Depois de atingir a cotação mais baixa em quase nove meses, o dólar abriu uma fase de estabilidade relativa no Brasil. No entanto, de acordo com a Banco Intervalment, essa calma no mercado de moedas pode ter uma data para terminar. A instituição financeira prevê que a moeda dos EUA deve permanecer entre R $ 5,50 e R $ 5,60 por um período, antes de terminar o ano de 2025 com uma apreciação, atingindo cerca de R $ 5,70.
Essa estimativa considera o comportamento global do dólar, o ambiente fiscal brasileiro e a possível saída de capital no final do ano – um fenômeno comum em períodos antes dos ciclos eleitorais.
Leia mais: O Brasil lidera a América Latina com 433.000 milionários em dólares, diz o UBS
Enfraquecimento do dólar marca o primeiro semestre

Segunda -feira passada (16), o dólar em vista recuou abaixo de US $ 5,50, algo que não havia acontecido desde outubro de 2024. O movimento foi impulsionado por uma tendência a enfraquecer a moeda americana em escala global. Desde o início de 2025, a fronteira acumulou uma queda de aproximadamente 11% em relação ao real.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em comparação com seis outras moedas fortes, também aponta: havia 9% desde janeiro. Essa desvalorização reflete as incertezas geradas após o novo termo do presidente Donald Trump, que adotou medidas econômicas e comerciais com um forte impacto nas expectativas do mercado.
Inte Análise Pontos de estabilidade no curto prazo
Para o economista sênior da Inter André Valétio, o dólar deve permanecer nos próximos meses. “Temos a visão de que o dólar está enfraquecendo globalmente e, no cenário doméstico, estamos relativamente contidos, apesar do ruído tributário”.Ele disse. A avaliação da instituição considera que, no curto prazo, não há elementos concretos que justifiquem pressão de câmbio significativa no Brasil.
Assim, o banco projeta que a moeda deve permanecer entre US $ 5,50 e US $ 5,60, mantendo a estabilidade vista nas primeiras semanas de junho.
A véspera de ano novo pode marcar a reversão e a alta troca
Apesar da previsão de equilíbrio de curto prazo, a Inter avisa a possibilidade de avaliar o dólar no último trimestre de 2025. A estimativa da instituição é que a moeda dos EUA pode encerrar o ano citado em US $ 5,70, um número que se aproxima da previsão de analistas consultados pelo relatório de foco, que indica US $ 5,77.
Esse movimento seria conduzido acima de tudo por uma nova rodada de partidas de capital no país. Em dezembro de 2024, o Brasil registrou o maior volume de evasão de recursos na história. Para 2025, a expectativa é um fenômeno semelhante, embora em menor escala.
Além disso, o ambiente de pré-eleição geralmente aumenta a instabilidade, favorecendo ativos mais seguros, como o dólar.
Correção atual preferida anterior
Em 2024, o dólar foi citado em R $ 6,20, representando uma apreciação de quase 28% contra o real naquele período. Segundo Valét, esse pico levantou artificialmente a citação da moeda americana, que levou o mercado a adotar um movimento corretivo nos meses seguintes. “O dólar já entrou este ano com preços muito altos”, explicou o economista.
Esse ajuste mais intenso é explicado pela percepção de alto risco no início do mandato de Trump, com agentes financeiros buscando segurança em meio a decisões voláteis do novo governo dos EUA.
Trump e instabilidade nas relações comerciais
Entre os fatores que contribuíram para a instabilidade do dólar estão as políticas econômicas adotadas por Donald Trump. Em abril, o presidente dos Estados Unidos anunciou novas taxas em produtos importados. No entanto, algumas dessas medidas foram revisadas posteriormente, em meio a negociações com parceiros internacionais.
“Uma hora ele diz uma coisa, vira depois de outra coisa”, disse Valétio. O comportamento irregular da Casa Branca gerou o que os analistas chamam de “comércio de taco”, uma referência à imprevisibilidade das ações do governo dos EUA e seu impacto direto nos mercados.
Incerteza geopolítica e impacto limitado no Brasil

Mesmo com episódios recentes de tensão no Oriente Médio, a reflexão sobre o mercado de moeda brasileira foi modesta. O conflito entre Israel e o Irã até causou instabilidade temporária na taxa de câmbio, com uma ligeira desvalorização do real, mas o movimento foi revertido no mesmo dia.
Na visão da Inter, esses ruídos externos não devem impactar negativamente a economia brasileira. Pelo contrário, o aumento do preço do petróleo, uma possível consequência da crise, tende a favorecer o país, que mantém o excedente na exportação de derivados de combustível.
Exportações e mercadorias apóiam o real
Países que exportam commodities, como o Brasil, geralmente se beneficiam do aumento dos preços internacionais de produtos como minério de petróleo e ferro. Esse cenário reforça o bom desempenho do real, mesmo diante das incertezas no cenário internacional.
Segundo o banco, o mercado brasileiro ainda é robusto e atraente para os investidores, o que contribui para manter a taxa de câmbio sob controle por enquanto.
Conclusão: expectativa de oscilação controlada
A projeção combina otimismo moderado com cautela. A tendência é que o dólar permaneça estável por mais alguns meses, mas o segundo semestre, especialmente o final do ano, deve trazer maior volatilidade, impulsionada por fatores políticos e econômicos.
O comportamento da política americana, o movimento do capital e as incertezas tributárias no Brasil serão os principais determinantes da direção do dólar até dezembro.
Com informações de: Tempos de dinheiro