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terça-feira, agosto 5, 2025

Um oceano de metáforas… Como o mar inunda as letras de música (de Beatles a Marina Sena)

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Lulu Santos, Djavan, Sza e Billie Eilish representam as diferentes gerações que mergulham na água como uma metáfora da emoção, escapismo e ascendência. De Djavan a Billie Eilish: The Obsession of the Sea By the Sea em 1966, os Beatles viajaram pelos sete mares em seu “submarino amarelo” e mostraram os mistérios do fundo do mar na música “Yellow Submarine”. Vinte anos depois, Djavan lançou “Ocean”, uma música sobre o fim do grande amor. A representação do mar não é nova na arte. Aparece dos hieróglifos egípcios com figuras marinhas, passa pela mitologia grega e chega ao cinema moderno, usado para criar narrativas, documentários ou expressar emoções. Na música, o oceano também ganhou espaço. De estilos como POP, R&B Alternative, MPB e hip-hop, os artistas usam o mar como uma metáfora em discos, videoclipes e composições. Sza, Jack Johnson, Billie Eilish, Miley Cyrus, Luedji Luna, Djavan e Dorival Caymmi são alguns dos nomes que exploram o oceano muito além da estética. A recorrência chama a atenção para o simbolismo que carrega. Dorival Caymmi, Sza e Billie Eilish nas capas de álbuns que usam o mar como uma reprodução de metáfora Um oceano entre caos e conforto em tempos marcados por colapsos políticos, ansiedade digital e crise climática, água – especialmente o mar – funcionou como um espaço simbólico para artistas que querem refletir ou escapar da realidade. “Olhando para os receptores oceânicos do oceano no cérebro, liberando dopamina e sua onda de recompensa”, escreve a cientista Catherine Schmitt no artigo “Por que amamos o oceano”, da revista Maine Boats, Homes & Harbor. O fenômeno descrito é conhecido como Blue Mind, um estado de relaxamento estimulado por ambientes aquáticos. Álbuns como “SOS”, da American SZA Express Angluish diante do mundo moderno. Ao longo de 23 faixas, o artista fala sobre dilemas de uma sociedade digital, relacionamentos e maturidade pessoal. A divulgação da SZA / álbum “SOS”, Jack Johnson, adota uma abordagem mais ativista. Em álbuns como “To the Sea” e “The Essentials”, o mar aparece como uma paisagem e símbolo. O cantor promove ações em prol da conservação do oceano, como sua parceria com a ONG Surfider Foundation e seu embaixador da ONU entre 2013 e 2023. Entre a superfície e o abismo, o mar é ambíguo: profundo, misterioso, silencioso – mas também vibrante e generoso. Essas camadas fizeram dele uma metáfora poderosa para as emoções humanas. No álbum “Hit Me Hard and Soft”, Billie Eilish retoma a estética aquática que já apareceu em músicas como “Ocean Eyes”, seu primeiro single. As faixas abordam sentimentos confusos, aceitação e vulnerabilidade. Hit Me Hard and Soft, Billie Eilish Studio Divulgação / Redes Sociais Mac Miller também mergulha nesse universo em “Swimming” (2018), que usa a água como uma metáfora para a luta contra a depressão e o abuso de drogas. Luedji Luna reflete sobre seu novo álbum “A Sea for Ever One” em um post nas redes sociais: “No fundo de um oceano abissente, ou ali mesmo na superfície, há um mar invisível. É vivo e dinâmico, estranho e, ao mesmo tempo, encantador. O mesmo acontece dentro de nós.” A profundidade se torna uma metáfora da tristeza; A superfície da leveza. Portanto, efeitos como reverb e ecos são usados ​​para criar sensações de imersão – com tons que se referem à água e referências a sons indígenas e africanos. Sea como origem e espiritualidade Este vínculo entre oceano e ascendência também aparece em músicas que abordam o mar como um espaço espiritual. No Brasil, os artistas comemoram dois de fevereiro – Iemanjá Day – desde o Dorival Caymmi, com músicas como “Queen of the Sea” (1939) e “Two fevereiro”. As músicas foram reescritas por nomes como Gal Costa e Gilberto Gil, mantendo a conexão com os Orishas vivos. A Sambista Candeia cantou “The Sea Shoot” como louvor a uma sereia encantadora. Já “Ocean”, de Djavan, mistura religiosidade e romance retratando o mar como um local de transformação. Marina Lima também associa o oceano à origem da vida. Em entrevistas, ela já comparou o mar à placenta. Portanto, haveria esse sentimento de pertencer ao mar desde antes de nascer. Nos últimos anos, uma série de registros se aprofundou na estética do oceano. Em “SOS”, SZA parece perdido no mar, frágil e isolado da terra. Em “Coisas naturais”, Marina Sena transforma a imersão literal em metáfora do auto -conhecimento. Tide sensível no final, o mar é talvez apenas uma maneira de dizer o que ainda não podemos citar: cansaço, esperança, medo, nostalgia, amor. A geração que nasceu com o mundo digitalizado procurou, em suas músicas, outras línguas para perceber o que sentem. E água – essa entidade fluida, ancestral e viva – tem sido uma das metáforas mais férteis para isso. Seja na religião, ciência ou espiritualidade, música e a mistura do mar entre o fundo e a superfície, o caos e a cura, eles seguem a deriva – tentando não afundar.



Fonte Seu Crédito Digital

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