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domingo, julho 27, 2025

Novo IPVA para ciclistas? Entenda a proposta de 2025 que gerou manifestações

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Um novo projeto de lei apresentado em junho de 2025 promete iluminar os debates sobre mobilidade urbana no Brasil. A proposta procura criar um imposto Semelhante ao IPVA para bicicletas – tradicional e elétrica – com taxas entre 1% e 3% do valor de mercado. A medida também prevê o revestimento obrigatório de bicicletas elétricas com energia superior a 250 watts ou velocidade acima de 25 km/h.

Apesar de sua justificativa – arrecadar fundos para investir na infraestrutura de ciclismo – a proposta não se encaixava bem entre ciclistas, ativistas ambientais, fabricantes e grande parte da sociedade civil. Os protestos já ocorreram em cidades como São Paulo e Recife, enquanto as redes sociais amplificam a resistência com hashtags como #Noaooipvabike.

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Imagem: User6309018 – Freepik

De acordo com o autor do projeto, um deputado do Centro -Oeste, a intenção é criar uma fonte estável de recursos para financiar a construção e manutenção de ciclovias, bicicletas e outros equipamentos urbanos que visam usar a bicicleta. A proposta oferece isenção para modelos de até R $ 1.500, com o objetivo de evitar impactos em usuários de baixa renda.

O que fornece para o projeto

  • Taxas entre 1% e 3% do valor de mercado da bicicleta
  • Placa obrigatória para bicicletas elétricas com energia acima de 250 watts
  • Isenção para modelos de até R $ 1.500
  • Os fundos arrecadados seriam destinados a obras de mobilidade ativa

Reações nas ruas e nas redes

A resposta para a proposta foi imediata e intensa. Em São Paulo, mais de 500 ciclistas participaram de um pedal de protesto na Avenida Paulista. Em Recife, os debates promovidos por associações locais mobilizaram conselheiros e cicleatidades.

Em redes sociais, personalidades do ambiente de ciclismo como Renata Falzoni e organizações como União de ciclistas do Brasil (UCB) reforçou o coro contra o projeto. A crítica mais frequente é que a medida pune um meio de transporte sustentável, acessível e já falta em infraestrutura adequada.

Falta de estrutura e incentivo

De acordo com Ibge, apenas 1,9% da população brasileira vive perto de ciclovias. Isso agrava o argumento de que, antes dos impostos, seria necessário investir significativamente na criação de condições seguras e funcionais para o uso da bicicleta como transporte diário.

Ponto de vista do ciclista

  • O imposto desencoraja o uso da bicicleta como transporte
  • Falta de infraestrutura mínima para justificar qualquer tipo de tributação
  • Os ciclistas reivindicam incentivos, não barreiras
  • O uso de bicicletas urbanas contribui para a redução de CO₂ e alívio no trânsito

Impacto nos modelos elétricos

As bicicletas elétricas, que se tornaram populares durante e após a pandemia, são o principal alvo da parte regulatória do projeto. O texto propõe que modelos mais poderosos (mais de 250 watts) sejam travados como uma maneira de controle e segurança de tráfego.

De acordo com dados de Aliança de bicicletaA produção de bicicletas elétricas no Brasil cresceu 66,2% em 2024com ênfase em modelos como o EllaDo grupo Moura. A indústria teme que o novo imposto e o requisito de requisitos afetem esse crescimento, tornando os modelos menos acessíveis para os trabalhadores urbanos e de entrega.

Números do setor

  • 23% queda na produção geral de bicicletas em 2024
  • Crescimento de 66,2% na produção de bicicletas eletrônicas
  • 19.147 Biciciclas elétricas produzidas em 2024
  • Custo médio de manutenção de uma bicicleta: R $ 200/ano

Argumentos a favor da tributação

Apesar das críticas, há quem defenda o projeto. Os parlamentares favoráveis ​​apontam para a necessidade de regular as bicicletas eletrônicas de alta potência e argumentar que os fundos fiscais podem beneficiar diretamente os próprios ciclistas.

Eles são inspirados em exemplos internacionais como Bogotá na Colômbia, que possui 550 km de ciclovias financiadas por impostos locais. No Brasil, a rede de ciclismo é de 4.000 km – concentrada em alguns municípios, como São Paulo (510 km) e o Rio de Janeiro (450 km).

Justificativas de defensores

  • Necessidade de regulação de bicicletas elétricas
  • Investimento em ciclovias e bicicletas
  • Modelo tributário semelhante ao de outros modos
  • Isenção para Biciclas Populares Impacto Social

O que a indústria de bicicletas diz

Impostos
Imagem: Freepik

O Aliança de bicicletaA principal entidade representativa do setor se posicionou contra o projeto. Para a entidade, o momento é estimular o uso da bicicleta, não uma penalidade. A associação defende subsídios para a aquisição de bicicletas elétricascomo ocorre nos países europeus e no Isenção IPI para o setor.

Estudo de Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) indica que cada pedalador de quilômetro evita, em média, 0,2 kg de emissões de co₂ comparado ao uso de carros. Para a indústria, a proposta legislativa contradiz os esforços para a sustentabilidade.

Mobilização e alternativas sugeridas

Com o aumento da resistência ao projeto, propostas alternativas também surgem. Parlamentares ligados à agenda ambiental propõem redirecionar parte do Cide-combina – Um imposto sobre combustível fóssil – para financiar a infraestrutura de ciclismo.

O União de ciclistas do Brasil propõe a criação de um Fundo Nacional de Mobilidade Ativaalimentado com recursos de multas e impostos sobre o tráfego sobre veículos poluentes. Outra ideia é o Expansão do programa de bicicleta Brasiljá fornecido por lei desde 2018, mas pouco implementado.

Processamento e próximos passos

O projeto ainda está na fase inicial do processamento no Comissão de Rodoviário e Transporte da Câmara dos Deputados. Para avançar, você também precisará passar pelo Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por Plenário da câmaraAntes de ir para o Senado.

As audiências públicas estão programadas para outubro de 2025 e terão assistência de representantes do governo, sociedade civil, setor industrial e especialistas em mobilidade urbana. Até então, o cenário indica intensificação da mobilização contrária ao projeto.

Ciclismo urbano e seus benefícios

Impostos
Imagem: Canetti / Shutterstock.com – Edição: Seu crédito digital

Estudo realizado pela USP ressalta que pedalar regularmente reduz o risco de doença cardiovascular em até 50%. Além disso, a bicicleta se destaca como um meio de transporte acessível: enquanto o custo médio de manutenção de um carro está por perto R $ 5.000 por anoA bicicleta é apenas R $ 200.

Cidades como SorocabaEm São Paulo, mostre que o investimento em obras de infraestrutura: com 110 km de ciclovias integradas, a cidade tem um aumento constante no uso de bicicleta como transporte.

Experiências internacionais

O Plano de mobilidade de bicicleta de ParisIniciado em 2001, demonstra os efeitos positivos de políticas públicas bem estruturadas. Com incentivos fiscais e obras dedicadas, a capital francesa triplicou o uso de bicicletas em apenas dez anos.

Conclusão

A proposta de criar um imposto de bicicleta reacende um antigo debate: como financiar a mobilidade urbana sem desencorajar meios de transporte sustentáveis? Apesar de trazer argumentos válidos sobre regulamentação e infraestrutura, o projeto enfrenta forte resistência social e política, especialmente tocando um tema sensível em tempos de crise ambiental.

O resultado da proposta dependerá da capacidade do Congresso de equilibrar a coleta com o incentivo, a regulamentação com liberdade e, acima de tudo, ouvir quem cavalga diariamente pelas cidades brasileiras.



Fonte Seu Crédito Digital

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