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domingo, julho 27, 2025

Lula afirma que Brics representa nova forma de manter o multilateralismo

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Em um discurso durante a cúpula do BRICS State Heads no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inacio Lula da Silva destacou o papel central do centro de um mundo mais democrático e pacífico e com novas formas de governança internacional.

Juntamente com os líderes dos 11 países membros e representantes de importantes instituições globais, Lula defendeu profundas mudanças nas estruturas políticas e financeiras mundiais.

Leia mais: O BRICS avança em seu próprio sistema de pagamento em moedas locais

BRICS como uma alternativa ao unilateralismo

Presidente Lula
Imagem: Marcelo Chello/ Shutterstock

No final do cume, Lula disse que o BRICS representa “uma nova maneira de fazer o multilateralismo sobreviver no mundo”. Para o presidente, a antiga lógica da tutela e da unilateralidade, herdada da guerra pós-segurança, não atende mais às necessidades do século XXI.

“Não queremos mais Guerra Fria, desrespeito pela soberania, sem guerra. Queremos paz, desenvolvimento e participação social”, disse Lula, enfatizando que a geopolítica global precisa refletir os eventos atuais, não os de 1945.

Foi a primeira vez que o BRICS reuniu 11 países membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além de 10 países e observadores parceiros.

Crítica ao sistema financeiro atual

Um dos pontos mais impressionantes do discurso foi a crítica do papel atual do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para Lula, o FMI precisa parar de ser um mero colecionador e se tornar um verdadeiro agente de investimentos para os países mais pobres.

“O FMI não pode ser um instrumento de levar os países à falência com dívidas inestimáveis. O modelo Bank of Brics mostra que é possível fazer de maneira diferente, infraestrutura financeira, saúde e energia de maneira justa”, disse ele.

Ele reforçou a necessidade de criar alternativas de financiamento para o desenvolvimento de nações, reduzindo a dependência das regras de austeridade impostas pelo FMI.

Defesa da moeda local e menos dependência de dólares

Lula também abordou a discussão sobre transações comerciais em moedas locais no bloco, minimizando o uso do dólar. Para ele, é uma tendência inevitável ser consolidada gradualmente com o diálogo entre os bancos centrais.

“O mundo precisa encontrar maneiras de não depender do dólar em todas as transações. Com os EUA, usamos dólares. Mas com a Argentina, Índia ou China, podemos usar nossas moedas. É uma questão de tempo e responsabilidade”, disse ele.

Inteligência artificial para todos

Outro tema emergente abordado por Lula foi a inteligência artificial. O presidente argumentou que a IA é democratizada e não controlada por apenas algumas empresas ou países.

“Não pode ser uma ferramenta de dominação. Precisamos discutir no BRICS um modelo de acesso para todos. Isso também é soberania”, disse ele.

Mudança na ONU e governança global

Brasil BRICS
Imagem: Fernando Frazão / AgÊncia Brasil

Lula acusou mudanças estruturais na governança mundial, especialmente no Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, está paralisado diante dos atuais conflitos globais por ter membros envolvidos nas próprias guerras.

“Onde está a instituição multilateral para negociar a paz entre a Rússia e a Ucrânia? A ONU é incapaz porque os envolvidos estão no conselho”, criticou.

Para o presidente, é essencial expandir a representação na agência para incluir países africanos, Oriente Médio e América Latina.

Avanços da cúpula e apoio de grandes poderes

Segundo o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, a Cúpula do BRICS avançou sobre tópicos como reforma da governança, IA, Meio Ambiente e Saúde.

“Houve um claro apoio da China e da Rússia para maior protagonismo no Brasil e na Índia no Conselho de Segurança da ONU. Isso é sem precedentes e sinaliza importantes avanços”, disse o chanceler.

Vieira também enfatizou a “Declaração dos Líderes”, o documento final da reunião, que cristaliza o entendimento comum do bloco dos principais desafios internacionais.

Um bloco de expansão

A edição de 2025 marcou a expansão do BRICS, agora com 11 países. Para Lula, o fortalecimento do bloco e a entrada de novos parceiros são uma resposta concreta ao cenário atual da fragmentação mundial.

“Se queremos criar algo novo no mundo, não podemos repetir os mesmos erros. O BRICS está incomodando você porque propõe algo diferente”, disse Lula.

Uma nova agenda para o futuro

No final da conferência de imprensa, Lula resumiu a missão do BRICS: “Crie novos paradigmas de participação e governança para o século XXI, priorizando a paz, a democracia e o desenvolvimento social”.

A reunião no Rio reafirmou o compromisso do bloco com uma nova agenda para o futuro, sem desistir do diálogo multilateral como uma maneira de resolver conflitos e reduzir as desigualdades globais.

Com informações de: Platô



Fonte Seu Crédito Digital

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