Acidentes nucleares são situações imprevistas relacionadas à geração de energia ou manuseio de material radioativo. Mesmo com todos os protocolos de segurança adotados nessas instalações, falhas técnicas e humanas, ou mesmo desastres naturais, podem causar esses contratempos. Mas quais são os piores acidentes nucleares da história?
A principal função de uma usina nuclear é gerar eletricidade. Com o debate sobre mudanças climáticas cada vez mais ferozes, há aqueles que defendem essa maneira de gerar energia e há aqueles que criticam.
Os apoiadores argumentam que essa é uma fonte de energia sustentável porque não produz emissões de carbono. Aqueles que se opõem a ela, usam a história para corroborar seus argumentos de que um acidente nuclear é suficiente para acontecer, para que haja efeitos devastadores, mesmo a longo prazo.
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Acidentes nucleares podem causar danos graves ao meio ambiente, saúde humana, como alguns cânceres e também mutações genéticas. Alguns lugares onde ocorreram esses acidentes são proibidos de ter moradia por milhares de anos – como Chernobyl.
A primeira usina nuclear foi inaugurada em 1954 na Rússia. Desde então, muitos acidentes nucleares aconteceram. Portanto, em 1990, a escala internacional de eventos nucleares e radiológicos (INES) foi criada para medir a segurança desses eventos imprevistos. A INE classifica os eventos nucleares em uma escala de 0 a 7.
Os acidentes nucleares que veremos abaixo estão dentro da escala severa, ou seja, eles são iguais ou maiores que 4.
1 – Chernobyl, Ucrânia (Nível 7)
O pior acidente nuclear da história ocorreu em abril de 1986 em Chernobyl, Ucrânia atual. Falhas no projeto 4 do reator nuclear e falha humana, os trabalhadores de plantas não seguiram alguns protocolos de segurança, causaram a explosão seguida de incêndio.
Os cientistas estimaram na época que a precipitação radioativa dessa explosão foi 400 vezes maior do que a ocorreu em Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial. Tanto que a Suécia foi afetada pela contaminação da atmosfera.
Segundo dados oficiais, 31 pessoas morreram imediatamente após o acidente. Mas as Nações Unidas (ONU) estimam 50 mortes e o deslocamento de 300.000 pessoas que precisavam deixar suas casas. Estudos realizados dentro e fora da Ucrânia apontam milhares de mortes de longo prazo, muitas delas de crianças e adolescentes que desenvolveram câncer de tireóide devido à exposição radioativa.
Uma zona de exclusão de 30 quilômetros de largura foi estabelecida em torno do reator. Chernobyl deve permanecer inabitável por pelo menos 20.000 anos.
2 – Fukushima, Daiichi, Japão (Nível 7)
O segundo pior acidente nuclear da história aconteceu no nordeste do Japão em março de 2011. Um terremoto de 9,1 na escala Richter causou um tsunami com ondas de mais de 40 metros. De acordo com Agência de Energia NuclearO desastre natural acabou derretendo o núcleo de três dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi.
O tsunami causou a inundação de instalação, então os circuitos de resfriamento foram perdidos. As altas temperaturas levaram a reações químicas que liberaram quantidades significativas de gás hidrogênio, o que causou a explosão dos três reatores.

Embora duas pessoas tenham morrido como uma conseqüência direta do acidente, cerca de 160.000 tiveram que deixar a área, tanto devido aos efeitos radioativos quanto na análise de tsunami-pós-acidente, constatou que a radiação não teve nenhum impacto direto na saúde humana.
Nos meses seguintes, o governo japonês trabalhou na descontaminação da região e permitiu o retorno de parte dos moradores. Mas ainda em 2020, mais de 41.000 pessoas ainda estavam fora da região.
3 – Kyshtym, Rússia (Nível 6)
O terceiro pior acidente nuclear na história ocorreu em setembro de 1957 em Kyshtym, na antiga União Republicana Socialista Soviética (URSS). Após a Segunda Guerra Mundial, o país decidiu investir em segurança nacional e para isso construiu Mayak, uma fábrica de processamento de plutônio para a construção de armas nucleares.
Mas uma falha não reparada em um dos sistemas de resfriamento gerou um aumento de temperatura e uma explosão com uma força de 100 toneladas de TNT. Uma nuvem radioativa com milhares de partículas de césio-137 estendida para uma área de 350 quilômetros, cerca de 10.000 pessoas que moravam em aldeias na região tiveram que se retirar.

Como o programa de armas nucleares era secreto, eles não disseram aos moradores por que estavam deixando suas casas, nem os riscos à saúde aos quais foram expostos. A falta de transparência também era sobre o mundo, os soviéticos passaram anos negando a tragédia e só assumiram o acidente em 1989.
O Instituto Russo de Biofísica de Chelyabinsk estimou que mais de 8.000 pessoas morreram como resultado de complicações causadas pelo efeito da radioatividade. Atualmente, a região se tornou uma reserva natural para evitar a visita.
4 – Windcale, Reino Unido (Nível 5)
O quarto pior acidente nuclear da história ocorreu em outubro de 1957 no Reino Unido. Após a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra decidiu construir sua própria bomba atômica em Windcale City.
Mas um dos reatores superou a falta de manutenção, quebrando os cartuchos de urânio, o que causou um dia de duração de incêndio. A combustão lançou materiais radioativos como iodo-131, césio-137 e polonius-210 a mais de quilômetros de distância.

O acidente nuclear afetou a produção de leite na região, de modo que o governo proibiu a venda do produto dentro de 500 quilômetros por meses, bem como a biodiversidade local. Os animais foram alterados e tinham vários problemas de saúde e humanos. Mais de 200 pessoas morreram de câncer em cidades próximas à explosão nos meses seguintes.
Mesmo após a descontaminação da região, ainda existem registros radioativos na cidade hoje. Como resultado, o pára -brisa ainda é monitorado pelo governo para que a área não seja perigosa para os moradores.
5 – Ilha de três milhas, Pensilvânia, Estados Unidos
O quinto pior acidente nuclear da história aconteceu em março de 1979 na Pensilvânia. Uma válvula de pressão mostrou um defeito repentino, o que causou água do reator responsável por seu resfriamento. O superaquecimento atingiu 2.070 graus Celsius, que gerou a liberação de gás radioativo.

Mulheres e crianças que moravam a oito quilômetros foram aconselhadas a deixar a área, e as outras deveriam estar trancadas em casa. Mas o boletim causou pânico na população e cerca de 140.000 pessoas deixaram a cidade.
Esse acidente nuclear não causou mortes, embora tenha ferido severamente quatro funcionários expostos a alta radiação. No entanto, ele mudou a opinião pública sobre o tema, o que fez muitas pessoas contrárias a essa forma de geração de energia.
6 – Primeiro Chalk River, Canadá (Nível 5)
O sexto pior acidente nuclear da história aconteceu em dezembro de 1952 no Canadá. O reator NRX sofreu uma falha de desligamento, isso aumentou as decisões equivocadas dos operadores levou a uma reação em cadeia de fissão nuclear, que dobrou o poder do reator atômico causando sua explosão.
Houve um extenso derramamento de combustível e, em seguida, o fechamento da haste de controle também não funcionou. Que desencadeou uma série de explosões de gás de hidrogênio, também conhecidas como explosões de vapor de quatro -n.
O acidente do rio Chalk não teve consequências sérias, mas era necessário um amplo trabalho de limpeza para restaurar a região. Estima -se que mais de mil pessoas participaram dos esforços de reestruturação que duraram cerca de dois anos.
7 – Jaslovskè Bohunice, Tchecoslováquia (Nível 4)
O sétimo pior acidente nuclear da história ocorreu em fevereiro de 1977 na Tchecoslováquia. A fábrica de Bohunice foi criada em 1970 para atender às crescentes demandas de energia e também para aumentar a produção de plutônio para fins militares.

Mas durante uma operação de rotina, um trabalhador removeu as hastes de resfriamento incorretamente durante uma troca de combustível, o que causou vazamento de gases radioativos.
Não há estimativas ou dados oficiais sobre mortos e feridos porque o governo na época cobriu o fato, não fornecendo detalhes sobre o acidente.
8 Planta de energia experimental SL-1, Idaho, EUA (Nível 4)
O oitavo pior acidente nuclear da história aconteceu em janeiro de 1961. O reator nuclear SL-1, localizado em Idaho, foi responsável por fornecer energia a pequenas instalações militares.
Após uma parada estratégica de 11 dias para manutenção, os operadores foram reconectar o reator. Mas havia uma falha na haste de controle, que era operada manualmente. Então, quando puxado, o resultado foi uma explosão de vapor tóxico instantâneo. Três operadores morreram no local.
Embora tenha sido um acidente mortal, não houve consequências maiores fora da planta. A contaminação radioativa permaneceu dentro da instalação.
9. Saint-Laurent, França (Nível 4)
O nono pior acidente nuclear na história dobrou, dois acidentes nucleares de nível 4 ocorreram na mesma instalação na França.
O primeiro foi em 1969, durante um reabastecimento. Uma falha técnica adicionada a um erro humano causou o derretimento do urânio no reator UNGG – mais precisamente 50 libras – causando um colapso parcial.

Para que a situação não fosse degradante, os trabalhadores passaram um ano higienizando o reator, sendo expostos a um ambiente extremamente tóxico. Nesse esforço, eles foram capazes de recuperar 47 libras do urânio derretido e nenhuma morte foi explicada. Mas em 1980, houve outro acidente.
Desta vez, o reator A-2 sofreu um aumento não controlado na atividade de fissão nuclear, gerando um superaquecimento que levou à dissolução do núcleo do reator. Essa falha levou ao derretimento de 20 libras de combustível nuclear.
Desta vez, a limpeza levou 29 meses e mais de 500 especialistas trabalharam na disposição do urânio fundido. As autoridades relataram que o acidente não gerou danos significativos ao meio ambiente.
10. Tokaimura, Japão (Nível 4)
O décimo pior acidente nuclear na história aconteceu em 1999 no Japão. O acidente aconteceu em uma instalação de processamento de combustível nuclear. Por razões de segurança, havia um limite rigoroso na quantidade de urânio usado – fixado a um máximo de 2,4 kg – que poderia ser adicionado ao tanque de precipitação para evitar uma reação nuclear.
A quantidade total de solução no tanque excedeu a massa crítica necessária para iniciar uma reação em cadeia de fissão nuclear. Embora não houvesse explosão, a combinação equivocada iniciou uma intensa emissão de nêutrons e radiação gama.
Dois trabalhadores morreram e outros 56 estavam intoxicados. 310.000 residentes foram solicitados a 10 quilômetros da fábrica para ficar em suas casas até que a situação fosse normalizada.
Como esse acidente foi causado por erro humano, as autoridades decidiram que as plantas de processamento de combustível do país deveriam ser totalmente automatizadas para evitar incidentes semelhantes no futuro. Após esse episódio, a fábrica de Tokaimura foi fechada e encerrada operações.