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sábado, agosto 2, 2025

Com terapias modernas, câncer caminha para se tornar doença crônica controlável, dizem médicos

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Câncer do intestino: Drauzio Varella mostra como evitar no final de 2022, Izabella Barroso, então 33, notou um sangramento esporádico nas fezes. O intestino sempre funcionou bem, ela disse com orgulho. Ativo, saudável, sem vícios ou comorbidades, nunca imaginou que o desconforto discreto poderia ser um sinal de câncer. Foi diagnosticado inicialmente com hemorróidas, mas mesmo medicados, o problema não cessou. Ele então procurou uma segunda opinião e passou por uma retosigmoidoscopia, um exame que analisa o cólon e o intestino grosso. Do médico, ele ouviu o diagnóstico diretamente: “Você tem uma neoplasia maligna”. Arquivo pessoal de Izabella Barroso O choque foi inevitável. Ela passou por duas cirurgias – uma para a retirada do tumor e outra, meses depois, para reverter a ostomia e reconectar o intestino. Não precisava de quimioterapia ou radioterapia. “Foi devastador, mas o diagnóstico precoce me salvou. Hoje estou em remissão”, diz Izabella. Sua história representa um movimento silencioso e cada vez mais evidente: o câncer não escolhe a idade e a medicina está deixando de tratá -lo como uma sentença de morte. Siga o canal de bem-estar G1 no WhatsApp para especialistas em G1-Heard, a doença está se movendo em direção a um novo status: condição crônica e controlável, semelhante ao que é vivido hoje com HIV ou diabetes. “O câncer será algo com o qual as pessoas viverão por anos. Não o erradicaremos, mas aprenderemos a controlá -lo”, diz o oncologista Stephen Stefani, da Oncoclínicas e da Americas Health Foundation. Por que você fala muito sobre cronificação? A cronificação significa transformar uma doença aguda e potencialmente fatal em uma condição que pode ser acompanhada a longo prazo, com qualidade de vida. “Alguns tipos de câncer já são tratados assim. O paciente não está curado, mas também não está sofrendo ou à beira da morte. Ele vive com a doença sob controle, às vezes por décadas”, explica Stefani. Este turno foi conduzido por três pilares: diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o tumor for detectado, maiores as chances de intervenção efetiva. Terapias personalizadas. Medicamentos que atacam mutações específicas com menos efeitos colaterais. Mudanças no estilo de vida. Exercício, alimentação saudável e acompanhamento contínuo -Reduza o risco de recaída. Na prática, isso significa que o câncer começa a se comportar como outras doenças crônicas. “Existem pacientes com metástases que vivem por mais de 10 anos com boa qualidade de vida. Isso era impensável até recentemente”, diz Carlos Donnarumma, gerente nacional de oncologia da Total Care Network. A personalização dos tratamentos oncológicos está experimentando uma transição importante: não está mais tratando todos os tumores da mesma maneira e se tornando tratamentos individualizados, com base nas características moleculares de cada tumor. “Não se fala em tratar apenas o câncer de pulmão, mama ou intestino. Hoje, analisamos a mutação que o tumor tem e decide o tratamento com base nele”, explica Stefani. Três medicamentos com esta lógica estão agora disponíveis no Brasil: Larotrectinib, adequado para tumores de fusão NTRK (raros, mas altamente responsivos). Pembrolizumab, para casos com alta carga mutacional (TMB). EIPERTU (trastuzumab deruxtecan), destinado a tumores com expressão de HER2. Embora a quimioterapia e a radioterapia sejam os tratamentos mais comuns -e geralmente os únicos oferecidos na rede pública, existem novos tipos de terapia individual mostrando cada vez mais eficazes. São eles: imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a atacar o tumor. Terapias -alvo, que inibem mutações específicas. Terapias conjugadas que unem anticorpos e quimioterapia para atacar diretamente a célula carcinogênica. Terapias, que unem diagnóstico por imagem e tratamento com radiofarmacêuticos. A tecnologia atua como um “cavalo de Trojan”: identifica o tumor por imagem e depois leva o remédio diretamente para ele. A célula Car-T, que lida com as próprias células de defesa do paciente para combater o câncer. Ainda está restrito a poucos tipos de câncer prejudicial. E há uma nova fronteira em discussão: as doses ultra dinadas de imunoterapia, que mostraram respostas promissoras em testes com menos toxicidade e mais acessibilidade – algo especialmente relevante em países com desigualdades como o Brasil. Izabella Barroso, em remissão de câncer colorretal há dois anos. Arquivo pessoal Um novo perfil: o câncer em cada vez mais jovens Izabella faz parte da crescente estatística. Casos de câncer em pessoas menores de 50 anos cresceram 79% em todo o mundo nas últimas três décadas. “Muitos desses pacientes não têm histórico familiar, o que mostra que o problema está muito mais ligado a fatores ambientais e comportamentais”, alerta Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Fisicalismo, obesidade, dieta ultraprocessada, poluição e até exposição a microplásticos estão entre os fatores apontados por especialistas como possíveis causas. De acordo com Vladmir Cordeiro de Lima, oncologista e pesquisador do Centro de Referência de Tumores Torácicos do Camargo do Camargo, há outro ponto fundamental: “Vivemos mais e quanto mais você vive, maior a chance de ter câncer. O câncer faz parte do envelhecimento celular. Nosso corpo erra a divisão celular, mesmo sem influência externa. Você não pode falar sobre a total de doenças.” O acesso desigual à cronificação se, por um lado, a ciência avançar, por outro o sistema de saúde brasileiro mostrar limitações. “A maioria dos avanços está disponível no setor privado. No Sistema de Saúde Unificado (SUS), muitas dessas terapias ainda não são realidade”, lamenta Donnarumma. No Brasil, o câncer já é a segunda principal causa de morte e deve ficar em primeiro lugar nos próximos anos. No entanto, menos de 4% do orçamento federal de saúde destina -se a oncologia. “É um pequeno investimento para um problema gigantesco. E, no entanto, os recursos são mal distribuídos. Falta de cirurgia, exames, biópsia”, diz Pinheiro. “Não sou mais o mesmo Izabella” dois anos após o diagnóstico, Izabella vive em remissão – só ele pode dizer curado após cinco anos sem manifestação da doença. Ele ainda tem exames regulares, segue o câncer e o seguimento psiquiátrico -e gradualmente tenta reconstruir sua rotina. “Há dias em que meu intestino não responde bem. Há dias em que o medo bate duro. Mas estou aqui, morando de novo”, diz ele. Depois de ser abandonada por sua namorada durante o tratamento, ela conheceu outra pessoa, voltou ao trabalho e planeja morar com seu companheiro. “Eu pensei que não poderia mais fazer essas coisas. E agora estou vivendo tudo isso de novo.” “Izabella de antes não há mais. Mas agora está vivo. E cheio de planos.” Inca estima 40.000 novos casos de câncer de intestino em 2025 no Brasil



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