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segunda-feira, julho 28, 2025

Amazônia vive incoerência entre fertilizantes e preservação

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Vista dos Autózicos, na Amazon Tainã Mansani/DW, a densa floresta, os riachos e rios que fluem silenciosos nos arredores do município de Autazes, no estado das Amazonas, oculam fenômenos invisíveis à primeira geração. Um é o potássio, um mineral que pode ser encontrado no subsolo, com 800 metros de profundidade. O recurso usado como base para a produção de fertilizantes simboliza a promessa de reduzir a dependência do país de fertilizantes importados – especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Outro “fato invisível” é a complexa rede de ameaças econômicas, políticas e ambientais resultantes da exploração mineral. O potássio promete alavancar o agronegócio brasileiro. Mas, para removê -lo do solo, a empresa Potassium Do Brasil, uma subsidiária da Canadian Brasil Potash Corp, precisa perfurar áreas inteiras de florestas intocadas. Estima -se que acumule pelo menos duas pilhas de rejeitos com quase 80 milhões de metros cúbicos de resíduos descartados apenas sem uso posterior. O volume foi comparado à altura de dois edifícios de oito histórias. Cientistas e ambientalistas alertam que, com a remoção deste mineral do subsolo, áreas inteiras podem afundar. Nos arredores das instalações futuras deste projeto, a comunidade de povos indígenas de Lago voa e Urucurituba vive, que espera, desde 2003, a demarcação oficial de seu território pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Cerca de 200 famílias étnicas Mura estão em Soares Village. Conhecida por suas habilidades de navegação, o Mura indígena ocupa a região dos rios Madeira, Amazonas e Purus por pelo menos um século. “Nos pontos em que as perfurações já aconteceram, grande parte da floresta foi derrubada – e para garantir o acesso às áreas exploradas, precisará desmaiar ainda mais”, alerta Tuxaua (liderança tradicional) Filipe Gabriel, 27 anos. Dois anos atrás, ele está em guerra com o potássio no Brasil, a empresa responsável pelo projeto. Ele começou a enfrentar pressões internas, vendo líderes locais se alinhando com os interesses do Mininge e tem sido alvo de ameaças. O medo de Philip é que sua aldeia seja enterrada antes mesmo de ser oficialmente reconhecida como território indígena. Outro imbroglio no licenciamento é o fato de que as comunidades mais impactadas pelas futuras instalações do projeto não foram ouvidas, de acordo com as investigações do MPF Tainã Mansani/DW entre março e abril, o relatório da DW viajou autozes e áreas perto do município a cerca de 26 km a sudeste da capital da Amazônia. A rota é feita de carro, balsa e o último trecho, até o lago de Soares, com um pequeno navio local. Aqueles que navegam nos riachos de Autazes e em áreas próximos aos locais onde a empresa pretende implementar o projeto, podem se surpreender como Buffalo, cada vez mais presente na região, acabou em áreas cercadas por rios de correntes fortes e lagos profundos. Os animais dificilmente atravessavam os rios nadando. De acordo com o biólogo Lucas Ferrante, que opera no Centro de Gerenciamento e Operacional do Sistema de Proteção da Amazon (Censipam), há um processo de captura – uma posse de terra com títulos de propriedades falsas – com a introdução desses animais em certas áreas. A agarrar, de acordo com Ferrante, também fortalece o crime organizado, como o primeiro comando da capital (CCP). O biólogo acrescenta que os fazendeiros negociariam essas terras diretamente com o potássio do Brasil, pois não as adquiriram diretamente de outros povos indígenas. “Vemos uma organização criminosa operando em terras de terra, que até invadiu a região de Autazes, invadindo terras indígenas e espalhando búfalos nessas áreas griladas”, disse o Instituto Nacional de Pesquisa (INPA) à DW Brasil. “Estamos falando de uma articulação criminal organizada diretamente com o potássio no Brasil para obter acesso a áreas indígenas da Amazônia, o que agrava ainda mais. É uma empresa que realmente adquiriu esse caminho criminoso”, acrescentou. Questionado pela DW Brasil, o promotor da Amazonas disse que as investigações nesses casos são confidenciais. O relatório também procurou a empresa que o potássio fizesse Brasil para questionar se as acusações reconhecem, como tem sido a aquisição de terras para o projeto e como ele controla todos os estágios desse processo. A empresa não respondeu à solicitação de esclarecimento do relatório até a conclusão do assunto. Mas, de acordo com Ferrante, “o Brasil está abrindo uma das áreas mais conservadas, um dos últimos blocos de floresta intocada no meio da Amazônia, acelerando uma nova fronteira de desmatamento – e temos vários estudos publicados sobre isso – precisamente para facilitar a exploração”. Ferrante também aponta que sua equipe procura uma alternativa sustentável: o uso de microorganismos capazes de fixar o potássio no chão, o que pode fazer com que a forma atual de extração obsoleta de potássio em apenas dez anos. “Até que esse potássio comece a ser explorado, vá alguns anos e, até então, já teremos essa biotecnologia em mãos, que dispensa esse trabalho retrógrado que viola o direito dos povos indígenas e que ameaça a Amazônia através das ações do potássio neste Brasil neste território”, disse ele. Atualmente, o licenciamento controverso, a empresa avança com o projeto de extração de potássio do solo para a produção de fertilizantes químicos. O Brasil Potash Corp, ligado ao investidor Stan Bharti e Forbes & Manhattan, pretende explorar o potássio em mais de um milhão de hectares entre Autozes e Óbidos em Pará. Isso significa que a expansão deste projeto além dos arredores de Manaus pode ter impactos ambientais em uma grande área florestal na Amazônia, abrangendo vários estados. MAP, no entanto, desde 2015, o Serviço de Promotoria Pública investiga irregularidades no licenciamento ambiental do projeto, alegações de ameaças de morte, co -opção de líderes indígenas, assédio e compra de terras sob os arredores dos autozes. Anunciado no município por mais de dez anos, o projeto Brasil Potash Corp. Para construir uma mina de potássio já começou os trabalhos. Os moradores nos arredores de futuras instalações disseram à DW Brasil que há o movimento de navios e que parte da área começou a ser desmatada. No entanto, isso acontece sem as licenças do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Federal. Através da agência estadual Amazonas Environmental Protection Institute (IPAAM), a empresa obteve licenciamento ambiental fracionário, relata o advogado que representa a comunidade. Eles eram licenças individuais separadas para diferentes partes do projeto, como a construção de estradas e depósitos de rejeitos, em vez de uma licença emitida por Ibama. A DW Brasil entrou em contato com Ibama e questionou por que a agência não é responsável pelo licenciamento ambiental, considerando que é um projeto de interesse nacional. Em resposta, Ibama afirmou que é baseado no artigo 7 da Lei Complementar nº 140/2011, segundo o qual seu desempenho seria obrigatório apenas se as instalações impactassem diretamente as terras indígenas. Por esse motivo, assim como as áreas de demarcação, ele afirmou que “não há características que justificassem a ação do órgão”. Mas a abstenção de Ibama no licenciamento foi questionada pelo tribunal. Em 2023, o Tribunal da Amazon suspendeu o licenciamento ambiental, alegando que a jurisdição era de Ibama, não a Agência Estadual de Ipaam. No ano passado, no entanto, o Tribunal Regional Federal (TRF1) reverteu a decisão, fortalecendo o Ipaam no impasse que está em andamento há cerca de dez anos. “Sabemos que, de costume – um triste costume – agências estatais tendem a ser muito mais propensas a liberar licenças de qualquer maneira do que as federais, e é isso que está acontecendo aqui. Há violações de acidentes, o licenciamento feito de qualquer maneira, cheio de irregularidades da agência estatal”, disse o promotor Fernando Merloto Soraves à DW Brasil. As comunidades não teriam sido consultadas outro imbróglio em licenciamento ambiental é o fato de que as comunidades mais impactadas por futuras instalações do projeto não foram ouvidas, como explicado ao DW Brasil, o MPF do Amazonas. A consulta das comunidades vizinhas é uma diretriz da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O advogado do Conselho Missionário Indígena (CIMI), João Vitor Lisboa Batista, que representa o Lago das Comunidades Soares e Urucurituba, diz que “o maior desafio foi provar que a consulta não era válida porque as pessoas que deveriam ser ouvidas foram ignoradas”. Segundo o advogado, a estratégia da empresa Potassium Do Brasil foi transferida para a área de risco para os locais de demarcação, como Lake of Soares e Urucurituba, pois a Constituição Federal proíbe a mineração em terras indígenas. De acordo com a liderança indígena Filipe Gabriel, é dito frequentemente na região que “se a Terra não for demarcada, é porque não possui pessoas indígenas, pode ser explorada, porque não tem proprietários”. Mas o MPF questiona esse argumento e explica que “não se pode minerar nesses territórios, estejam marcados ou não”, diz o promotor Fernando Merloto Soave. “O que faz com que o território exista, ou não, é seu uso tradicional. Delimitar ou demarcar é o papel burocrático do governo”, acrescenta. A apresentação de Funai no início de abril, Funai visitou a vila de Lago Soares, com as primeiras notas para a delimitação do território. Uma terceira visita a este órgão que conduz estudos para identificar, delimitar, demarcar e registrar as terras indígenas será realizada em setembro deste ano. Se a área do lago de Soares for demarcada como uma terra indígena por Funai, Ibama deve intervir (de acordo com a Constituição) e isso implicaria, explicar os advogados em um processo de licenciamento ambiental mais completo sobre os impactos ambientais da empresa. Enquanto isso, a empresa já opera em Urucurituba e move suas máquinas através dos territórios, relata os moradores no local. De acordo com o site de potássio do Brasil, “o povo Mura de Autazes, composto por 36 aldeias e representado pelo Conselho Indígena de Mura (CIM), seguiu o protocolo, com 94% das aldeias aprovando o projeto, ultrapassando o quorum mínimo de 60% necessário”. As controvérsias não param por aí. O MPF também investiga pagamentos de suborno de cerca de R $ 10.000 para líderes indígenas para apoiar o projeto. Outra questão apontada pelo MPF é a queixa de que a terra seria vendida sob coerção. Em alguns casos, os contratos incluíram cláusulas de confidencialidade que impediam os vendedores nas comunidades de revelar qualquer informação sobre transações. O interesse nacional e a segurança alimentar diante das críticas, o potássio no Brasil e o governo federal defendem o projeto para explorar o potássio em Autozes como estratégico para interesses nacionais, inclusive para garantir a segurança alimentar no país e no exterior. Isso ocorre porque a guerra entre a Rússia e a Ucrânia afetou o suprimento global do mineral, e o Brasil, que importa 96% da contribuição – especialmente a Rússia, o Canadá e a Bielorrússia – procura reduzir sua dependência externa. A produção local reduziria os custos de transporte e tornaria os fertilizantes mais acessíveis. De acordo com os relatórios da Companhia em seu site, o projeto prevê uma produção anual de 2,4 milhões de toneladas de potássio, o que poderia fornecer 20% do consumo nacional e fortalecer o agronegócio, garantindo um suprimento estável. Atualmente, mesmo antes de concluir completamente, o projeto gera lucros. Em novembro de 2024, ele obteve US $ 30 milhões com uma oferta pública inicial de ações (IPO) da Bolsa de Nova York. Os jovens da Amazon criam o Manifesto para a Cop-30 com Indígenas e Riverside em Iranduba, o repórter viajou para Autozes dentro do Projeto para Jornalistas do Instituto de Democracia, Mídia e Exchanjo Cultural (IDEM). Colaborou com este relatório o jornalista Ulrike Fischer-Butmaloiu Autor: Tainã Mansani (em Autazes)



g1

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