A exportação brasileira de carne bovina registrou um forte crescimento em junho de 2025. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), compilados pela Associação Brasileira de Indústrias de Exportação de Carne (Abiec), o país exportou 271,2 mil toneladas do produto no mês, um aumento de 23,7% em comparação com o mesmo período de 2024. A receita gerada foi de US $ 1,428 bilhão – crescimento significativo de 50%.
O desempenho consolida a recuperação e expansão do setor de carne, que observou aumentos sucessivos desde o início do ano. Junho também foi o mês mais absoluto nas exportações no primeiro semestre de 2025, superando as remessas de maio.
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Destaque para carne fresca e liderança da China

Participação de produtos exportados
O principal produto vendido foi a carne fresca, responsável por 91,9% da receita obtida em junho. Foram US $ 1,31 bilhão arrecadado com o envio de 241 mil toneladas. As carnes industrializadas receberam 4,7%da participação (US $ 67,8 milhões), seguidos por crianças (2,4%), tripas (0,5%), gorduras (0,3%) e carnes salgadas (0,1%).
O perfil das exportações segue a tendência observada nos últimos anos, com grande demanda por cortes frescos e refrigerados, especialmente para atender aos mercados asiáticos.
Principais destinos de carne brasileira
A China permaneceu como o principal destino da carne bovina do Brasil, absorvendo 50,1% do volume total exportado em junho. O país asiático importou 136 mil toneladas, gerando US $ 743,5 milhões para os cofres brasileiros – um crescimento de 84,4% em valor e 47,9% em volume em comparação a junho de 2024.
Na segunda posição estavam os Estados Unidos, que importaram 18,2 mil toneladas, com receita de US $ 123,6 milhões. O México apareceu como um destaque do mês, com crescimento exponencial de 341,2% nas compras: houve 16,4 mil toneladas e receita de US $ 89,8 milhões.
Outros mercados importantes em junho incluem:
- União Europeia: 8,7 mil toneladas (alta de 37,3%), com US $ 73,5 milhões em receita.
- Chile: 9,3 mil toneladas, gerando US $ 52,1 milhões.
Semestre acumulado Pontos de avanço consistente

No primeiro semestre de 2025, as exportações de carne bovina do Brasil totalizaram US $ 7,23 bilhões, um crescimento de 27,1% no mesmo período do ano anterior. O volume total enviado atingiu 1,47 milhão de toneladas, representando um aumento de 13,4%.
Mercados médios e proeminentes mensais
A média mensal de exportação entre janeiro e junho foi de cerca de 245.000 toneladas, o que reforça a consistência do desempenho do setor ao longo dos meses.
A liderança continua com a China, que importou 641,1 mil toneladas e gerou US $ 3,22 bilhões para o Brasil – um aumento de 28,2% em valor em comparação com a primeira metade de 2024.
Os Estados Unidos também expandiram sua participação, com 181,5 mil toneladas abordadas e receitas de US $ 1,04 bilhão, crescimento de 102%.
Outros destaques no semestre:
- Chile: 58,9 mil toneladas (US $ 315,5 milhões), aumento de 37,4%.
- México: 52 mil toneladas (US $ 276,3 milhões), um aumento de 235,7%.
Implicações para o agronegócio brasileiro
Competitividade e saúde animal
A expansão das exportações de carne bovina reforça a competitividade do Brasil no mercado internacional. Manter padrões sanitários rigorosos, expandir os acordos comerciais e recuperar a confiança em mercados estratégicos como a China são fatores -chave para um bom desempenho.
A rastreabilidade de gado, as melhorias logísticas e os avanços nas certificações internacionais também contribuem para a consolidação do Brasil como líder global na produção de proteínas animais.
Desafios e perspectivas
Apesar dos números positivos, o setor enfrenta desafios relevantes, como:
- Volatilidade da taxa de câmbio e preços internacionais
- Pressões ambientais e requisitos de sustentabilidade
- Barreiras comerciais e sanitárias nos países importadores
A expectativa, no entanto, é de continuidade no ritmo do crescimento, especialmente com a abertura de novos mercados, como a Indonésia, a Malásia e a Arábia Saudita, bem como a retomada gradual de importações de países que suspenderam temporariamente os embarques.
Conclusão
Com um aumento de 23,7% em volume e 50% no valor da exportação em junho de 2025, a carne bovina brasileira mostra força no cenário global. A China permanece como o principal parceiro comercial, mas o avanço do México e a consolidação de outros mercados sinalizam diversificação saudável dos destinos.
O resultado positivo do semestre confirma a relevância da carne bovina para o balanço comercial brasileiro e reafirma o protagonismo do agronegócio no crescimento econômico do país.
Imagem: Mark Stebnicki / pexels.com