Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileiros, começa em junho de 2025, perto de sua máxima histórica em reais, superior a 140.000 pontos pela primeira vez. O desempenho de May, ancorado por fatores macroeconômicos positivos e fluxo estrangeiro robusto, gerou otimismo no mercado. No entanto, os analistas apontam que o mês atual pode ser marcado por volatilidade, seletividade e foco renovado nos riscos tributários e no cenário externo.
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Maio: um mês de apreciação sustentada

Fluxo estrangeiro e selo no radar
Durante o mês de maio, a Ibovespa acumulou apreciação de 1,45%, encerrando o período de 137.000 pontos e flertando com seu recorde. O movimento foi impulsionado por fatores como:
- Entrada de mais de R $ 21 bilhões por investidores estrangeiros;
- Expectativa de manutenção e, no futuro, caem na taxa seletiva;
- Dados econômicos resilientes, incluindo crescimento do PIB e estabilidade do emprego.
“Tese Brasil” atrai capital externo
De acordo com a Empiricus Research, a “tese do Brasil”, apoiada por pilares de Três, começa a ganhar força no mercado internacional:
- Final do ciclo de aperto monetário;
- Lucros corporativos robustos até 2026;
- Expectativa de reequilíbrio fiscal após o ciclo eleitoral de 2026.
Com base nessa leitura, o corretor avalia que a IBovespa ainda está subvalorizada. Excluindo a Petrobras e a Vale, o índice negocia 9 vezes o lucro esperado para 2026, abaixo da média histórica de 10 anos. O XP Investimentos compartilha a visão otimista, destacando a desaceleração da inflação de serviços e indicadores sólidos no mercado de trabalho como fatores que reforçam a perspectiva de cortes seleiços na segunda metade de 2025.
Junho: Cuidado diante do risco fiscal e das incertezas internacionais
A incerteza fiscal segue como um ponto central
Apesar do bom momento técnico, o cenário fiscal brasileiro segue como o principal fator de preocupação para analistas e investidores. A dificuldade do governo aprovando medidas para aumentar a coleta e a contingência recente de gastos contribuem para um ambiente de cautela maior.
O Banco Safra classifica o risco fiscal como o maior desafio para o Brasil no curto prazo, principalmente devido à trajetória da dívida pública. Para a instituição, isso pode pressionar os prêmios na curva de juros e limitar o potencial de apreciação da bolsa de estudos.
A política monetária dos EUA influencia o apetite por risco
Outro fator de atenção é o comportamento do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. Itaú BBA ressalta que o Fed ainda não sinalizou claramente o início de um ciclo de cortes de interesse. Um ativo americano pode reduzir o fluxo de capital para os mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Itaú BBA reforça a atratividade das avaliações de bolsas brasileiras, mas recomenda cautela e diversificação, especialmente em vista do cenário externo ainda indefinido.
Visualizações das principais instituições financeiras
XP: otimismo, mas com advertências
O XP continua com uma visão positiva da bolsa brasileira, mas alerta sobre o impacto dos riscos tributários desbloqueados. O corretor projeta que os ativos de risco podem ser representados positivamente com o início da flexibilidade monetária no segundo tempo, mas reconhece que o cenário político e fiscal pode gerar obstáculos.
BB Investments: Concentre -se em fundamentos
O BB Investimentos também mantém uma postura construtiva, mas mais seletiva. Para a instituição, o alto nível de Ibovespa exige que o crescimento dos lucros se concretize para apoiar novos máximos. Setores como bancos, consumo e energia parecem os mais promissores, especialmente diante da perspectiva de inflação mais controlada e aumento da renda disponível.
Investimentos ativos: volatilidade de curto prazo
Os investimentos ativos fornecem um possível lucro ao longo de junho, especialmente se o fluxo estrangeiro diminuir ou a nova turbulência no ambiente político. Ainda assim, o corretor vê espaço para o índice avançar para 145 mil pontos no segundo semestre, se o cenário de interesse e crescimento for confirmado.
Setores e estratégias para junho

Ações relacionadas ao consumo e exportações ganham destaque
Com a expectativa de queda nas taxas de juros e menor pressão inflacionária, os analistas recomendam a exposição a setores menos sensíveis ao interesse real, como varejo, alimentos, bancos e mercadorias. As empresas exportadoras também ganham atratividade, dado o possível enfraquecimento do real contra o dólar e o bom momento para o agronegócio.
As avaliações seguem as atrações, mas requerem seletividade
Apesar da recente apreciação, o mercado ainda vê valor na bolsa de valores brasileiros, especialmente em empresas com sólidos fundamentos e bom potencial de geração de caixa. O índice, mesmo próximo ao seu registro nominal, ainda é negociado para múltiplos considerados baratos em comparação com pares internacionais.
Conclusão: Ibovespa em transição entre otimismo e vigilância
O Ibovespa Começa junho em uma encruzilhada. Por um lado, existem fundações econômicas e corporativas favoráveis que apóiam a perspectiva da apreciação. Por outro lado, os riscos fiscais e incertezas domésticos no cenário externo podem frear o impulso do comprador.
O consenso entre os analistas é que o segundo semestre pode ser positivo para a Bolsa de Valores Brasileiros, desde que os riscos sejam monitorados de perto e que as apostas sejam baseadas em fundações sólidas. Para o investidor, o momento requer atenção, diversificação e, acima de tudo, seletividade.