A pesquisa mais recente divulgada pelo Instituto IpSOS-iPEC neste sábado (14) lança um sinal de alerta para o governo federal: 49% dos brasileiros acreditam que a situação econômica do país piorou nos últimos seis meses.
Comparado à pesquisa de dezembro de 2024, quando esse número foi de 40%, o aumento é significativo e ilumina as discussões sobre a direção da política econômica nacional.
Apesar da estabilidade nos indicadores oficiais, como a taxa de desemprego, a percepção popular está na direção oposta, impactando não apenas a imagem do governo na área econômica, mas também em setores como saúde, segurança, meio ambiente, política externa e combate à pobreza.
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Entenda os dados de pesquisa ipsos-ipec

A pesquisa foi realizada entre 5 e 9 de junho, com 2.000 brasileiros com 16 anos ou mais, em 132 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, por mais ou menos, e o nível de confiança é de 95%.
Percepção econômica nos últimos seis meses
- Pior: 49%
- Permaneceu o mesmo: 26%
- Melhorou: 23%
- Eles não sabiam/não responderam: 3%
Os números mostram um aumento de 9 pontos percentuais na avaliação negativa em comparação a dezembro de 2024, enquanto a percepção positiva caiu cinco pontos de 28% para 23%.
Expectativa para os próximos seis meses
O pessimismo também cresce quando se trata do futuro da economia. De acordo com Ipsos-ipec, 39% acreditam que a situação econômica pioraráEnquanto apenas 31% acreditam em melhorias e 24% acham que permanecerá o mesmo. Outros 5% não sabiam ou não queriam responder.
Comparativo com dezembro de 2024
- Pior: Subiu de 34% para 39%
- Melhorar: Caiu de 39% para 31%
- Igual: Subiu de 22% para 24%
- Ns/nr: Estável em 5%
Contraste com os dados oficiais do mercado de trabalho
Embora a percepção popular seja negativa, dados de PNAD trimestral contínuo de Ibge Indique que o país atingiu a menor taxa de desemprego da série histórica: 6,6%equivalente a cerca de 7,3 milhões de pessoas desempregadas.
Esses dados técnicos, no entanto, parece não ter sido suficientes para mudar o senso de estagnação ou revés econômicos entre os brasileiros.
Avaliação da ação do governo em áreas essenciais
Além da economia, a pesquisa IPSOS-IPEC revela uma queda na aprovação do governo em vários setores. Em seguida, o General Panorama:
Desempenho na luta contra o desemprego
- Ruim/ruim: 45%
- Ótimo/bom: 25% (caiu 5 pontos desde o final de 2024)
- Regular: 28% (caiu 3 pontos)
- Ns/nr: 2%
Saúde pública
- Ruim/ruim: 48% (subiu 2 pontos desde março)
- Ótimo/bom: 22%
- Regular: 28%
- Ns/nr: 2%
Segurança pública
- Ruim/ruim: 52%
- Ótimo/bom: 20%
- Regular: 26%
- Ns/nr: 2%
Ambiente
- Ótimo/bom: 26% (estável)
- Regular: 28% (caiu 3 pontos)
- Ruim/ruim: 40% (caindo 1 ponto)
- Ns/nr: 5%
Política externa
- Ótimo/bom: 28% (Rose 3 pontos)
- Regular: 24%
- Ruim/ruim: 39% (queda de 1 ponto)
- Ns/nr: 8%
Lutando contra fome e pobreza
- Ótimo/bom: 26% (queda de 1 ponto)
- Regular: 26% (rosa 1 ponto)
- Ruim/ruim: 46% (queda de 1 ponto)
- Ns/nr: 2%
O que está por trás da percepção negativa?
Inflação invisível
Embora as taxas oficiais apontem a inflação controlada, muitos consumidores relatam preços aumentados de produtos essenciais, como alimentos e combustíveis, gerando o que os economistas chamam de “inflação percebida”. Esse fenômeno influencia diretamente a insatisfação popular.
Crédito caro e endividamento
Outro fator que pesa é o alto custo de crédito. A taxa de juros básica (sele registro de dívida no país. De acordo com seasa, Mais de 72 milhões de brasileiros estão inadimplentes em 2025.
Dificuldade de mobilidade social
Para muitos brasileiros, mesmo com o emprego, o salário não segue o custo de vida. Essa incompatibilidade gera frustração e reforça o sentimento de estagnação econômica.
Declaração do Presidente Lula
Em meio aos números negativos da pesquisa, o Presidente Luiz Inacio Lula da Silva reagiu dizendo que “A economia não tem mágica”Reiterando a confiança no trabalho da equipe econômica e destacando os avanços estruturais nos programas sociais e nos investimentos em infraestrutura.
Apesar da defesa do governo, os analistas apontam que o Planalto precisará melhorar sua comunicação e dar respostas mais concretas à percepção popular.
Análise: Desconexão entre dados técnicos e sentimento popular

A crescente distância entre os indicadores econômicos positivos e o sentimento da população representa um desafio político e de gestão. Embora o país tenha sinais de recuperação econômica em dados macroeconômicos, A sensação da população nas ruas é que a vida não está melhorando.
Esta desconexão pode ser explicada por uma combinação de:
- Crescimento desigual
- Baixa potência de compra
- Falta de impacto direto das políticas públicas na vida cotidiana
- Crise de confiança institucional
A comunicação será fundamental para o governo
Com a proximidade das eleições municipais em 2026, o governo terá que reavaliar sua estratégia de comunicação.
Especialistas argumentam isso Não basta divulgar dados positivos -É necessário traduzi -los em políticas visíveis e palpáveis para a população, especialmente nas periferias urbanas e nas regiões mais carentes.
Conclusão
Pesquisa IPSOS-IPEC abre o desafio do governo em 2025: a reconstrução da confiança da população na economia e nos serviços públicos essenciais.
A percepção negativa não é apenas uma questão de opinião – é um reflexo direto da experiência diária dos brasileiros, que ainda enfrentam dificuldades para manter o padrão de vida, mesmo diante dos avanços estatísticos.