Nos últimos meses, a tributação dos serviços de streaming retornou ao Centro de Discussões no Brasil. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, reiterou publicamente seu apoio à implementação de um padrão que estabelece uma coleção financeira de plataformas de streaming para fortalecer o setor audiovisual brasileiro. Segundo ela, o objetivo é garantir a soberania cultural do país e promover a produção local, sem ser confundida com a criação de um novo imposto.
Este artigo detalha os principais pontos desta proposta, que ainda está sendo processada no Congresso e analisa o impacto esperado no mercado, consumidores e cultura brasileira.
O que propõe a regulamentação dos serviços de streaming?

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Contribuição para o Fundo Setorial de Audiovisual (FSA)
A principal novidade da proposta é a criação de uma contribuição financeira obrigatória, que será destinada a FSA. Essa contribuição é inspirada por modelos já aplicados para TV paga e telecomunicações, que também coletam recursos para promover a cultura.
A taxa sugerida varia de 0% a 6%, dependendo da receita das empresas, com um sistema progressivo que visa evitar impactos excessivos em plataformas menores.
Incentivos para investimento em produções nacionais
Um ponto central do projeto é a estimulação direta à produção brasileira. As plataformas que investem em conteúdo nacional podem deduzir até 60% da contribuição, incentivando parcerias com produtores locais e aumentando a diversidade regional e cultural do país.
Cotas de conteúdo nacional: o que muda nas plataformas?
Além da contribuição financeira, o regulamento estabelece que as plataformas de streaming mantêm pelo menos 10% de seu catálogo composto por conteúdo nacional, especialmente obras independentes e que valorizam a diversidade cultural do Brasil.
Essa medida visa equilibrar o mercado e garantir uma maior visibilidade para as produções locais, que geralmente estão em segundo plano diante de grandes lançamentos internacionais.
A controvérsia das taxas: governo x movimento vod12
O Projeto de Lei 2.331/2022, conhecido como Lei Toni Venturi, recebeu críticas principalmente do movimento VOD12 – um grupo de artistas e profissionais audiovisuais que defendem a tributação mais pesada, sugerindo até 12% de taxas e 20% de cotas de exibição nacional.
Transparência, supervisão e pirataria de combate
Para garantir a conformidade com a lei e a transparência no setor, as plataformas devem compartilhar dados sobre seus algoritmos e políticas de exposição com a Agência Nacional de Cinema (ANCINE). Essa medida permitirá maior supervisão sobre como o conteúdo é recomendado e exibido ao público.
Ao mesmo tempo, o ANCINE e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) intensificaram ações conjuntas para combater a pirataria de filmes e séries, uma ameaça constante ao mercado nacional audiovisual.
Serviço de streaming público: uma nova aposta do governo

Além das medidas que envolvem o setor privado, o governo planeja lançar em 2025 um serviço de streaming público. A plataforma se concentrará no conteúdo educacional, cultural e histórico produzido por instituições públicas, expandindo o acesso da população a produções nacionais que valorizam a identidade cultural brasileira.
Perguntas frequentes (FAQ)
Os serviços de streaming pagarão impostos no Brasil?
Não exatamente. A proposta prevê uma contribuição para o fundo setorial audiovisual, que é um regulamento para promover a cultura, não um imposto tradicional.
As plataformas terão que exibir conteúdo brasileiro?
Sim. A regulamentação exige que pelo menos 10% do catálogo da plataforma seja composto por conteúdo nacional.
Isso tornará o preço da assinatura mais caro?
O governo afirma que a regulamentação não deve afetar diretamente o preço do consumidor.
Existe regulamentação semelhante em outros países?
Sim. Países como França, Alemanha e México já têm regras semelhantes para serviços de streaming.
Considerações finais
O governo mantém o diálogo aberto com parlamentares, artistas, plataformas e outros envolvidos, buscando aprovação em 2025.
Espera -se que esta legislação marque um novo capítulo para o audiovisual brasileiro, fortalecendo a produção local e garantindo um maior equilíbrio no mercado.