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quinta-feira, agosto 14, 2025

Tarifaço dos EUA: dados sobre impacto e plano de contingência devem marcar primeira semana após sobretaxa

EconomiaTarifaço dos EUA: dados sobre impacto e plano de contingência devem marcar primeira semana após sobretaxa




A sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros entrou em vigor em 6 de agosto e gerou apreensão no setor que espera para os primeiros dados do governo sobre as exportações na segunda-feira (11). Ao mesmo tempo, o executivo trabalha em um plano de contingência, ou seja, uma lista de medidas para conter o impacto das taxas impostas. Espera -se que essas ações incluam, por exemplo, linhas de crédito e adiamento da cobrança de impostos. O governo ainda não divulgou oficialmente a proposta, que deve ocorrer na terça -feira (12). Para entender melhor esse cenário e o que está por vir, o G1 ouviu especialistas e entidades representativas (veja abaixo). Tariface aumenta a oferta de produção de frutas brasileiras no mercado doméstico, o presidente executivo da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, diz que será possível ter um senso de impacto assim que, na segunda -feira, o saldo das exportações da semana passada. Isso ocorre, ele explica, porque cada empresa envia informações de sua operação para o sistema governamental, que é responsável por todos os registros. De qualquer forma, Castro avalia que o panorama “não é bom”. A taxa imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, atinge cerca de 36% das exportações brasileiras para o país, o que corresponde a US $ 14,5 bilhões em 2024. Itens como café, frutas e peixes estão incluídos no que foi chamado de “tarifa”. Segundo Castro, na última semana de julho, foi observada uma diminuição média nas exportações para os Estados Unidos. “Foi um sintoma, porque este ano, de março a julho, a exportação média foi superior a US $ 1,4 bilhão, e essa última semana atingiu US $ 1,4 bilhão. Portanto, na verdade, já mostrou que a respiração estava acabando e deveria começar a cair o preço e o valor também”, ele projetou. A Paraná libera R $ 300 milhões em créditos do ICMS para apoiar as empresas exportadoras após a tarifa Rodrigo Felix Leal/Seil Plan, o governo federal trabalha em um plano de contingência que deve ser apresentado nesta semana. A idéia é apoiar pequenas e médias empresas. Como o G1 mostrou, as medidas devem incluir linhas de crédito, adiamento da cobrança de impostos e contribuições federais, bem como compras públicas de bens perecíveis. O executivo repetiu que o objetivo do pacote é dar aos setores afetados pela tarifa e proteger a economia e os empregos. Um dos responsáveis por articular o plano, o vice -presidente, Geraldo Alckmin, disse no sábado (9) que o governo lançará um “programa muito amplo”. Alckmin até cancelou as agendas que teria em São Paulo de manhã e tarde nesta segunda -feira e retornaria a Brasília no início da manhã. O vice -presidente passou o fim de semana cumprindo a agenda no estado. De acordo com informações da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apexbrasil), que tornaria o evento com Alckmin à tarde em São Paulo, a agenda foi cancelada por um “compromisso inevitável” na Brasília. A Alckmin participaria do lançamento do Programa de Qualificação de Exportação do Apexbrasil (PEIEX). Segundo fontes do governo, o presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) deve se reunir na segunda -feira no Palácio do Planalto com Alckmin, o ministro das Finanças, Fernando Haddad, e outros ministros para definir as medidas de mitigação da tarifa. Espera -se que o anúncio do plano de contingência seja feito no segundo. Esta tarde, a agenda oficial do presidente Lula foi libertada com a previsão de reunião com o vice -presidente às 17h. Concentre -se naqueles que precisam do mais economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Carla Beni, “o peso do problema será o peso do estado para resolvê -lo”. Carla menciona o relatório da revista britânica “The Economist”, que disse que as tarifas de Donald Trump no Brasil “são mais ameaças do que o impacto real”. Na avaliação do relatório, os efeitos da tarifa serão moderados. Em um dos trechos da publicação, a revista afirma que o Brasil pode ter evitado o pior por enquanto. O país exporta pouco sobre seu produto interno bruto (PIB) – muito menos que o México ou as importantes economias asiáticas, e sua dependência do mercado dos EUA caiu para 13% das exportações. O economista também enfatiza que as tarifas são uma retaliação política e políticas motivadas pela situação legal do ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de uma investigação no terreno do golpe. Na avaliação de Beni, o plano de contingência do governo deve ser separado em três esferas: federal, estadual e municipal. Ela contextualiza: “Ele realmente deve estar no segmento que está sofrendo um problema, ouvindo esse segmento, conhecendo as necessidades e tendo um prazo para terminar, porque isso não é uma ajuda eterna”, disse ele. Além disso, ela entende que o governo federal precisa se preocupar com questões fiscais. “Não é um caso como no Rio Grande do Sul, que você precisa fazer uma contribuição, pessoas morrendo, ajuda que tiveram que deixar a regra tributária”, explicou. Robson Gonçalves, um economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), vai para a mesma linha e argumenta que as medidas precisam estar suficientemente alinhadas para ajudar as empresas que realmente impactam devido à elevação da tarifa. Ele também ressalta que o plano de contingência deve ser acompanhado por uma política de abertura de mercado mais agressiva para produtos brasileiros no exterior. “Precisamos de uma política de médio e longo prazo. Algo que não é improvisado, mas que precisa ser discutido o mais rápido possível, de maior intensificação da agenda de diversificação”, acrescentou. O especialista avalia que o Brasil não possui uma forte política de comércio exterior. “No papel, tudo funciona, mas não temos uma política agressiva e articulada de comércio exterior. Agora será necessário”, argumentou.



g1

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