A prefeitura de Venda Nova do Imigrante, em Espírito Santo, iniciou o processamento de um projeto de lei que busca regular a coleção de ingressos em eventos organizados ou apoiados pelo município. A proposta ocorre após a repercussão de uma medida sem precedentes adotada no último partido de emancipação política, quando, pela primeira vez, o pagamento foi obrigado a acessar uma das noites da celebração.
A decisão causou críticas e abriu um debate legal e social sobre a legalidade da coleta em eventos financiados, no todo ou em parte, com recursos públicos. Agora, o governo municipal tenta formalizar a prática por meio de legislação específica.
Entenda o que a conta diz

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Quais eventos serão impactados?
O texto arquivado em Conselho de Conselheiros Em 6 de junho, prevê que a cobrança de ingressos possa ser aplicada em qualquer evento organizado, apoiado ou financiado pela cidade de Venda Nova do Imigrante. Isso inclui espaços públicos e privados, desde que haja participação direta do município.
Como os valores serão definidos?
De acordo com o artigo 2 do projeto, o valor do bilhete será corrigido pela própria prefeitura, considerando:
- Natureza, tipo e tamanho do evento;
- Custos estimados de realização;
- Capacidade pública e estrutura disponível;
- Propósito e destino dos fundos arrecadados.
Haverá isenções ou descontos?
O projeto prevê isenção total ou parcial para alguns grupos, mediante regulamentação. Estão incluídos:
- Estudantes regularmente matriculados;
- Pessoas com deficiência;
- Jovens de baixa renda;
- Idoso;
- Professores de redes públicas e privadas.
O que motivou a proposta?
O prefeito Dalton Perim argumenta que a regulamentação é necessária para reduzir a dependência de recursos públicos no financiamento de grandes eventos.
Segundo ele, a coleção de ingressos permitirá que a cidade investirá menos do orçamento nas partes, garantindo um programa de qualidade sem comprometer os cofres municipais.
Legalidade
O que a legislação diz?
Atualmente, a Constituição Federal proíbe a cobrança de taxas ou ingressos para acesso a serviços públicos, a menos que haja uma disposição legal específica. A coleção feita durante o 37º Partido de Emancipação Política – no espaço público em Polentão – foi criticado com precisão por não ter apoio legal.
Repercussão entre a população e especialistas
Crítica aos moradores
Entre os cidadãos de Venda Nova, a coleção é vista pela população como injusta. Os moradores argumentam que os eventos promovidos com recursos públicos devem ser gratuitos e acessíveis a todos.
Visão especializada
Os juristas consultados indicam que, embora a legislação permita a criação de leis locais que regulam esse tipo de coleta, é essencial garantir total transparência na alocação de recursos e no acesso dos cidadãos aos eventos.
Para onde vai o dinheiro do ingresso?
A proposta afirma que os fundos arrecadados com a venda de ingressos serão destinados exclusivamente para a cobertura dos custos do evento, incluindo:
- Babos de artistas e atrações culturais;
- Segurança e controle de acesso;
- Estrutura física, como estágio, som e iluminação;
- Limpeza e manutenção do espaço;
- Quaisquer ações sociais vinculadas à festa.
Próximas etapas no Conselho da Cidade

O projeto foi lido em plenário em 11 de junho e agora vai para a análise nos comitês temáticos da Câmara.
O que pode acontecer?
- Aprovação: A coleta de ingressos se torna legal e regulamentada.
- Rejeição: A cidade é impedida de coletar ingressos, a menos que reformule a proposta.
Perguntas frequentes – perguntas frequentes
A cidade pode cobrar ingresso para eventos públicos?
Atualmente, não. Somente se houver uma lei municipal específica que permita essa coleção, conforme previsto no projeto enviado à Câmara.
Quais eventos podem ser pagos?
Qualquer evento organizado, apoiado ou financiado pela prefeitura, tanto em espaços públicos quanto privados.
Quem terá direito a metade do preço?
Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, jovens e professores de baixa renda, de acordo com os regulamentos do município.
Onde o dinheiro arrecadado?
Os ingressos serão usados para financiar os próprios eventos, como taxa, estrutura, segurança e serviços.
Considerações finais
A discussão sobre a coleção em eventos públicos vai além dos aspectos legais e financeiros. Também levanta questões sobre o acesso democrático à cultura e lazer, especialmente em pequenos municípios, como Venda Nova do Imigrante.
Embora parte da população entenda a coleção como uma maneira de garantir eventos mais organizados e atrações maiores, outra parte argumenta que as partes populares devem permanecer livres, pois são financiadas com dinheiro público.