15.6 C
São Paulo
sábado, setembro 6, 2025

Crise climática ameaça ritual Kuarup, tradição indígena do Alto Xingu

NotíciasMeio AmbienteCrise climática ameaça ritual Kuarup, tradição indígena do Alto Xingu



A tradição indígena ameaçada pela crise climática vê um relatório completo no vídeo acima do resumo: um símbolo da cultura indígena do Upper Xingu está ameaçado: o ritual fúnebre de Kuarup. Kuarup não é uma festa que ocorre todos os anos, é uma cerimônia em homenagem a alguém importante que morreu no ano passado. “Kuarup começa com uma situação muito triste. A morte da pessoa … Então, no final, é muito, muito, muita alegria, muita emoção. Todo mundo feliz, criança, jovem, a festa é muito feliz”, diz Tapi Yawalapiti, chefe da vila de Yawalapiti. A vila ajuda a receber povos e comunidades convidados. Polvilhe e peixe são armazenados para alimentar os visitantes. Mas o cultivo de mandioca e a pesca tradicional já sentem os efeitos do desmatamento, contaminação por pesticidas e mudanças climáticas. “As mudanças climáticas já estão afetando nossas vidas. O rio está secando, pouca chuva e muito quente, e nosso plantio não está mais nascendo, crescendo, porque é muito quente”, diz Tapi Yawalapiti. As imagens de satélite revelam como nos últimos 40 anos o Xingu Indigenous Park se tornou uma ilha florestal em meio a plantações. “O que acontece quando você pega a floresta e coloca pasto? Você reduz a precipitação, reduz a evapotranspiração, reduz o escoamento, aumenta a temperatura e o período de seco mais prolongado. Alguma coincidência com o que você ouviu em Xingu?” Pergunta a Gilvan Sampaio, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE). Estima -se que 60.000 quilômetros quadrados tenham sido desmatados nas últimas quatro décadas em torno de Xingu. Uma área maior que a Croácia. E o desmatamento para dar lugar a pasto ou colheita é um grande motor de mudança climática. Quem está batendo nesse fardo é precisamente aqueles que habitam a região há séculos. A vida aqui se desenvolve nas margens e na água, o que é cada vez mais escasso. Os dados da plataforma Mapbiomas revelam que, nos nove municípios onde o Xingu Indigenous Park se estende, a área de rios e lagos diminuiu pela metade nas últimas quatro décadas. E ainda existe o problema da contaminação. “Você viu, as pessoas não receberam nada de peixe. Foi pequeno. Este ano é muito pouco peixe, certo? Meu pai era muito peixe. Porque as pessoas ainda não fizeram isso, ainda não venenam. Hoje está jogando muito veneno”, diz o xamã Mapulu Kamayurá. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz apontou para a presença de vinte pesticidas em amostras na terra indígena de Wawi, vizinha Xingu. Um dos produtos químicos encontrados é proibido no Brasil e carcinogênico. Três outros nem estão registrados no país. “Pelos pesticidas que foram detectados, esses proibidos, desses usos não autorizados e até os autorizados, levam a possíveis problemas endócrinos, malformação congênita, doença neurológica, câncer. Os produtos que são registrados, que são autorizados no país. Vida do povo indígena e sua cultura. Caso contrário, se a floresta for destruída, nossa cultura também será destruída, porque na floresta são todos materiais “, diz o chefe Tapi Yawalapiti. Veja também: borboletas sinalizam a lenta recuperação da floresta atlântica de Serra do Japi



g1

Check out our other content

Confira outras tags:

Artigos mais populares