Um estudo apresentado no 246ª Conferência da Sociedade Astronômica AmericanaOcorreu na semana passada em Anchorage, o Alasca relata que cinco bilhões de galáxias de um raio claro são envolvidas em uma nuvem de 20 milhões de anos-luz de duração. Essa estrutura é considerada a maior observada desse tipo no universo.
Publicado em maio na revista científica Astronomia e astrofísicaA pesquisa foi baseada em dados do Observatório Espacial de Raios-X da NASA. Os cientistas perceberam que, diferentemente do esperado, o Radio Glow não era apenas as bordas do cluster, mas de todo o seu comprimento. Isso indica que um processo desconhecido mantém partículas altamente energizadas por bilhões de anos.
Em poucas palavras:
- Os cientistas detectaram uma nuvem de partículas gigantes envolvendo um cluster de galáxias distantes;
- Essa nuvem se estende a 20 milhões de anos -luz, gerando brilho de rádio cósmico intenso;
- As ondas de choque e turbulência parecem reenergizar partículas por bilhões de anos no cluster;
- Um enorme halo de rádio de alta frequência indica um processo incomum de aceleração contínua;
- Essa descoberta desafia as teorias sobre a formação e evolução das maiores estruturas do universo.
O artigo, conduzido por cientistas do Harvard & Smithsonian Astrophysics Center (CFA), sugere que o fenômeno é causado por ondas de choque gigantescas e a turbulência de gás quente que preenche o espaço entre as galáxias do cluster. Essas condições extremas parecem reenergizar continuamente as partículas. “Estamos começando a ver o universo de maneiras que antes eram impossíveis”, disse astrônomo Kamlesh Rajpurohit, líder da equipe, em um comunicação.

Cluster é investigado há quase 15 anos
Nomeado PLCK G287.0+32.9, o cluster foi visto pela primeira vez em 2011 pelo Satélite Planck da Agência Espacial Europeia (ESA). Desde então, tem chamado a atenção para o tamanho impressionante e a temperatura extremamente alta. Portanto, tornou -se um alvo importante para estudos sobre a formação de grandes estruturas cósmicas.
Pesquisas anteriores já haviam detectado dois pontos brilhantes nas bordas do cluster, causadas por ondas de choque que iluminam o gás ao redor. No entanto, as novas observações mostraram algo inédito: todo o cluster está brilhando, com um sinal de rádio cerca de 190 vezes mais intenso que a Via Láctea.
Até então, a maior nuvem de partículas energizadas conhecidas era a que envolve o cluster de Abell 2255, com 16 milhões de anos -luz (falamos sobre ele aqui). A descoberta do PLCK G287.0+32.9 expande esse registro e desafia o entendimento atual desses fenômenos.

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Causa da aceleração de partículas na nuvem cósmica ainda é um mistério
Ao investigar o centro do cluster, a equipe também encontrou um enorme halo de rádio com 11,4 milhões de anos -luz de largura. O detalhe curioso é que esse halo foi detectado com uma frequência incomum de 2,4 gigahertz, algo raro em estruturas desse tamanho.
Normalmente, halos com dimensões tão grandes aparecem apenas em frequências mais baixas, pois os elétrons responsáveis por essa emissão tendem a perder energia ao longo do tempo. Esse sinal em alta frequência indica que algum processo está se acelerando ou atinge essas partículas.
Segundo Rajpurohit, os cientistas ainda não sabem exatamente o que causa essa aceleração. As hipóteses mais prováveis envolvem ondas de choque ou turbulência intensa dentro do cluster, mas são necessárias mais pesquisas para confirmar.
Além de abrir um novo campo de pesquisa, essa descoberta pode ajudar a entender melhor como os campos magnéticos agem nas maiores estruturas do universo e como elas influenciam a evolução cósmica.