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quinta-feira, agosto 7, 2025

Especialistas avaliam que Brasil acionar OMC contra tarifaço de Trump tem efeito mais ‘simbólico’ que prático

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O governo recorre à OMC contra os especialistas do G1 de Trump avalia que a decisão do Brasil de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a tarifa de Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos tem mais “simbólicos”, “políticos” e “morais” do que os efeitos práticos. PhD em Relações Internacionais pela Universidade de Lancaster (Reino Unido), Hussein Kalout avalia que a decisão do Brasil de acionar a OMC está “ancorada no efeito político e no efeito moral” da aplicação de tarifas. Além disso, conselheiro consultivo internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), Kalout acrescenta que a consulta mostra como as tarifas prejudicam os princípios da lei comercial internacional. “Acho que o objetivo do Brasil tem que perceber esses princípios e normas do comércio internacional. Além disso, simbolicamente, reiterando a importância da OMC como organismo internacional, cuja função é regular o comércio entre países”, disse ele. Para ele, Lula está sendo “pragmática” sobre Trump ao estabelecer que, para os dois ter uma possível conversa, deve haver um trabalho de negociação anterior entre o Planalto Palace e a Casa Branca. A Assembléia mostra Trump e Lula Eduardo Munoz/Reuters; Ricardo Stuckert/divulgação via Reuters Uma conversa eventual, diz Kalout, precisa ter objetivo e não pode estabelecer essa comunicação sem a busca por um resultado “tangível”, ou seja, é necessário que, no final da conversa, algo seja anunciado. “Há espaço para negociar. Obviamente, o Brasil quer negociar, ou diálogo com os Estados Unidos. Resta saber se os Estados Unidos desejam negociar, se quiserem estabelecer esse diálogo com o Brasil. O Brasil está dando todos os sinais pró-diálogo”, disse ele. Nesse contexto: o vice -presidente Geraldo Alckmin já conversou com o secretário de Comércio dos Estados Unidos Howard Lutnik; O ministro das Finanças, Fernando Haddad, procurou contato com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent; O chanceler Mauro Vieira conversou recentemente com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O esvaziamento da OMC desde 2019, o corpo de apelação do principal mecanismo de resolução de disputas da OMC é paralisado, precisamente por causa de Trump, que, ainda em seu primeiro mandato, impediu a nomeação de novos juízes. Por esse motivo, as chances de alcançar uma compreensão das tarifas através da OMC são quase nulas. “A OMC é bastante esvaziada, mesmo por uma postura dos EUA. Portanto, é improvável que esse processo tenha um bom termo. A solução de controvérsia está vazia, com pouca força e, portanto, baixa eficácia”, diz Amânncio Jorge, professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Criado em 1995 para reduzir as barreiras e estabelecer regras claras para o comércio internacional, a OMC procura garantir que os países contestem o mercado global em condições justas, oferecendo um espaço para o diálogo e a resolução de conflitos comerciais. A OMC foi crucial para resolver conflitos no passado. Em 2004, o Brasil ganhou uma disputa contra subsídios recebidos pelos produtores de algodão dos EUA, com o direito de impor sanções contra produtos dos EUA no valor de US $ 830 milhões. O cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Leonardo Paz ressalta que Donald Trump ignora as regras da OMC e negocia o país para o país de acordo com seus interesses. No entanto, ele vê a decisão do Brasil de desencadear o corpo como “certo”, mesmo para mostrar ao mundo a resiliência da OMC. “Está se beneficiando da sabotagem que Donald Trump fez”, diz ele. Nos bastidores, a apresentação de um apelo à OMC foi uma das medidas anunciadas pelo Presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT), na tentativa de conter a implementação de 50% de tarifas nas exportações brasileiras em território americano. No entanto, os diplomatas avaliam que o órgão de resolução de disputas da instituição está paralisado e incapaz de agir e, mesmo se você tomar uma decisão, não tem força para implementar as medidas. Diante disso, os diplomatas dizem que o apelo formal representa apenas um gesto político para marcar uma posição. Nesse cenário, eles argumentam nos bastidores que uma alternativa é o Brasil para pedir o apoio a outros países afetados pela tarifa, como os 40 países que apoiaram o discurso de Itamaraty na OMC, onde o Brasil criticou tarifas “arbitrárias”.



g1

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