Você já ouviu falar de terras raras? O termo ganhou destaque na semana passada, depois de ser apontado como um elemento de interesse para os Estados Unidos e pode estar no centro de 50% de negociações tarifárias aplicadas pelos americanos a produtos brasileiros. Embora pouco explorado, o Brasil tem uma das maiores reservas desse tipo de material do mundo, e uma ilha submersa, perto de nossa costa, pode aumentar ainda mais as reservas brasileiras.
O que são terras raras?
As terras raras são elementos químicos presentes na crosta terrestre, mas difíceis de encontrar em grandes quantidades. Também chamados de metais raros, eles são amplamente utilizados para criar ímãs superpoderados, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais.
Atualmente, a extração desses recursos está concentrada em alguns países, e a China é responsável por mais de 70% desse importante mercado. Por outro lado, os EUA têm acesso limitado aos recursos. Como a demanda tende a aumentar ainda mais, uma corrida para esses minerais começou.
Os EUA, por exemplo, fecharam um acordo com a Ucrânia envolvendo metais raros em troca de ajuda na guerra contra a Rússia. O país também demonstrou interesse na Groenlândia, que tem abundância de material e pertence ao território da Dinamarca.
Ilha submarina reivindicada pelo Brasil
Agora que a importância de terras raras é clara, saiba que o Brasil pode desempenhar um papel importante nesse cenário. Isso ocorre porque o país tem a segunda maior reserva global desses minerais, com cerca de 21 milhões de toneladas.
Essa reserva pode aumentar ainda mais graças a um território submarino perto da costa brasileira, mas fora da zona marítima que pertence oficialmente ao país – o governo brasileiro está atualmente reivindicando a área.
No artigo publicado na revista Relatórios científicosOs pesquisadores descobriram a presença de argila vermelha nesta parte da terra, indicando que um dia o local estava acima do nível da água.
Mais recentemente, um novo estudo na revista Rede de Pesquisa em Ciências Sociais confirmou essa teoria e apontou que a elevação do Rio Grande tem as mesmas características geológicas que o Brasil.

A elevação do Rio Grande fica a 1.200 quilômetros da costa brasileira, fica a cerca de 650 metros abaixo da superfície do oceano e, de acordo com a pesquisa, foi uma ilha tropical gigantesca por 40 milhões de anos – o tamanho da ilha!
O principal interesse na área se deve ao seu potencial econômico. Pesquisas indicam que a ilha submersa é rica em terras raras, como cobalto, níquel, platina e selênio, além de minérios como ferro de manganês.

Como o Brasil pretende pegar a ilha?
- Em 2018, o Brasil solicitou as Nações Unidas (ONU) a extensão de suas fronteiras marítimas até a ascensão do Rio Grande;
- Atualmente, a ascensão do Rio Grande está em águas internacionais e pertence à autoridade internacional dos fundos marinhos;
- A zona econômica exclusiva do Brasil se estende a 370 quilômetros da costa. A elevação, no entanto, está muito além desse limite;
- Para expandir seus domínios lá, deve -se provar que a elevação do Rio Grande tem as mesmas características geológicas que o país. As descobertas recentes sugerem que sim, mas o reconhecimento oficial ainda é necessário – um processo que não deve ser concluído.