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sexta-feira, julho 25, 2025

‘Suco de laranja é substituível’: tarifa de Trump gera incerteza no setor, mesmo com consumo dos EUA dependente do Brasil

Economia'Suco de laranja é substituível': tarifa de Trump gera incerteza no setor, mesmo com consumo dos EUA dependente do Brasil




Quase metade da compra do produto nos EUA é de bebida brasileira. O presidente dos EUA aplicou uma taxa de 50% nas exportações no Brasil. A carta de Trump ao Brasil tem a tarifa mais alta com as colheitas dizimadas por doenças verdes, além de inundações e temperaturas congelantes, o mercado de sucos de laranja dos EUA depende da produção brasileira. Ainda assim, o anúncio da taxa de 50% na compra de produtos no Brasil pelos americanos gera insegurança no setor. “Você não encontra um fornecedor do tamanho do Brasil, mas o produto é substituível na prateleira”, diz o diretor executivo da Associação Nacional de Exportadores Citrus (Citrusbr), Ibiapaba Netto. Atualmente, os americanos pagam uma tarifa fixa de US $ 415 (equivalente a US $ 2.296,32) por tonelada de suco brasileiro, além de uma taxa adicional de 10% (cerca de US $ 308, ou US $ 1.704,26 por tonelada), determinada por Trump em abril. O suco de laranja já é caro nos EUA, mesmo sem a transferência de 10% da indústria para os consumidores. A bebida foi trocada por outros mais baratos, como refrigerante e água movimentada. Para o diretor da Citrusbr, com o aumento da taxa para 50%, esse movimento pode se intensificar – deixando o produto brasileiro de lado. A maior parte do suco produzido no Brasil vai para o mercado estrangeiro. Os americanos compram 41,7% do volume exportado, perdendo apenas para a União Europeia, com 52%. Quase metade dos 3 milhões de litros de suco consumida por ano nos EUA vem do Brasil. Para o Brasil, a perda desse mercado significaria uma perda de R $ 1,1 bilhão por ano, de acordo com a consultoria COGO, especializada em agronegócio. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse na quinta -feira (10) que conversou com representantes dos principais setores, incluindo o suco de laranja, sobre a possibilidade de expandir os mercados. Mas o diretor da Citrus BR acha difícil encontrar um substituto para os EUA. Isso ocorre porque a expansão da venda para outro mercado, como a União Europeia, pode derrubar os preços de marketing. Ele também acha que não há outros mercados para explorar. Saiba mais: qual é o impacto das taxas de carne, porque os EUA dependem da pior colheita de laranja em 40 anos nos EUA, tornou -se mais dependente das importações de suco de laranja nos últimos anos devido ao acentuado declínio na produção doméstica por causa de furacões, períodos de temperatura muito baixa e doenças esverdeadas. O esverdeamento afeta os pomares e diminui a qualidade e a produtividade dos frutos. É causado por uma bactéria, que, por sua vez, é disseminada por um inseto. O estado da Flórida é o mais afetado. Representa 90% do suco de laranja americano. Os danos causaram uma retração de 28% na produção do país na colheita de 2024/2025. Os preços do suco de laranja estão enfrentando alta. Os 473 ml podem atingir um preço recorde de US $ 4,49 em fevereiro deste ano (equivalente a R $ 24,84). E a situação pode piorar: a próxima colheita deve ser a menor desde 1986, quando a série histórica do Departamento de Agricultura dos EUA começou. Sem brasileiros, o diretor da Citrusbr acredita que não há outro país que possa atender às necessidades dos americanos. No entanto, o México compete com o Brasil pelo mercado, aponta para Itaú BBA. Por outro lado, a produção no Brasil aumenta a colheita de laranja brasileira 2025/2026 deve ser maior que o passado, gerando um crescimento de 8% na produção de suco. Embora o Brasil também tenha sido atingido pelo esverdeamento, o avanço da doença diminuiu nessa colheita e o clima melhorou, o que também deve resultar em frutos de melhor qualidade. O Brasil deve representar cerca de 70% da produção mundial de sucos este ano, de acordo com Itaú BBA. Isso recuperará parte das ações, que são as menores das últimas quatro décadas. O declínio nas colheitas anteriores fez com que frutos de qualidade ainda mais baixos fossem usados ​​no processamento, diz Itaú BBA. Com a substituição e sem o mercado dos EUA, o Brasil não pode ter lugar para drenar tanto suco. “É muito ruim. É um efeito que chega a toda a cadeia. É preciso as indústrias, leva o produtor, leva todos. Ninguém está a salvo dos efeitos disso”, diz Netto. Infográfico – Entenda a taxa de 50% anunciada por Trump para o Brasil e o relacionamento econômico com os EUA. ART/G1



g1

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