As taxas de juros do cartão de crédito rotativas aumentaram significativamente em maio de 2025, de acordo com dados recentes divulgados pelo Banco Central. Com um aumento de 5,7 pontos percentuais em comparação com o mês anterior, a taxa média atingiu 449,9% ao ano – um dos níveis mais altos entre as modalidades de crédito disponíveis no mercado.
Esse movimento representa um novo aviso para os consumidores que usam crédito rotativo como formulário de pagamento de emergência, pois os custos dessa dívida são extremamente altos e afetam diretamente o orçamento familiar.
Leia mais: Pequenas empresas sofrem de altas taxas de juros, diz Itaú ativo
O que é crédito giratório e por que é tão caro?

O crédito rotativo é acionado quando o consumidor não pode pagar o valor total da fatura do cartão de crédito na data de vencimento. Nesse cenário, o saldo pendente é financiado pelo banco, que cobra altas taxas de juros para compensar o risco de operação.
O Banco Central esclarece que, se o cliente não pagar a dívida a tempo, a instituição financeira deverá oferecer alternativas para pagamento em parcelas em condições menos caras – esse período é de 30 dias para o consumidor regularizar a situação.
No entanto, à medida que as taxas de juros rotativas podem atingir níveis assustadores, a inadimplência tende a aumentar a bola de neve da dívida, prejudicando a saúde financeira do usuário do cartão.
Limites para o interesse rotativo: o que mudou em 2024?
No final de 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que restringe as taxas de juros cobradas nas operações de crédito rotativas. Desde 3 de janeiro de 2024, as taxas não podem exceder 100% do valor da dívida original.
Apesar dessa limitação legal, o relatório do Banco Central revela que a taxa de rotatividade média anual permanece em níveis exorbitantes, atingindo 449,9% em maio de 2025. Esses dados refletem que, mesmo com restrições, o custo para aqueles que usam o rotativo ainda é muito alto.
Cartão de crédito parcelado também era alto
Outra modalidade que aumentou as taxas foi o cartão de crédito parcelado, cujos juros médios subiram 2,4 pontos percentuais, atingindo 181% ao ano em maio.
A parcela da fatura é uma opção comum para os consumidores que não podem pagar a fatura total, mas os juros praticados permanecem altos, tornando essa alternativa bastante cara a longo prazo.
Além disso, considerando todas as modalidades combinadas, a taxa total de juros do cartão de crédito saltou de 86,7% em abril para 90,1% em maio.
Registros de verificação especiais Uma ligeira queda de interesse
Embora o cartão de crédito tenha um aumento significativo nas taxas, o cheque especial – a segunda linha de crédito mais cara do mercado – apresentou uma redução.
Em maio, a taxa média de cheque especial caiu 2,7 pontos percentuais, de 137,4% para 134,7% ao ano. Embora essa retração seja positiva, o interesse ainda permanece alto, caracterizando essa modalidade como uma opção de crédito muito cara para os consumidores.
Empréstimos de folha de pagamento mantêm baixa tendência

Diferentemente do gotado e do cheque especial, os empréstimos da folha de pagamento continuaram a cair, com uma redução de 0,4 pontos percentuais em maio, atingindo 26,5% ao ano.
Essa modalidade é popular por oferecer taxas mais baixas, pois o pagamento de parcelas é descontado diretamente na folha de pagamento do tomador, reduzindo o risco para as instituições financeiras.
Impactos no consumidor e na economia
O aumento das taxas de cartão de crédito rotativo indica que o consumidor brasileiro enfrenta um cenário financeiro ainda desafiador. Os altos juros dificultam a alta da dívida e podem aumentar as taxas de inadimplência, pressionando o orçamento doméstico e afetando o consumo.
Para a economia, taxas altas podem reduzir o poder de compra e diminuir o crescimento, pois as famílias comprometem a maior parte da renda para pagar juros.
Como impedir que os juros do cartão de crédito atirem?
Os especialistas recomendam que o consumidor evite usar o crédito rotativo como uma forma de financiamento. Algumas dicas importantes:
- Pague o valor total da fatura: Sempre que possível, o equilíbrio completo para evitar a incidência de altas taxas de juros.
- Negocie com o banco: Se você não puder pagar a fatura, procure condições de parcelamento oferecidas pela instituição financeira, que geralmente são menos caras que o rotativo.
- Planeje o orçamento: Controle os gastos e evite compras que não se encaixam no orçamento mensal.
- Considere alternativas: Outros tipos de crédito com juros mais baixos, como empréstimos de folha de pagamento, podem ser melhores opções para emergências financeiras.
Cenário futuro: atenção ao gerenciamento de dívidas
Com o cenário atual de altas taxas de juros, consumidores e especialistas alertam sobre a importância da educação financeira e atenção extra ao uso do crédito.
O Banco Central e órgãos regulatórios monitoram o mercado para evitar práticas abusivas, mas a principal responsabilidade ainda é o usuário.