Um caso de Estelionato envolvendo uma loja de operadores Vivo em Piracicaba (SP) reacendeu o aviso da segurança dos dados pessoais fornecidos pelos consumidores em estabelecimentos comerciais. Uma senhora de 76 anos ficou surpresa ao tentar fazer uma nova compra e descobrir que o nome dela estava vinculado a uma dívida de mais de US $ 5.000 -um valor para uma televisão adquirida sem o consentimento dela.
A compra imprópria foi feita por um funcionário da loja Vivo, localizado no governador de Rua Pedro de Toledo, no centro da cidade. O golpe só foi descoberto porque a vítima, tentando fazer um novo pagamento em outra loja, foi informada de um financeiro pendente associado ao seu CPF.
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Como o golpe foi aplicado

O funcionário usou dados do cliente para comprar um produto de alto valor
De acordo com o relatório de idosos, dias antes da descoberta, ela havia comprado um telefone celular na mesma loja que Vivo. Para efetuar o registro, forneceu informações pessoais, incluindo uma foto. Suspeito da coincidência, ele decidiu voltar à cena para investigar o que aconteceu. Ao confrontar a vendedora que a participou, a mulher acabou admitindo que havia usado dados de clientes para comprar uma televisão no valor de US $ 5.185,31.
O autor do golpe prometeu pagar a dívida, mas a vítima optou por levar o caso à polícia. Um relatório de ocorrência de Estelionato foi registrado e a polícia civil já iniciou investigações. Até agora, o operador Vivo não falou oficialmente sobre o episódio.
Repercussão entre consumidores
Preocupação com a exposição de dados em lojas físicas
O caso causou grande repercussão entre os moradores de Piracicaba e levantou uma discussão importante sobre os riscos de fraude envolvendo dados pessoais, especialmente em ambientes físicos. Muitos consumidores relataram medo de ter seus dados usados de maneira inadequada e começaram a buscar meios para verificar possíveis movimentos suspeitos em seus CPFs.
A situação expõe um ponto crítico nos protocolos de segurança adotados pelas empresas de telefonia, que geralmente solicitam dados como CPF, número de telefone, endereço, biometria e fotografias de seus clientes. O uso inadequado dessas informações pode resultar em sérias perdas financeiras e legais.
Vulnerabilidade dos idosos
A confiança no serviço facilita o aplicativo Scam
Especialistas em segurança digital e proteção ao consumidor apontam que as pessoas mais velhas são mais vulneráveis a esse tipo de golpe, porque confiam mais facilmente nos funcionários da loja e geralmente não dominam o uso das tecnologias de verificação e monitoramento de crédito.
Nesse caso específico, o homem idoso acreditava que estava em um ambiente seguro e não hesitou em fornecer todas as informações solicitadas. Infelizmente, a confiança foi explorada criminalmente por um funcionário que deveria garantir a integridade do cliente.
Falhas de controle interno
As empresas precisam revisar protocolos de proteção de dados
O caso destaca a necessidade urgente de operadores como o Vivo para melhorar seus mecanismos de controle interno. A ausência de auditorias eficazes e a falta de dupla verificação em processos que envolvem o uso das violações abertas do CPF do cliente para que crimes como esse ocorram.
Especialistas argumentam que todo o movimento que envolve a contratação de produtos, serviços ou qualquer transação financeira ligada a um CPF é acompanhada por dois fatores de autenticação, enviando confirmação de SMS ou validação de aplicativos – medidas que diminuem consideravelmente a margem de fraude.
O que as autoridades dizem

A polícia civil investiga e guias sobre prevenção
A Polícia Civil de Piracicaba está investigando o caso como um estelionato. O delegado responsável disse que outras vítimas podem ter sido feridas da mesma maneira e que qualquer pessoa suspeita de movimentos irregulares em seu nome deve procurar a delegacia o mais rápido possível.
Além da investigação criminal, os órgãos de proteção ao consumidor também podem ser chamados. A Procon aconselha que, ao fornecer dados em qualquer armazenamento físico, o cliente requer prova de serviço e, se possível, evite deixar cópias de documentos sem necessidade clara.
Recomendações do consumidor
Veja como se proteger contra fraude com seus dados
- Evite fornecer dados desnecessariamente sensíveis: Se o procedimento não exigir, não forneça fotos, números de documentos ou biometria.
- Solicitar recibos e vouchers: Sempre peça cópias de documentos assinados e resumos dos contratos feitos.
- Use alertas de crédito: Ferramentas como SERASA, SPC e BOA Vista oferecem serviços de notificação de email ou SMS em movimentos em seu número de Seguro Social.
- Registre qualquer suspeita: Ao identificar uma compra inadequada, registre o relatório de ocorrência e entre em contato com o Procon.
- Monitore seu CPF regularmente: Existem serviços gratuitos e pagos que permitem acompanhar a situação do seu CPF em tempo real.
A responsabilidade da empresa
Vivo ainda não comentou oficialmente
Apesar da gravidade do caso, a Vivo ainda não emitiu uma declaração pública ou informou se o funcionário foi desconectado da empresa ou se as medidas foram tomadas para evitar outras ocorrências. A omissão diz respeito a especialistas, que apontam para a importância da transparência e agilidade diante de tais incidentes.
A ausência de resposta também reforça o sentimento de insegurança entre os consumidores, que esperam que os operadores mais rigorosos protejam os dados pessoais confiados a suas equipes.
Imagem: Alison Nunes Calazans / Shutterstock.com