Com o avanço da insatisfação no Congresso Nacional em relação ao decreto que eleva o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o governo federal apostou na libertação de emendas parlamentares como uma estratégia de contenção. Em alguns dias, o valor reservado para deputados e senadores quadruplicou.
No entanto, o gesto político ainda não esperava o efeito esperado: a Câmara sinalizou forte oposição à medida tributária, aprovando com grande parte uma aplicação que pode levar à revogação do decreto.
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Crescimento expressivo no comprometimento das emendas

De sexta -feira (13 de junho) a terça -feira (17), o valor comprometido com emendas passou de R $ 152,1 milhões para R $ 667,4 milhões, de acordo com a SIOP (sistema integrado de planejamento e orçamento). Esse movimento, equivalente a um crescimento de R $ 515,3 milhões em apenas quatro dias, foi revelado pelo Portal Power360.
O rápido aumento do valor, no entanto, não representa uma liberação direta de dinheiro para os parlamentares. Este é um estágio chamado “Compromisso”, ou seja, uma reserva orçamentária para pagamentos futuros. O governo ainda precisa continuar com o acordo e, finalmente, com a liberação do valor para os destinatários.
O pagamento efetivo segue
Apesar do esforço para cometer recursos, a realidade dos pagamentos é bem diferente. Até agora, apenas R $ 5,1 milhões foram realmente pagos, o que representa pouco mais do que 1% de R $ 50 bilhões esperado para emendas acima de 2025.
A frustração no Congresso permanece evidente. Muitos parlamentares estão reclamando da lentidão na execução do orçamento, especialmente no momento em que o Planalto tenta aprovar diretrizes sensíveis, como a manutenção do decreto que aumenta o IOF.
A câmara reage urgentemente à revogação do decreto
Na segunda -feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou, com 346 votos favoráveis e 97 contrárioso pedido urgente para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025que anula o aumento do IOF promovido pelo ministro das Finanças, Fernando Haddad.
O presidente da casa, Hugo Motta (republicanos-PB)comentou a aprovação como um reflexo do clamor popular. “Foi uma mensagem da sociedade, que não pode mais aumentar um aumento de impostos”, disse ele. A medida agora pode ser votada no plenário a qualquer momento, aumentando a tensão entre executivo e legislativo.
Alterações como uma ferramenta de negociação
O uso de emendas parlamentares como um instrumento de articulação política não é nova. Embora estejam 100% legalO atraso na liberação – especialmente na fase de pagamento – geralmente causa atrito. Ainda assim, o compromisso geralmente serve como um “aceno” do governo para os congressistas.
Este tipo de movimento é comumente chamado Fisiologia política: O governo usa recursos públicos para tentar aprovar seu cronograma no Congresso. Mesmo que os valores não sejam pagos imediatamente, o compromisso de reservar parte do orçamento já atua como um fator de influência nos votos e cargos.
Como funciona o ciclo de emenda
O processo de execução das emendas parlamentares é dividido em três etapas principais:
- Compromisso – A reserva orçamentária é registrada, garantindo que uma certa quantia seja destinada para a finalidade indicada.
- Liquidação – Quando o serviço ou o trabalho é realizado, o governo reconhece que a entrega foi feita conforme o esperado.
- Pagamento – A última fase envolve a transferência de valor para o provedor de serviços, corpo ou entidade.
Embora o compromisso seja o primeiro passo, ele não garante a liberação imediata de recursosO que explica a insatisfação de muitos parlamentares diante do volume de pagamentos ainda irrisória em 2025.
O dilema do planalto: contém desgaste sem quebrar o teto

A estratégia do governo Lula de recorrer a emendas para garantir que a governabilidade seja em um momento delicado. Por um lado, enfrenta crescente resistência no Congresso; Por outro lado, ele precisa manter a responsabilidade fiscal e o equilíbrio orçamentário, especialmente diante da nova estrutura tributária e do cenário econômico global instável.
Com o decreto do aumento da IOF sob ameaça direta e articulação política sob pressão, o executivo terá que acelerar a execução de pagamentos ou buscar alternativas de negociação que não dependam exclusivamente da liberação de recursos.
Expectativa para o segundo semestre
Historicamente, o segundo semestre é geralmente mais intenso em relação ao pagamento de emendas. A tendência é que, à medida que os votos importantes estão se aproximando ou das eleições municipais, o governo libera uma parte significativa do orçamento comprometido.
Resta saber se esse movimento será suficiente para interromper a crise política instalada em torno do decreto de IOF, especialmente agora que o assunto está pronto para ser votado em plenário, com grande apoio da base e da oposição.
Com informações de: Power360