Itaú Unibanco acabou de dar um passo importante em direção à transformação digital dos serviços financeiros. A instituição anunciou o lançamento de uma nova ferramenta baseada em inteligência artificial geral, focada exclusivamente em conselhos de investimento. Ao contrário de outras soluções já presentes no mercado, como assistentes virtuais genéricos ou robôs de sugestão de produtos, a proposta do banco é oferecer uma experiência completamente personalizada e contextualizada, moldada pelo histórico e perfil de cada cliente.
De acordo com Renato Cunha, diretor de produtos e soluções para investidores da Itaú Unibanco, “não conhecemos outra solução que coloca, na mão do cliente, uma IA que responde ao investidor de uma maneira hiper personalizada, com base em sua perfil, alocações e história em si e que o Banco e que ainda bebem na base de inteligência, com análise e recomendações, de recomendações.
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Fase pública e de teste inicial

A tecnologia será lançada inicialmente para cerca de 10.000 detentores de contas das categorias Uniclass e Personalizadas da segunda semana de junho. A seleção de usuários inclui principalmente aqueles com perfil de investimento ativo no aplicativo e não possui aconselhamento humano dedicado. O valor investido, entre R $ 50 mil e R $ 300 mil, é uma referência, mas não é critério de elegibilidade exclusivo.
Cunha afirma que o foco, neste primeiro momento, é observar o comportamento dos clientes diante das notícias. “Dependendo de como esses clientes se envolvem e se houver melhorias nas alocações com base nas recomendações da IA, lançaremos o produto para um público maior”, disse ele.
A expectativa do banco é que, até o final do ano, a ferramenta possa atingir cerca de 500.000 usuários. No entanto, essa expansão dependerá diretamente do nível de adoção, engajamento e evolução tecnológica do serviço.
Um consultor virtual sem nenhum custo extra
Um dos principais diferenciais da nova IA de Itaú é o modelo de remuneração: o serviço será oferecido sem taxas adicionais. Ao contrário dos conselheiros humanos, que geralmente têm comissões ligadas às suas recomendações, a nova ferramenta digital atua sem nenhum incentivo financeiro construído.
A proposta é replicar, em maior profundidade, o que já ocorre na jornada assistida pelo Super App do Banco, agora com mais interatividade. O cliente pode fazer perguntas sobre produtos, impostos e liquidez, expandindo sua autonomia com suporte técnico especializado.
IA e humanos: coexistência ou substituição?
Uma das questões mais debatidas com o anúncio da ferramenta é se ela substitui os 200 consultores de investimento humano da ITAU. Para Cunha, no entanto, a resposta é clara: ambos os modelos devem coexistir e até fortalecer um ao outro.
“Não vemos necessariamente espaço para menos consultores humanos. Com o tempo, podemos até incorporar a solução da solução na vida diária do especialista em investimentos. Para que ele possa usar a solução como co -piloto para responder a mais perguntas técnicas […] E gastar mais tempo para desenvolver relacionamentos com os clientes ”, afirmou.
Limitações e desafios do novo modelo
Apesar do grande potencial, a ferramenta ainda tem limitações, especialmente em situações que exigem interpretação real de tempo. Notícias recentes ou mudanças fiscais, como discussões sobre o aumento de IOF, ainda estão fora do escopo da IA.
“A solução ainda não pode dar sua opinião e conduzir conversas reais de tempo. Nesse caso, indicará ao cliente que não pode responder à pergunta. Ainda precisamos trabalhar nesse transbordamento de informações”, disse Cunha.
Além disso, a versão atual da IA é capaz de fornecer recomendações específicas para cerca de 50 produtos financeiros da ITAU Shelf. Outros ativos, como ações e fundos de terceiros, são abordados apenas de maneira técnica e superficial.
Estrutura de segurança e transparência
A preocupação com a segurança e a transparência orientou o desenvolvimento da ferramenta. De acordo com Carlos Eduardo Mazzei, diretor de tecnologia da Itaú, a solução foi construída em um conjunto rigoroso de diretrizes corporativas, garantindo conformidade e responsabilidade.
“Valorizamos a confiança por transparência e transparência da solução. Para o cliente tomar a decisão mais informada possível, isso trará muita explicação”, diz Mazzei.
Existe até uma equipe multidisciplinar encarregada de monitorar e auditar a operação da IA. Além disso, existem profissionais dedicados a testar os limites da ferramenta, tentando identificar comportamentos inadequados, corrigindo as rotas quando necessário.
O que acontece se algo der errado?

Um dos aspectos mais delicados das ferramentas automatizadas é a frustração dos usuários quando as recomendações não são eficazes. Ao contrário de um consultor humano, com quem o cliente pode dialogar e expressar insatisfação, a IA ainda tem limitações emocionais e comunicacionais.
Segundo o banco, os canais estão sendo implementados para monitorar e responder a feedbacks negativos. “Temos canais e seguimos os casos em que a avaliação da solução é negativa; portanto, em alguns episódios, como tentaremos entrar em contato com o cliente”, disse Cunha.
O futuro do consultivo digital
Apesar dos desafios, Itaú acredita que a IA generativa pode democratizar o acesso ao aviso de qualidade. A iniciativa sinaliza um movimento crescente no setor bancário de tornar os investidores mais acessíveis, inteligentes e seguros – sem custos adicionais.
A segunda fase da tecnologia deve expandir a variedade de produtos que podem ser abordados e incluir novos recursos de recomendação e interação. “Na segunda onda de lançamento dessa tecnologia, expandiremos essa gama de produtos nos quais a IA pode recomendar e responder perguntas, mas não sabemos quanto chegaremos ao final deste ano”, disse Cunha.
Com informações de: Valor investe