Tricolor substituiu o Brasil em uma posição de destaque no futebol do clube. Da semifinal, é a equipe de Laranjeiras contra a elite do mundo. Renato Gaúcho, de Fluminense, prega respeito ao Chelsea, mas diz: “Chegamos a fazer história” o que acontece no jogo de amanhã não apaga as evidências: na Copa do Mundo do Clube, Fluminense está vivendo um dos grandes momentos de sua história. De fato, é o próprio futebol brasileiro que as experiências, com a equipe de Laranjeiras, uma de suas passagens mais impressionantes nas últimas décadas. Ao chegar às semifinais após uma sólida campanha, Tricolor substitui o país em uma posição de destaque no mapa de futebol do clube e nos diz que a distância da Europa (ou pelo menos em relação ao futebol europeu “real”) pode não ser muito maior que o cruzamento do Atlântico. O orçamento mais baixo entre os clubes que jogou nas quartas de final, a partir de agora na equipe de Renato Portaluppi enfrenta um contrato hediondo, o que, para os incautos, pode assumir uma aventura quixótica: é Fluminense contra a elite do mundo. Contra esse futebol ilusório envolvendo quantias em dinheiro equivalente ao PIB de muitos países. Contra a irrealidade que nos é jogada como tijolo na caixa a cada exemplo decisivo da Liga dos Campeões. Mas, apesar de tudo isso, o Fluminense pode passar pelo Chelsea. A má notícia é que você precisará jogar o jogo perfeito. A boa notícia é que o time do Tricolor jogou jogos praticamente perfeitos nesta Copa do Mundo do Clube. A Fluminense vence Al-Hilal, e os jogadores celebram as imagens Getty, existem vestígios dessa equipe que foram preservados desde a temporada mágica de 2023. Embora a maneira de atuar tenha mudado, o comando técnico mudou, ainda ecoa no elenco a capacidade de mobilização para jogos decisivos e especialmente para os momentos cruciais desses jogos. E todos sabemos exatamente quando nasceu essa predisposição que se tornou uma marca registrada: naqueles 20 minutos finais da semifinal em Beira-Rio, o jogo em que Fluminense se recusou a morrer. Há outro aspecto emblemático na façanha Tricolor. Nada contra qualquer revolução administrativa, a participação do patrono ou a decisão de se tornar SAF, por exemplo, porque cada um sabe onde o calo aperta e o que ela serve, mas é significativo que nosso futebol seja representado em uma semifinal de um torneio que envolve o melhor clube que opera essencialmente brasileiro, com todas as misericórdias e altos dos quais são usados. A mensagem transmitida é que, sim, temos muitas coisas que podem ser melhoradas, mas algo certo que podemos fazer – e por nós mesmos, sem necessariamente precisar de influência externa ou alienígena em como vemos historicamente o futebol. O Fluminense fez história – e o que vem de agora será uma extensão do épico. Do topo de seu elegante gênio, Tricolor Cartola uma vez cantou que “o mundo é um moinho”. E é nessa vertigem de emoções que hoje os fãs que carregam as três listras verticais no peito estão imersas. Mas, ao contrário do que o bardo da música brasileira concluiu, os sonhos não podem mais ser esmagados, nem as ilusões reduzidas ao pó. De fato, para a felicidade da própria cartola, os sonhos tricolor já foram sonhados, e alguns deles se tornaram memória. Marcello Neves traz atualizações da preparação para a semifinal da Copa do Mundo do Clube
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