamente repetitiva, sem espaço para criatividade ou inovação, pode se esgotar emocionalmente. Este é o caso de profissões de varejo e caixa, que executam as mesmas tarefas por horas.

Saúde mental: o novo desafio das empresas

Para tentar suavizar a imagem do sofrimento psíquico, muitas empresas investiram em soluções, como aplicações de bem -estar, sessões de terapia on -line, palestras motivacionais e até convênios com psiquiatras. No entanto, essas iniciativas, embora positivas, não atacam a raiz do problema.

O que realmente pode fazer a diferença?

De acordo com o psiquiatra da USP, Jairo Bouer, “a saúde mental deve ser tratada seriamente, e isso implica repensar a forma como o trabalho é estruturado”. Para o especialista, o foco deve estar em repensar a jornada, os objetivos e o relacionamento entre empresa e funcionário.

“A produtividade não precisa depender da presença contínua de oito horas em um escritório. Mais liberdade para definir ‘quando’ e quanto ‘o trabalho pode melhorar o bem-estar”, diz Bouer.

Papel da flexibilidade na satisfação profissional

Adaptação ao ritmo biológico

Muitos trabalhadores produzem mais em determinados momentos do dia. Há aqueles que são mais produtivos pela manhã, enquanto outros trabalham melhor à tarde ou à noite. O ajuste da carga de trabalho ao ritmo biológico pode melhorar os resultados e reduzir a fadiga.

Horas mais curtas e distribuídas

Experimentos com semanas de quatro dias e 30 horas por semana mostraram bons resultados em países como a Islândia e o Reino Unido. Os testes mostraram maior produtividade, redução de ausências e melhora significativa no humor dos funcionários.

Autonomia e confiança

Permitir que os trabalhadores tenham autonomia sobre seus horários e entregas gera mais comprometimento. A lógica do controle absoluto está sendo substituído pela confiança e medição dos resultados, não por presença.

Conflito entre trabalho e vida pessoal

Profissionais com crianças pequenas enfrentam pressão adicional. A rigidez dos horários e a falta de empatia das empresas dificultam a conciliação de carreira e maternidade/paternidade.

“Trabalhos realmente flexíveis devem permitir adaptações de acordo com a realidade familiar e não o contrário”, reforça Bouer.

Essa incompatibilidade também é vista em trabalhadores noturnos cujos horários tornam impossível a vida social e familiar, impactando diretamente a saúde emocional.

Um novo modelo de trabalho é possível?

Segundo o psicólogo britânico James Davies, uma reestruturação do dia de trabalho pode ser a chave para o equilíbrio emocional da sociedade. Em uma entrevista com El CountryEle argumenta que:

“Estamos tratando sintomas com medicamentos, mas esquecendo de mudar as causas sociais da doença”.

Essa crítica é reforçada por pensadores como Byung-chul Han, que em Sociedade cansadaargumenta que a constante busca por desempenho e produtividade transformou o ser humano em um “projeto de eficiência” em detrimento do bem-estar.

Caminhos para mudança

profissões
Imagem: Hryshchyshen – Freepik

Empresas:

  • Avalie o clima organizacional com frequência.
  • Ofereça políticas reais de flexibilidade.
  • Invista em canais ativos de escuta e recepção emocional.
  • Metas e expectativas de reestruturação focadas na sustentabilidade.

Governo:

  • Incentive alternativas por meio de políticas públicas.
  • Supervisionando as condições de trabalho em funções com alta taxa de doenças.
  • Expanda as leis de proteção para profissões noturnas e operacionais.

Trabalhadores:

  • Reflita sobre seu relacionamento com o trabalho.
  • Procure apoio psicológico quando necessário.
  • Negocie mudanças com seus gerentes sempre que possível.
  • Priorize a saúde mental sem culpa.

Considerações finais

A infelicidade profissional não é uma questão individual, mas social. A pesquisa de Universidade de Harvard Ampla uma realidade que requer ação coletiva. Transformar o trabalho em um espaço de realização e não sofrimento é um desafio do século XXI – e começa com a escuta, o diálogo e a coragem de mudar.

Imagem: Freepik



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