Um antigo item de segurança de veículos está prestes a retornar ao centro das atenções no Brasil: o extintor de incêndio. O projeto de lei da Câmara (PLC) 159/2017, proposto pelo senador Eduardo Braga, reacende o debate sobre a obrigação do equipamento em veículos de passageiros.
A proposta, que já foi aprovada no comitê e aguarda uma votação no Senado, modifica o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e divide opiniões entre especialistas, parlamentares e motoristas.
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O que diz o PLC 159/2017?

O extintor do tipo ABC pode se tornar obrigatório
O PLC 159/2017 determina o retorno do extintor de incêndio da ABC em carros de passageiros. Esse tipo de extintor é mais eficaz para combater incêndios causados por combustíveis sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
A legislação anterior, que exigia o uso, foi modificada em 2015 pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), tornando o item opcional para veículos de passageiros.
Quais veículos seriam afetados?
Se aprovado, o projeto tornaria o extintor de incêndio obrigatório para:
- Carros de passageiros;
- Veículos de carga;
- Transporte público de passageiros;
- Carros de uso privado.
Os veículos de transporte público e de transporte público já mantêm o requisito, mas a nova lei estenderia essa obrigação a todo o público.
Por que a obrigação do extintor é tão controversa?
Avanços tecnológicos questionam a necessidade
Especialistas e entidades da indústria automotiva, como Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Motorizados (Anfavea) Eles argumentam que os carros modernos já têm uma série de inovações que minimizam significativamente o risco de incêndios. Entre essas inovações estão:
- Sistemas elétricos mais seguros;
- Uso de materiais não inflamáveis;
- Maior isolamento e combustível de cabo.
Esses fatores tornariam o extintor de incêndio um item obsoleto ou, pelo menos, gasto para uso diário.
Experiência internacional: o que outros países fazem?
A comparação internacional também pesa contra a obrigação. Na maioria dos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão, o uso de extintores de incêndio em veículos de passageiros Não é exigido por lei.
Isso fortalece o argumento de que a lei brasileira, se aprovada, pode se mover contra a tendência global.
Argumentos a favor do retorno do extintor
Reação rápida em emergências
Defensores da nova legislação apontam que, embora o risco de incêndio seja baixo, O extintor pode ser essencial nos primeiros segundos de um incidenteespecialmente:
- Curtos circuitos no painel;
- Superaquecimento do motor;
- Vazamentos de combustível com ignição.
Em todos esses casos, o uso imediato do extintor pode evitar tragédias maiores antes da chegada dos bombeiros.
Potencial de baixo custo e alto proteção
Outro argumento favorável à obrigação é o custo relativamente acessível do extintor, que varia entre R $ 60 e R $ 120Dependendo do modelo e do local de compra. Considerando o valor de um veículo, é um baixo investimento para proteção extra.
Reações no Congresso e entre motoristas
Senado dividido: segurança x eficiência
O debate no Senado reflete uma divisão clara entre aqueles que vêem a proposta como costas burocráticas E aqueles que acreditam nisso Nenhuma medida de segurança é exagerada.
Eduardo Braga, autor do projeto, afirma que “o extintor não pode ser tratado como um item opcional, mas como uma ferramenta para alívio imediato”.
Os motoristas dão sua opinião sobre as redes
Nas redes sociais e fóruns de discussão, os motoristas também estão divididos:
- Parte dos motoristas aprova a medida como uma camada extra de segurança;
- Outros veem como outra despesa desnecessária e burocracia, que não resolve os problemas reais do tráfego brasileiro.
Como a nova lei pode afetar o motorista?
Alterações no código de tráfego
Se sancionados, a nova regra incluirá novamente o extintor de incêndio entre o Equipamento obrigatório do CTB. A ausência do equipamento pode resultar em:
- Multa para infração média (R $ 130,16);
- Aumento de 4 pontos no CNH;
- Possível retenção de veículos para regularização.
Supervisão e prazo para adaptação
A proposta ainda não detalha um período de transição, mas é provável que o Contran estabeleça um prazo para os motoristas se adaptarem. O mais comum em legislações semelhantes é um período de 90 a 180 dias Após a publicação oficial da lei.
Como seguir o progresso do projeto?

Acesse o site federal do Senado
Cidadãos interessados em monitorar o progresso do PLC 159/2017 podem acessar o site oficial do Senado federal. Lá, é possível:
- Veja o texto completo da proposta;
- Consultar os últimos movimentos legislativos;
- Leia opiniões e justificativas técnicas do projeto;
- Participe de consultas públicas sobre a proposta.
Siga pelo link: www.senado.leg.br.
Considerações finais
A proposta que assume a obrigação do extintor de incêndio nos veículos de passageiros traz para o Um debate importante sobre segurança rodoviária e a eficácia real de medidas preventivas.
Com argumentos válidos de ambos os lados, a decisão do Senado deve equilibrar a inovação tecnológica, a legislação moderna e a preservação da vida. Qualquer que seja o resultado, a discussão serve como um aviso à importância de Prevenção de acidentes e incêndios no tráfego brasileiro.
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