A proposta de imposto de renda tributária isenta os títulos de imposto de renda, como Crédito Imobiliário (LCIS) e Cartas de Crédito do Agronegócio (LCAs), moveu o mercado financeiro na segunda -feira (9 de junho de 2025). A medida, anunciada pelo ministro das Finanças, Fernando Haddad, pretende implementar uma taxa de 5% em produtos tradicionalmente livres, como uma maneira de equilibrar a receita federal e reduzir as distorções entre ativos financeiros.
A resposta veio rapidamente da Associação Brasileira de Entidades Financeiras e do Mercado de Capitais (ANBIMA), que declarou apoio parcial à iniciativa, observando que está alinhada com uma defesa histórica da entidade para reduzir as assimetrias entre os vários produtos de investimento. Ao mesmo tempo, Anbima fez duras críticas ao caráter de coleta exclusivamente das medidas e à ausência de soluções para os problemas estruturais do mercado de capitais.
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Entender a proposta de tributação de títulos isentos
A nova proposta do Ministério das Finanças visa incluir uma série de produtos de renda fixa na coleta de imposto de renda que, até então, desfrutava de isenção. Eles são:
- LCI (Carta de crédito imobiliário)
- LCA (Carta de crédito do agronegócio)
- CRA (Certificado de Recebíveis Agrícolas)
- Cri (Certificado de recebíveis imobiliários)
- LIG (Carta imobiliária garantida)
- Incentivou debêntures (focado na infraestrutura)
De acordo com dados do próprio governo, o estoque de investimentos em documentos isentos de IR adicionados R $ 1,2 trilhão em dezembro de 2024destacando o potencial de coleta da mudança.
“Tudo isento será acusado. Eles permanecerão atraentes contra títulos do governo, mas não podem permanecer completamente isentos porque gera distorção no mercado e dificulta o trabalho do tesouro nacional”, disse o ministro Fernando Haddad.
A reação de Anbima: apoio parcial e crítica pontual
Anbima reconheceu que a proposta de Haddad está alinhada com as posições anteriores da entidade, que defendeu uma equalização tributária entre produtos financeiros há anos. Para a associação, a isenção de ir a certas modalidades criou concorrência injusta e impediu a alocação de capital eficiente.
Redução de assimetrias no mercado
“Entre as mudanças anunciadas, a tributação de LCIs e LCAs está alinhada com uma defesa histórica de Anbima, a favor da redução das assimetrias entre diferentes produtos de investimento”, afirmou a associação em comunicado.
Essa assimetria levou os investidores a desviar os recursos de outras opções igualmente seguras, como títulos do governo, em favor de produtos isentos – que, de acordo com a entidade, interromperam o equilíbrio do mercado e aumentaram os desafios para a gestão da dívida pública.
Medidas de coleta de curto prazo
No entanto, Anbima enfatizou que a proposta tem claramente o viés de coleta e a curto prazo, sem tocar nos problemas centrais que bloqueiam o desenvolvimento do mercado financeiro no Brasil.
“As informações divulgadas até agora evidenciam a adoção de medidas coletadas e de curto prazo. Eles não atingem o problema estrutural, que requer ações coordenadas de curto, médio e longo prazo”, afirmou a associação.
As críticas são direcionadas à ausência de uma estratégia que lida com fatores como burocracia excessiva, insegurança legal e alta carga tributária global sobre o setor produtivo.
Investidores e mercado reagem com cautela

A proposta tributária causou apreensão entre investidores institucionais e gerentes de propriedade, que temem impactos na lucratividade do produto e mudanças no perfil de alocação de recursos do cliente.
Fundos imobiliários e agro podem sofrer
Os especialistas avaliam que os fundos dedicados ao crédito privado, especialmente aqueles vinculados ao setor imobiliário e do agronegócio, podem enfrentar perda de atratividade. A lucratividade líquida dessas funções foi uma das principais atrações para os investidores conservadores de perfil, que poderiam migrar para ativos com maior liquidez ou isenção preservada, como o Tesouro Diretor.
Os títulos do governo ganham de tirar o fôlego
Com a redução do diferencial entre documentos isentos e títulos do governo, o Tesouro Nacional pode se beneficiar de um aumento na demanda por suas emissões, o que ajudaria a conter o custo da dívida pública. Esta é uma das justificativas do governo para a mudança: tornar o financiamento sindical mais competitivo.
Impactos no setor de crédito imobiliário e agrícola
Apesar da visão técnica favorável da equalização tributária, os setores beneficiados diretamente por isenções anteriores mostram preocupação com o impacto da medida no fornecimento de crédito.
O setor imobiliário teme retração
As empresas de incorporação e construção civil alertam que a perda de isenção de LCI pode fazer com que o custo do financiamento da habitação, pois os bancos perdem incentivo para arrecadar fundos por meio desses instrumentos. O aumento dos custos de crédito pode excluir parte significativa da população do acesso à casa financiada.
Alertas do agronegócio para o aumento da produção
A mesma lógica se aplica aos LCAs e CRAs, instrumentos importantes para o financiamento do agronegócio. A Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) já se manifestou contra a medida, alegando que compromete o acesso ao crédito rural e pode levar ao aumento dos preços dos alimentos.
Haddad procura manter o equilíbrio fiscal sem levantar

As medidas anunciadas nesta semana foram projetadas como uma alternativa para aumentar o IOF (imposto sobre operações financeiras), considerado pelo próprio governo como um imposto regressivo e ineficiente. A idéia é manter o ajuste fiscal sem penalizar diretamente o consumo ou o crédito de curto prazo.
No entanto, sem consenso no Congresso e críticas de diferentes frentes – incluindo a Base Aliada -, o Ministro das Finanças enfrenta dificuldades para permitir a proposta.
“Ainda precisamos de detalhes. As medidas podem até caminhar na direção certa, mas elas precisam ser inseridas em um projeto fiscal mais robusto e coerente”, disse um parlamentar base.
A análise estrutural ainda é necessária
A Anbima encerrou sua declaração reforçando a importância de abrir o debate sobre o saldo fiscal com o foco não apenas na coleção, mas no gerenciamento mais eficiente dos gastos públicos.
“Reconhecemos a importância de abrir o debate sobre o equilíbrio fiscal e argumentar que o Brasil pronuncia melhor eficiência da receita e gerenciamento mais eficaz dos recursos públicos para conter a evolução dos gastos primários”, conclui a nota.
A mensagem é clara: você precisa pensar além da coleção. Sem uma ampla reforma tributária, burocracia e controle de despesas, o Brasil continuará tendo dificuldades em consolidar um ambiente econômico estável, competitivo e atraente para investimentos a longo prazo.
Imagem: Seu crédito digital