A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi posicionada sem rodeios na terça -feira (10) contra o aumento de impostos sobre o setor produtivo. Em uma nota oficial, a entidade expressou preocupação com as propostas que, segundo ela, vão contra o crescimento econômico. Entre os pontos criticados estão o fim da isenção nas cartas de crédito imobiliário (LCI) e agronegócio (LCA) e o aumento da taxa de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) para fintechs.
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Propostas do governo preocupam a indústria

Aumento de impostos e impacto no crédito
A proposta de elevar a taxa de imposto de CSLL de fintechs de 9% a 15% foi severamente criticada pela CNI. A entidade considera a medida um obstáculo adicional ao acesso ao crédito, especialmente em um cenário de alta taxa de juros e amplos spreads bancários. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a conseqüência direta será o aumento do crédito para o consumidor final.
“O setor produtivo já está sufocado por juros abusivos e spreads bancários distorcidos. Agora, o crédito será ainda mais caro”, disse Alban. “No final, o consumidor deve suportá -lo.”
Fim das isenções em LCI e LCA
Outro ponto controverso é a proposta de encerrar a isenção de impostos sobre a renda da LCI e da LCA, instrumentos essenciais de financiamento para setores de imóveis e agronegócios. A CNI argumenta que manter esses incentivos é vital para garantir o acesso ao crédito com condições mais competitivas, especialmente para pequenas e médias empresas.
“É inadmissível continuar estendendo essa situação. O Brasil precisa urgentemente de uma reforma que traga justiça tributária real”, disse Alban.
Defesa da reforma administrativa e corte de gastos
Alternativas apontadas pela CNI
Ao criticar os aumentos de impostos, a CNI reforçou seu apoio a medidas que considera mais estruturação para equilibrar as contas públicas. Entre as propostas defendidas estão:
- Avanço administrativo de reforma;
- Contenção de gastos públicos;
- Tributação de empresas de apostas virtuais, conhecidas como apostas.
A entidade enfatiza que é necessário melhorar a qualidade dos gastos públicos, em vez de sobrecarregar o setor produtivo com novos impostos.
Entrega de propostas ao Presidente Lula
Representantes de vários setores unificam o posicionamento
Viajar para Paris, representantes da CNI e das entidades de outros empregadores entregaram o presidente Luiz Inacio Lula da Silva um conjunto de propostas para promover o equilíbrio fiscal. Participou da iniciativa:
- Confederação Nacional de Transporte (CNT)
- Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
- Confederação Nacional de Instituições Financeiras (CNF)
- Confederação Nacional de seguradoras (CNSEG)
O gesto foi simbólico e procurou demonstrar a convergência entre vários setores sobre a necessidade de estruturar reformas em detrimento de soluções imediatas, como a elevação dos impostos.
A indústria de retração agrava a preocupação

Os dados recentes do IBGE mostram uma queda no setor
A crítica da CNI acontece em um contexto preocupante para a indústria nacional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor foi o único dos três principais setores da economia a encolher no primeiro trimestre de 2025, com uma queda de 0,1% em comparação com o trimestre anterior. O produto interno bruto (PIB) cresceu 1,4% no período, puxado principalmente pelo setor de serviços.
Crescimento desigual e risco de estagnação
O desempenho desigual da economia reforça a avaliação de que o setor produtivo está sendo desproporcionalmente penalizado por políticas econômicas que favorecem o aumento da coleta em relação à estimulação da produção.
Especialistas ouviram por veículos de imprensa e consultoria de mercado enfatizar que, sem um ambiente tributário mais estável e com incentivos claros de investimento, a indústria tende a perder ainda mais participação no PIB nacional.
O aumento das importações também pressiona
Combinação de fatores internos e externos
Além das altas taxas de juros, outro fator citado pelo CNI é o aumento das importações, que reduziu a competitividade da indústria brasileira. Com a valiosa moeda nacional e a redução de algumas tarifas de importação, muitos produtos manufaturados do exterior se tornaram mais competitivos do que os produzidos internamente.
Essa tendência se preocupa porque agrava a desindustrialização e compromete trabalhos de maior qualidade. Segundo a CNI, o cenário requer uma resposta estratégica do governo, com foco na rendustrialização e melhorando o ambiente de negócios.
O que o CNI quer: Resumo das reivindicações
Propostas centrais apresentadas pela indústria
CNI listou cinco ações prioritárias:
- Reforma administrativa conter gastos na máquina pública;
- Revisão do sistema tributáriofocado na justiça fiscal;
- Manutenção de isenções em LCI e LCA;
- Evite o aumento da CSLL para fintechsproteger o acesso ao crédito;
- Tributação de empresas de apostas virtuaisCriando uma nova fonte de coleção sem penalizar a produção.
De acordo com a entidade, essas medidas são mais eficazes para promover a justiça tributária e fortalecer a competitividade da economia brasileira.
Reações políticas e de mercado

O governo sinaliza a abertura ao diálogo
Os membros do governo federal, embora não se manifestem oficialmente com a nota da CNI, indicam nos bastidores que algumas propostas podem ser revistas. Também há articulação no Congresso para que a reforma tributária, ainda em processo, inclua dispositivos que protegem os setores estratégicos.
O mercado financeiro monitora o debate tributário
O mercado financeiro, por sua vez, reagiu com cautela. A possibilidade de tributação sobre LCI e LCA gerou uma queda nas cotações de algumas funções bancárias, enquanto o aumento da CSLL sobre a fintechs preocupa os investidores que apostam em expandir essas startups no Brasil.
Conclusão: o debate continua no centro da agenda econômica
O posicionamento do CNI reforça a tensão entre a necessidade de ajuste fiscal e a proteção do setor produtivo. O desafio do governo é encontrar um equilíbrio que permita aumentar a coleta sem comprometer o crescimento e a competitividade da economia brasileira.
Nesse cenário, o debate sobre o que deve ser o peso do setor produtivo no