O Brasil alcançou um marco sem precedentes em 2025, de acordo com o relatório anual do Banco Swiss UBS. O país acrescenta 433 mil milionários em dólareso que representa indivíduos com patrimônio maior que US $ 1 milhão – aproximadamente R $ 5,5 milhões no preço atual.
Com esse número, o Brasil não apenas lidera a América Latina no volume de milionários, mas também ocupa o 19ª posição no ranking global. O número de milionários brasileiros cresceu 1,6% em comparação com o ano anteriorrefletindo uma tendência para a concentração de renda e a apreciação de ativos no país.
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Como o Brasil se posiciona no ranking global de milionários

Classificação de países com mais milionários (em milhares)
País | Milionários (em mil) |
---|---|
Estados Unidos | 23.831 |
China | 6.327 |
França | 2.897 |
Japão | 2.732 |
Alemanha | 2.675 |
Reino Unido | 2.624 |
Canadá | 2.098 |
Austrália | 1.904 |
Itália | 1.344 |
Coréia do Sul | 1.301 |
Brasil | 433 |
Brasil na América Latina
O Brasil é um líder absoluto na América Latina, à frente de países como o México (399 mil) e Chile, que nem aparece no Top 25 global.
O que está por trás do crescimento de milionários brasileiros?
Fatores que impulsionam a riqueza no Brasil
Apreciação imobiliária
A apreciação do setor imobiliário foi uma das principais alavancas para aumentar o patrimônio líquido no país.
Alto nos mercados financeiros
Os investimentos em bolsas de estudos, fundos e ativos de renda variáveis contribuíram significativamente, especialmente com o aumento da participação de investidores brasileiros no mercado de capitais.
Efeito de moeda
A desvalorização do real contra o dólar aumentou o valor de ativos e ativos dolarizados, facilitando para mais brasileiros cruzar a linha de US $ 1 milhão.
Consolidação da herança
O Brasil está experimentando um momento de intensa transferência de riqueza entre gerações, que elevou o número de milionários no país.
Maior transferência de riqueza na história
Números globais impressionantes
O relatório do UBS estima que, nos próximos 20 a 25 anos, haverá uma transferência global de mais de US $ 83 trilhões no patrimônio.
- US $ 74 trilhões serão transferências verticais (pais para filhos, avós para netos).
- US $ 9 trilhões corresponderá a transferências horizontais (entre cônjuges e membros da mesma geração).
Brasil
O Brasil ocupa uma posição surpreendente: é o 2º país do mundo com o maior volume de riqueza a ser herdadoadicionando US $ 9 trilhõesatrás apenas dos Estados Unidos (US $ 29 trilhões) e à frente da China (US $ 5,6 trilhões).
Desigualdade: o lado sombrio deste crescimento
Ranking de desigualdade (índice Gini)
País | Índice Gini |
---|---|
Brasil | 0,82 |
Rússia | 0,82 |
África do Sul | 0,81 |
Arábia Saudita | 0,78 |
Suécia | 0,75 |
EUA | 0,74 |
Brasil aparece como o país mais desigual do mundoAmarrado à Rússia, de acordo com o relatório. Isso significa que, embora a quantidade de milionários aumente, a maior parte da população não segue esse crescimento patrimonial.
Quem são os ‘milionários comuns’?
O relatório do UBS apresenta um conceito interessante: “Milionários comuns”. São indivíduos com herança entre US $ 1 milhão e US $ 5 milhões.
Crescimento expressivo deste grupo
- No ano 2000: 13,27 milhões No mundo.
- Em 2019: 44 milhões.
- Em 2025: 52 milhões.
Esses milionários adicionam uma riqueza de US $ 107 trilhõesrepresentando uma parte considerável da economia global.
Perspectivas para o futuro dos milionários no Brasil

Tendências apontadas pelo UBS
- Aumento de herança: Espera -se que mais brasileiros se juntem ao grupo de milionários nos próximos anos, especialmente através da transferência de mercadorias.
- Tecnologia e inovação: Setores como a Tecnologia Finante (fintechs) e as startups tendem a criar novos ricos no país.
- Mercado imobiliário aquecido: A apreciação imobiliária continua sendo um mecanismo importante para o crescimento da equidade.
Conclusão
O Brasil está experimentando um paradoxo: possui um registro de milionários e, ao mesmo tempo, possui o título do país mais desigual do planeta. Esse crescimento da riqueza não é homogêneo e reflete as oportunidades econômicas e os desafios estruturais do país.
O relatório de Ubs ilumina um aviso sobre a necessidade de políticas que promovam não apenas crescimento, mas também distribuição de renda e inclusão social.
Imagem: Canva