A transferência de R $ 2 milhões feita por Pix pelo ex -presidente Jair Bolsonaro (PL) para seu filho Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, reacendeu o debate sobre a tributação dos principais movimentos financeiros entre os membros da família.
Segundo advogados consultados, a operação pode ser isenta de impostos, desde que seja formalmente caracterizada como reembolso de empréstimo ou dívida.
Caso contrário, o valor pode ser considerado uma doação, com incidência de imposto estadual, declaração obrigatória e até possíveis sanções em caso de fraude fiscal.
O que determina a tributação da operação

Especialistas explicam que a incidência ou não do ITCMD (imposto sobre transmissão causa mortis e doação) depende de natureza legal da transação.
Se for considerado uma doação, a taxa pode alcançar 8% no estado do Rio de Janeiroo que significaria uma transferência de aproximadamente R $ 160 mil para os cofres públicos estaduais.
Quando há isenção de imposto
A operação pode ser isenta de impostos nas seguintes situações:
- Empréstimo (mútuo) com contrato formalizado
- Pagamento de dívida comprovado
- Reembolso de despesas documentado
Em todos os casos, é A existência de documentação é essencial robusto, com valores, prazos, condições e até juros, se aplicável.
Situações que exigem pagamento de impostos
Por outro lado, a transação estará sujeita ao ITCMD e outras sanções se:
- É classificado como doação sem contrato mútuo
- Representar a Herança avançada
- Qualquer Falta de declaração formal para o IRS e o banco central
- Não há prova de origem e propósito do valor
O que os especialistas dizem

O advogado Ana Cláudia ArgentaDo escritório da Innocenti Advogados, ele disse a Folha que a ausência de documentação pode levar as autoridades fiscais a reinterpretar a natureza da operação.
“A ausência de documentos formais pode levar as autoridades fiscais a classificar a operação como uma doação ou antecipação de herança disfarçada, sujeitando -a à tributação aplicável, bem como a quaisquer penalidades”.
O advogado Jaylton Lopes Jr.Especialista em Lei do Patrimônio, alertou sobre o risco de implicações criminais:
“Se a fraude estiver configurada, as autoridades fiscais poderão desconsiderar o contrato de empréstimo, requalificar a operação como uma doação, exigir o ITCMD com multa e juros e, eventualmente, representar ao Serviço de Promotoria Pública para qualquer crime contra a ordem fiscal, se houver intenção”.
O contribuinte Christiane ValeseDo escritório Danelli, Nicolai e Zenid Advogados, enfatizaram que Relacionamentos familiares não excluem a formalidade:
“Se não houver uma documentação adequada que prove que é um reembolso mútuo ou reembolso de despesas, existe o risco de que a operação seja qualificada como doação, sujeita a tributação do ITCMD e, eventualmente, a outras consequências tributárias e criminais”.
Declaração obrigatória para as autoridades fiscais
Mesmo que seja considerado um empréstimoO pix de R $ 2 milhões:
- Deve ser declarado para o IRS
- Deve ser informado para o banco centralpara envolver o transporte no exterior
- Pode ser analisado pelas autoridades fiscais dos EUApaís onde Eduardo Bolsonaro atualmente reside
A omissão ou declaração incorreta pode levar a multas, investigações e questões fiscais.
A transferência internacional requer cuidados adicionais

Como o valor foi enviado a alguém fora do Brasil, mesmo que parente, o banco central pode exigir:
- Prova de fins de transferência
- Contrato de câmbio ou justificativa formal
- Informações sobre o Uso do valor transferido
Se o valor tiver sido enviado através de uma conta em dólares ou operação de câmbio, também pode haver implicações da perspectiva da regulamentação do intercâmbio e da receita dos EUA.
Comparação: doação x empréstimo
Critério | Doação | Empréstimo (mútuo) |
---|---|---|
Requer contrato | Não (mas pode ser declarado) | Sim (formal, com cláusulas e assinaturas) |
Tributável por ITCMD | Sim | Não, se bem documentado |
Declarado para o banco central | Sim | Sim |
Pode gerar sanções tributárias | Sim, se omitido | Sim, se declarado incorretamente |
Requer responsabilidade futura | Não | Sim (principal + interesse, se houver) |
Conclusão
A transferência de US $ 2 milhões por Jair Bolsonaro para o filho Eduardo Bolsonaro só estará isenta de impostos se um comprovado empréstimo documentado ou pagamento de uma dívida existente. Caso contrário, as autoridades fiscais podem requalificar a operação como uma doação, com imposto estadual, multa e até investigação por um crime contra a ordem fiscal.
O episódio alerta para os contribuintes que realizam transações financeiras significativas entre membros da família, especialmente envolvendo valores internacionais. Formalidade, contrato e transparência são essenciais para evitar riscos fiscais.
Imagem: Marcelo Chello / Shutterstock.com