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terça-feira, julho 22, 2025

Smartphones viraram ‘parasitas modernos’: sobrevivem às custas de seres humanos enquanto lhes causam danos

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A biologia evolutiva revela: os smartphones são parasitas modernos, causam dependência e afetam a saúde mental. Os pesquisadores indicam possível solução inspirada na natureza. Os smartphones sobrevivem à nossa despesa enquanto nos danificam. Liam Shaw/Unsplash ao longo da história evolutiva, a humanidade viveu com numerosos parasitas. No entanto, de acordo com pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália, o maior parasita da era atual não possui patas ou antenas: possui uma tela de toque, aplicações sofisticadas, uma conexão Wi-Fi e se esconde confortavelmente em nossos bolsos, capturando constantemente nossa atenção. Em uma análise recente publicada no Australasian Journal of Philosophy, o filósofo Rachael Brown e o biólogo Robert Brooks argumentam que os smartphones servem, em termos evolutivos, a todos os critérios a serem considerados parasitas. Não no sentido metafórico, mas real: eles sobrevivem à nossa despesa, pois nos causam danos. Como Brown explicou em uma declaração: “Apesar de suas vantagens, muitos de nós são reféns em nossos telefones, incapazes de nos desconectar completamente”. E, de acordo com os pesquisadores, os usuários pagam o preço com falta de sono, relações sociais mais fracas e vários distúrbios do humor. Razão parasita vs. mutualismo tecnológico na biologia evolutiva, um parasita é definido como uma espécie que se beneficia de um relacionamento próximo com outro (seu hospedeiro), enquanto o hospedeiro sofre algum dano. Um exemplo disso, citado por Brown e Brooks em um artigo na conversa, é o piolhos, que depende inteiramente dos humanos para sobreviver e se alimentar de sangue sem oferecer nada positivo em troca. Mas nem todas as relações entre as espécies são parasitárias. Bactérias intestinais, por exemplo, vivem no sistema digestivo humano, mas traz benefícios como aumento da imunidade e melhor digestão. Essas relações mutuamente benéficas são chamadas de mutualismo. Segundo os especialistas, é assim que o relacionamento entre humanos e smartphones começou, que oferecia comunicação, navegação e informações úteis. Mas, à medida que os telefones celulares inteligentes se tornaram quase indispensáveis, alguns de seus aplicativos mais populares começaram a servir aos interesses das empresas que os criam e seus anunciantes com mais fidelidade do que seus usuários. “Esses aplicativos foram projetados para nos manter em movimento, clique em anúncios e até causar indignação”, observam Brown e Brooks em seu artigo. “O comportamento de nossos telefones celulares geralmente frustra nossos objetivos e expressa desejos para alcançar os objetivos das empresas que os criam”, acrescentam. Podemos reequilibrar esse relacionamento? Os pesquisadores oferecem uma solução tirada de sua própria natureza para restaurar o equilíbrio no relacionamento com o smartphone. Na grande barreira de coral da Austrália, por exemplo, a limpeza de peixes se alimenta de parasitas de outros peixes maiores. É um arranjo mutuamente benéfico. Mas se o limpador exagerar e dar uma grande mordida muito grande, o relacionamento está desequilibrado e pode se tornar parasitário. Então o peixe anfitrião reage: pune o agressor, o persegue ou para a “temporada de limpeza”. Esse tipo de vigilância – detectar abuso e resposta – é fundamental para manter relacionamentos saudáveis. Para os pesquisadores, deve se aplicar ao relacionamento de humanos com telefones celulares. Mas aqui a situação é mais complexa: as táticas de exploração estão ocultas, os algoritmos são opacos e os recursos úteis nos tornam tão dependentes do dispositivo que “simplesmente interromper” não é mais uma opção realista. É que, eles explicam, muitos de nós já dependem desses dispositivos para tarefas diárias. Por exemplo, em vez de lembrar informações, transferimos essa responsabilidade para nossos telefones celulares, o que altera nossa cognição e memória. Essa dependência, da perspectiva de especialistas, melhora e limita simultaneamente nossas habilidades. Além disso, governos e empresas consolidaram nossa dependência, transferindo serviços para aplicativos móveis. “Quando levamos nossos telefones celulares para acessar nossas contas bancárias ou serviços públicos, perdemos a batalha”, alertam os pesquisadores. Existe uma solução contra o vício em smartphones? Segundo os pesquisadores, as decisões individuais não são suficientes. Estamos sendo dominados por poder e informações gerenciadas por grandes empresas de tecnologia. Precisamos de estratégias coletivas. Medidas como a proibição de redes sociais para menores – conforme proposto pelo governo australiano – ou restrições legais ao projeto de aplicativos e coleta de dados viciantes podem ser um primeiro passo para restaurar o equilíbrio. “A evolução mostra que existem dois fatores -chave: a capacidade de detectar a exploração quando ocorre e a capacidade de responder”, dizem os pesquisadores. “No caso de smartphones, a exploração geralmente é velada e escondida”, acrescentam eles. Sem essas intervenções coletivas para limitar o alcance desses “parasitas digitais”, alertam os especialistas, continuaremos sendo hosts vulneráveis ​​a dispositivos que parasitam nosso tempo, atenção e informações pessoais para o benefício de outras pessoas. E se queremos que nossos telefones celulares sejam ferramentas úteis novamente – não controlando nosso comportamento – talvez devêssemos, como os pesquisadores sugerem, aprender com os peixes.



Fonte Seu Crédito Digital

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