O avanço da transição energética no Brasil ganhou um novo momento com a aprovação de um projeto de lei na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. A proposta afirma que os edifícios coletivos – públicos ou privados – priorizarão o uso de energia solar e outras fontes renováveis. A medida, além de reforçar o comprometimento ambiental, pode contribuir para a redução gradual dos gastos com eletricidade em habitação e instituições no país.
Uma nova diretriz para o setor imobiliário

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O projeto muda Lei nº 4.380/64que governa o Sistema Financeiro Habitacional (SFH), incluindo diretrizes focadas na sustentabilidade energética. A mudança prevê que a nova construção dentro da SFH dá prioridade ao uso de tecnologias limpas e sustentáveis, especialmente energia solar fotovoltaica.
A proposta também promove mudanças no estatuto da cidade (Lei nº 10.257/01), determinando que os planos mestres municipais começam a incluir critérios para estimular o uso racional de energia nos edifícios. A idéia é incentivar políticas públicas locais que favorecem soluções como captura solar, reutilização de energia e inovação no setor de construção.
Entender o conteúdo da proposta aprovada
A Comissão aprovou uma nova versão do PL 5733/09, removendo a parte que previa incentivos fiscais para energia solar nos edifícios. Segundo Boulos, relator da proposta, a medida afetaria o orçamento público. Portanto, ele também rejeitou outros projetos semelhantes que estavam sendo processados com a proposta original.
Impactos e benefícios esperados
Estimulação de energia solar
A medida visa aumentar o número de edifícios usando energia solar, reduzindo a dependência de fontes não renováveis e aliviando a carga no sistema elétrico nacional. A popularização dos painéis solares também pode tornar o custo da energia mais acessível, especialmente nos empreendimentos habitacionais.
Redução no consumo tradicional de energia
Ao priorizar fontes renováveis em edifícios residenciais e públicos, o Brasil pode registrar uma queda no consumo de energia gerada por usinas hidrelétricas e termoelétricas. Isso reduz o impacto ambiental dessas fontes e ajuda o país a cumprir as metas internacionais de sustentabilidade.
Promovendo o mercado verde
A decisão também pode aquecer o setor de energia solar, que vem crescendo em ritmo acelerado nos últimos anos. Fabricantes de equipamentos fotovoltaicos, instaladores e empresas de engenharia elétrica se beneficiam diretamente da expansão do mercado de consumidores.
Aplicação em municípios
Com a emenda do estatuto da cidade, os municípios devem adaptar seus planos diretores de incluir diretrizes que incentivam o uso eficiente de energia. Isso pode se traduzir em legislações locais que determinam os padrões mínimos de sustentabilidade para novas empresas, incluindo a exigência de projetos arquitetônicos adaptados à captura solar.
Ações coordenadas entre união, estados e municípios
A implementação prática da nova regra dependerá da articulação entre os diferentes níveis do governo. Os municípios com capacidade técnica e orçamentária poderão liderar esse movimento, enquanto locais com estrutura mais baixa podem exigir apoio técnico e financeiro do sindicato.
Processamento e próximos passos
Análise final na Comissão de Constituição e Justiça
A proposta está sendo concluída, o que significa que, se aprovado pelas comissões pertinentes, poderá ir diretamente ao Senado sem votar no plenário da Câmara.
Votação do Senado
Depois de aprovar o CCJ, o projeto ainda precisa ser aprovado pelos senadores. Se não houver modificações, ele vai para a sanção presidencial.
Desafios para implementação

Custo inicial das instalações
Apesar dos benefícios a longo prazo, o investimento inicial em sistemas de energia solar ainda representa um desafio, especialmente para empresas populares. Como o projeto aprovado não fornece incentivos fiscais, cabe a outras políticas públicas ou ao setor privado encontrar alternativas de financiamento acessíveis.
Qualificação técnica
A expansão da demanda por energia solar exigirá mão de obra qualificada para instalação e manutenção de sistemas. Será necessário investir em cursos técnicos e treinamento profissional para garantir a qualidade e a segurança das instalações.
Perguntas frequentes (FAQ)
O projeto prevê incentivos fiscais?
Não. O texto aprovado excluiu a parte que previa incentivos fiscais, pois foi considerado incompatível com o orçamento federal.
Como isso pode ser barateado na conta de eletricidade?
Ao expandir o uso da energia solar, a medida pode reduzir a demanda no sistema elétrico tradicional, que tende a tornar o custo da energia mais acessível ao longo do tempo.
O que muda para os municípios?
Os planos principais municipais devem incluir critérios para incentivo ao uso de energia racional e sustentável em edifícios, promovendo medidas que favorecem fontes limpas.
Considerações finais
Com abundância de sol ao longo do ano, o Brasil tem o potencial de se tornar um poder na energia solar. Ao priorizar o uso dessa fonte em novos edifícios, o país dá um passo importante em direção a uma matriz de energia mais limpa e autônoma.
A aprovação do projeto pode abrir espaço para uma nova legislação complementar, como linhas de crédito específicas, programas de incentivo municipal e campanhas educacionais sobre economia energética e preservação ambiental.