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sexta-feira, agosto 1, 2025

Investigar “partículas fantasmas” pode ficar mais simples e barato

TecnologiaInvestigar "partículas fantasmas" pode ficar mais simples e barato


Um artigo publicado na quarta -feira (30) na revista Natureza Ele relata a detecção de neutrinos – ou “partículas fantasmas” – usando um método totalmente oposto ao usual.

Esse avanço pode permitir que você vá além do que os olhos alcançam, explorando os componentes mais secretos do universo.

Em poucas palavras:

  • Uma equipe de pesquisadores foi capaz de detectar neutrinos usando uma técnica diferente;
  • Conhecidos como “partículas fantasmas”, os neutrinos cruzam tudo sem deixar trilhas visíveis;
  • Até então, para detectá -los, foram usados água ou tanques de gelo colossal, que, além de serem imensos, são muito caros;
  • O novo método deve afetar não apenas a física, mas também a segurança nuclear e o estudo do universo.
Os neutrinos, também conhecidos como “partículas de fantasmas”, são capazes de atravessar qualquer coisa sólida no universo imperceptivelmente. Crédito: Kakteen – Shutterstock

Por que “partículas fantasmas”?

Os neutrinos são pequenas partículas, sem carga elétrica, capazes de atravessar qualquer objeto sólido no universo. Eles vão direto através de planetas, edifícios e até nosso corpo, sem traços. E é porque eles são tão discretos que são apelidados de “partículas fantasmas”. A cada segundo, 60 bilhões deles, provenientes do sol, atravessam todo centímetro quadrado de nós.

Detectar essas partículas é um enorme desafio. Normalmente, os cientistas usam tanques de água limpa gigantes ou blocos de gelo subterrâneos, esperando que alguns neutrinos mais energéticos colidam com um átomo e produzam um ligeiro flash. São estruturas caras, enormes e difíceis de construir e manter, como o Icecubena Antártica, ou o Hyperkamiokandeno Japão.

Acontece que nem todos os neutrinos são supernergéticos. Alguns têm baixa energia e ainda podem interagir com a matéria de maneira diferente. Esse tipo de interação é chamado de CEVNS (sigla para a dispersão elástica coerente de neutrino-nucleus). Nele, o neutrino atinge todo o núcleo de um átomo e causa um movimento quase imperceptível, mas pode ser medido com equipamentos muito sensíveis.

O experimento CONUS+ usou essa técnica para detectar antineutrina – a versão “espelhada” dos neutrinos. Com um detector de três libras, instalado a 20,7 metros do reator nuclear de Leibstadt na Suíça, a equipe conseguiu capturar o sinal dessas partículas quase invisíveis. Por 119 dias, 395 interações registradas, um número que atinge os cálculos da teoria.

Configuração e posicionamento do detector Conus+ no reator de usina nuclear de Leibstadt na Suíça. Crédito: MPIK/KKL

“Confirmamos com sucesso a sensibilidade do experimento CONUS+ e sua capacidade de detectar a espalhada antineutrina nos núcleos atômicos”, disse um dos autores do estudo Christian Buck, cientista da Instituto Max Planck de Física Nuclearna Alemanha, em um comunicação.

A principal notícia do experimento é mostrar que é possível detectar neutrinos sem estruturas gigantes. Assim, Conus+ abre caminho para uma maneira mais prática e acessível de estudar essas partículas misteriosas e pode ajudar a melhorar o modelo atual da física de partículas e talvez até revelar fenômenos que ainda não explicamos.

Essa nova abordagem promete revolucionar não apenas a física de partículas, mas também áreas como segurança nuclear e astrofísica. Detectores compactos e sensíveis, como Conus+, podem, no futuro, ser usados para monitorar reatores reais de tempo ou estudar eventos cósmicos distantes sem depender de instalações colossais. Ao tornar a detecção de neutrinos mais acessível, essa técnica inaugura uma nova era na investigação do invisível – um passo fundamental para entender os componentes mais sutis e intrigantes do universo.



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