Embora a colisão entre a Via Láctea e Andrômeda ainda esteja distante, estudos como esse nos permitem vislumbrar o espetáculo cósmico que moldará o futuro de nossa galáxia
Um dos fatos mais intrigantes sobre Andrômeda, a galáxia mais próxima da Via Láctea é que ambos estão em uma rota de colisão. Nesta semana, um novo estudo, liderado pela Universidade de Queensland, na Austrália, revelou como essa interação deve ocorrer.
Para prever o que acontecerá com a Via Láctea e Andrômeda, os cientistas analisaram um par de galáxias de fusão precoces: NGC 5713 e NGC 5719, localizados em centenas de crianças leves da Terra.
“Essas galáxias estão cerca de 3 bilhões de anos à frente no processo de fusão em relação à Via Láctea e Andrômeda”, explica Sarah Sarah Sweet, que faz parte do projeto delegado e lidera a pesquisa. “Eles interagem como se estivessem dançando, com galáxias anões orbitando em aviões bem definidos ao seu redor”.

A colisão, programada para ocorrer entre 2,5 e 4 bilhões de anos, dará origem a uma nova galáxia elíptica, formada pela mistura das estrelas de ambas as galáxias fundidas. Sem esse tipo de colisão, as galáxias poderiam permanecer dispersas, sem formar estruturas organizadas como as que vemos hoje no grupo local – o conjunto que inclui a Via Láctea, Andrômeda e dezenas de satélites menores.
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O que acontecerá após a colisão?
Os pesquisadores agora buscam entender se esse cenário é comum no universo ou uma exceção. “Queremos saber se nosso grupo local é típico ou uma anomalia cósmica. Isso é fundamental para generalizar as descobertas e entender a evolução das galáxias em um contexto mais amplo”, disse Helmut Jerjen, da Universidade Nacional Australiana e o principal autor do artigo publicado em avisos mensais do The the Sociedade Astronômica Real.

Apesar da magnitude do evento, há boas notícias: nosso sistema solar, incluindo a Terra, deve sobreviver, embora em novas coordenadas no cosmos. No entanto, essa previsão é baseada em observações que continuam sendo aprimoradas.
Lucas Soares é um jornalista se formou na Mackenzie Presbyterian University e atualmente é editor de ciências e espaço digital.