O Brasil se destaca como a terceira maior economia do grupo BRICS, apresentando um produto interno bruto (PIB) de US $ 2,17 trilhões em 2024, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Apesar do número significativo, o país representa apenas 7% do PIB total do bloco, um conjunto de nações emergentes que incluem China, Índia, Rússia, África do Sul e outros membros recentes, como a Arábia Saudita e a Indonésia.
Neste artigo, analisamos o papel econômico do Brasil no BRICS, explorando a composição do PIB do grupo, o desempenho comercial do país contra seus parceiros e os desafios da cúpula que o Brasil sediará em julho. Também esclarecemos conceitos fundamentais para entender o cenário econômico atual.
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O que é o PIB e qual é a sua importância para a economia?
O produto interno bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos por um país em um determinado período, geralmente um ano. É o principal indicador usado para medir o tamanho e a saúde econômica de uma nação, refletindo sua capacidade produtiva e o nível de riqueza gerado.
No caso do Brasil, um PIB de US $ 2,17 trilhões posiciona o país como uma das maiores economias globais, mas ainda longe das potências chinesas (US $ 18,75 trilhões) e Indiana (US $ 3,91 trilhões). Esses dados mostram não apenas o peso econômico do Brasil, mas também as assimetrias do grupo BRICS.
Quais são os BRICS e sua composição atual

Originalmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo BRICS foi criado para representar países emergentes com potencial influência econômica global. Em 2024, o bloco expandiu sua composição, incorporando a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, totalizando 11 países.
Essa expansão visa fortalecer o grupo em sua missão de expandir o diálogo econômico e político, buscando um maior protagonismo no cenário internacional. Juntos, esses países têm um PIB combinado de US $ 31,3 trilhões, que representa cerca de 28,4% do PIB mundial – uma fatia relevante que reforça a importância do bloco.
Brasil: 7% do PIB total do BRICS, atrás da China e da Índia
Apesar do tamanho da economia brasileira, a proporção do PIB no grupo é modesta, representando apenas 7% do total do BRICS. A China domina quase 60%(59,8%) do PIB do bloco, seguido pela Índia com 12,5%. A disparidade revela desafios para o Brasil consolidar uma posição mais significativa no cenário global nesse grupo.
Esse desequilíbrio reflete fatores estruturais, como maior diversificação econômica, volume populacional e políticas de investimento nos países asiáticos, especialmente na China e na Índia, que têm mercados internos robustos e forte presença nas cadeias globais de valor.
Cúpula do BRICS 2025 no Brasil: desafios e ausências de líderes
O Brasil será o país anfitrião da Cúpula do BRICS em 6 e 7 de julho de 2025, um evento que reunirá representantes das 11 nações do quarteirão. No entanto, a reunião será marcada por algumas ausências importantes, como o presidente chinês Xi Jinping, que não comparecerá pela primeira vez desde o início do grupo.
O presidente russo Vladimir Putin participará da videoconferência, enquanto o líder do Irã, Masoud Pezeshkian, cancelou sua viagem. Essas ausências refletem um cenário político global complexo em meio a tensões geopolíticas e desafios econômicos pós-parentes e pós-conflito internacional.
Desempenho comercial do Brasil com países do BRICS em 2024

Em 2024, o Brasil apresentou um superávit comercial com oito dos países do BRICS, exportando mais do que importados dessas nações. No total, as exportações brasileiras para o grupo totalizaram US $ 121,6 bilhões, equivalentes a 36% das vendas estrangeiras no país.
Por outro lado, as importações brasileiras do bloco atingiram US $ 88,9 bilhões. As únicas exceções no equilíbrio comercial foram com a Índia e a Rússia, com as quais o Brasil registrou déficits.
Esses dados, fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostram a importância das relações comerciais no bloco e o potencial de expandir o intercâmbio econômico entre os países.
Oportunidades e desafios para o Brasil no BRICS
A participação brasileira no BRICS oferece oportunidades para fortalecer a cooperação econômica, tecnológica e política. No entanto, o país precisa enfrentar desafios internos, como melhorar a competitividade, investir em inovação e aumentar a produtividade para expandir sua representatividade no bloco.
Além disso, a disparidade econômica com países como China e Índia impõe a necessidade de estratégias que aprimorem as vantagens comparativas do Brasil, especialmente em setores como agronegócio, energia renovável e indústria.
Com informações de: Power360