O estudo revela que mais da metade dos estudantes do ensino médio são expostos a desastres climáticos, com perdas diretas em educação e saúde
Mais de 15 milhões de estudantes do ensino médio brasileiros estão matriculados em escolas com resiliência baixa ou sem inundação, e outros 8 milhões frequentam instituições que não estão preparadas para enfrentar a seca.
Os dados são de um estudo do Observatório Nacional de Segurança da Água e Observatório de Gerenciamento Adaptivo (OSEADADAPTA), apresentado durante a 77ª reunião anual do SBPC.

Cerca de um milhão de alunos afetados
- Com base nos dados do censo escolar e no índice de segurança da água, os pesquisadores mapearam o risco climático nas escolas e descobriram que cerca de 1 milhão de estudantes já perderam aulas para eventos extremos, como secas ou inundações graves.
- Na Amazônia, por exemplo, muitos estudantes tiveram acesso às escolas devido à seca extrema, o que tornava impossível para o transporte fluvial.
- A pesquisa propõe o conceito de “resiliência pedagógica”, que descreve as estratégias improvisadas pelos professores, como flexões de currículos e arrecadar fundos para manter a rotina escolar em meio a desastres climáticos.
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A situação é crítica em um cenário em que as mudanças climáticas estão intensificando as chuvas secas e concentradas, como avisadas pelo pesquisador do Cemaden, José Marengo.
As secas, em particular, foram apontadas como eventos com sérios impactos socioeconômicos, afetando a saúde, a segurança alimentar e as populações vulneráveis.
Impacto nas comunidades indígenas
Os efeitos já são sentidos pelas comunidades indígenas na Amazônia, que enfrentam problemas de saúde mental, insegurança da água e risco de desidratação devido à contaminação dos rios por poluentes da queima.
Para os autores do estudo, é urgente integrar o gerenciamento de riscos de desastres em políticas educacionais, conforme previsto no LDB, garantindo um sistema de ensino cada vez mais frequente.

O artigo original foi publicado em Agência FAPESP.

Colaboração para a aparência digital
Leandro Criscuolo é um jornalista se formou no Cásper Líbero College. Ele trabalhou como redator, analista de marketing digital e gerente de redes sociais. Atualmente, ele escreve para a aparência digital.

Bruno Capozzi é um jornalista se formou no Cásper Líbero College e mestre em ciências sociais da PUC-SP, com foco em pesquisas de redes sociais e tecnologia.