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segunda-feira, setembro 8, 2025

Uma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?

TecnologiaUma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?


Em uma entrevista recente, o influenciador Maya Massafera revelou o desejo de se tornar mãe, mencionando a possibilidade de implantar um útero. Com isso, Maya, que teve inúmeras cirurgias desde sua transição, acabou abordando um ponto desafiador para a medicina. Afinal, uma mulher trans pode realizar transplante de útero?

Neste artigo, você entenderá o que exatamente é o transplante de útero, o que ele faz no corpo do receptor e o que se sabe sobre esse procedimento até agora em pessoas que não são mulheres cis, incluindo as complexidades médicas e sociais envolvidas nessa inovação. Confira!

Uma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?

O transplante de útero é um procedimento complexo e altamente especializado, realizado em várias etapas/shutterstock_svetazi

Antes de responder a essa pergunta, abordaremos algumas respostas importantes sobre o que a ciência já encontrou sobre o transplante de útero nas mulheres. E que expectativas para o procedimento em mulheres trans, houve um caso no mundo? Veja abaixo.

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O que é um transplante de útero?

Especialmente o transplante de útero é uma técnica médica que permite que as mulheres nascidas sem o órgão experimentassem ciclos menstruais e grávidas. No entanto, as mulheres que perderam o útero devido a cânceres ginecológicos, miomas, endometriose ou complicações pós -parto também podem recorrer ao transplante como alternativa para experimentar a gravidez.

Existe um transplante de útero por Sus?

Não. O procedimento ainda é considerado experimental no Brasil e não está disponível pelo SUS.

Para quem é indicado o transplante de útero?

É adequado para pessoas com infertilidade uterina absoluta, como mulheres que nasceram sem útero ou a perderam por doenças ou complicações.

Geralmente, os doadores são mulheres falecidas ou vivas que não querem mais ter filhos. O procedimento que foi realizado em várias partes do mundo desde 2014 teve um marco importante no Brasil.

Em 2016, um brasileiro enfatizou ser o primeiro caso de um transplante de útero bem -sucedido de um doador falecido na América Latina. Além disso, ela teve a primeira gravidez bem -sucedida no mundo que ocorreu a partir de uma doação de órgãos.

Como o transplante é realizado?

Primeiro, é necessário encontrar um doador compatível. Assim, os critérios de idade, o histórico anterior da gravidez e as boas condições gerais de saúde também devem ser consideradas.

A partir dessas definições anteriores, a técnica envolve a remoção do útero de um doador (vivo ou falecido) e o implante no receptor, que agora possui ciclos menstruais e pode engravidar por fertilização in vitro. Após o nascimento do bebê, o útero é geralmente removido para evitar os riscos de uso prolongado de imunossupressores.

Questões envolvendo transplante de útero em uma mulher trans

O corpo de uma mulher vestindo uma camisa branca está sentada com as mãos sobre o útero, representando o conceito de câncer do colo do útero.
A condição em que as mulheres nascem sem útero é conhecida como Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH)/Shutterstock_phawat Síndrome (MRKH)

Acima de tudo, o transplante de útero em mulheres trans ainda é um impasse pela medicina. Os desafios como distinções anatômicas e hormonais das mulheres cis são os principais fatores. Por esse motivo, o procedimento ainda é limitado apenas a mulheres com síndrome de Rokitansky (condição que a pessoa nasce sem útero) como mencionamos.

Assim, a mulher cis com esta foto, que recebe o útero implantado, agora menstruado, pois eles têm os ovários, produzindo hormônios normalmente. O que não é o caso das mulheres trans.

O único caso em que o procedimento ocorreu no mundo teve um final malsucedido, dadas as complexidades daqueles tempos. Afinal, quando aconteceu em 1931, não havia registros de procedimentos nas mulheres cis, para ter uma idéia.

O caso aconteceu na Dinamarca, quando o artista trans Lili Elbe passou por uma série de cirurgias de afirmação de gênero, incluindo transplante de útero, algo extremamente experimental para o tempo.

Infelizmente, Lili faleceu alguns meses depois devido a complicações pós -operatórias, pois a medicina não tem recursos para lidar com a rejeição de órgãos e infecções graves. Sua história mudou o mundo e foi retratada no filme “The Danish Girl” (“The Danish Girl”, 2015), trazendo visibilidade à trajetória de uma das primeiras pessoas a buscar cirurgias de reatribuição de gênero.

Quais são as perspectivas de transplante de útero para mulheres trans?

Ilustração 3D do processo de fertilização in vitro, mostrando a fusão de espermatozóides e ovos. Inseminação artificial, ovos femininos fertilizantes de esperma. Estágio vital na reprodução humana. Biotecnologia FIV
Mulheres que têm transplante de útero só podem gerar uma criança por fertilização in vitro/ShotStock_corona borealis studio

Mesmo em face das complexidades que envolvem o transplante do útero em mulheres trans, felizmente a medicina não descarta a possibilidade. Assim, os estudos continuam sendo realizados para garantir a segurança do paciente no futuro.

De acordo com o cirurgião ginecológico Richard Smith – que participou do primeiro transplante de útero no Reino Unido – a estimativa é que o procedimento pode se tornar viável para mulheres trans dentro de 10 a 20 anos, dependendo dos avanços técnicos e científicos. Essa previsão é baseada no tempo que levou ao transplante para se tornar seguro em mulheres cis.

Reflexões éticas sobre a inclusão na medicina reprodutiva

A análise publicada pela Universidade da Pensilvânia, intitulada “Transplante uterino em mulheres transgêneros”Oferece uma revisão ética robusta sobre o transplante de útero, especialmente em contextos envolvendo mulheres trans.

O estudo não apenas revisa os primeiros casos clínicos bem -sucedidos em mulheres cis com infertilidade uterina absoluta, mas também explora os critérios médicos para doadores e receptores, os riscos associados à rejeição de órgãos, uso prolongado de imunossupressores e os limites atuais da viabilidade gestacional.

Mais do que uma análise técnica, o artigo propõe uma expansão do debate sobre direitos reprodutivos, argumentando que o transplante de útero pode representar um avanço significativo na autonomia do corpo e na equidade de gênero.

Ao incluir pessoas trans e não -binárias na discussão, mesmo reconhecendo a escassez de dados clínicos específicos para esses grupos, os autores reforçam a importância de uma abordagem ética que segue os avanços biomédicos.



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