O número de brasileiros em inadimplência atingiu o 76,6 milhões de pessoas em abril de 2025o nível mais alto já registrado desde o início da série histórica de Seasa Experianem 2016. De acordo com os dados mais recentes divulgados pela entidade, 47,1% da população adulta do país está em conta tardia, reflexão direta de um cenário econômico pressionado por Inflação persistente e alta no custo de vida.
Dado esse cenário, os consumidores adotaram uma estratégia de sobrevivência financeira: Priorize as contas essenciaiscomo luz e água, e deixa dívidas em segundo plano com bancos, provedores de varejo e serviços. Ainda assim, o crescimento da inadimplência revela que essa tática tem limites diante do orçamento cada vez mais apertado das famílias brasileiras.
Contas básicas continuam prioridade

Cair na inadimplência de serviços essenciais
Os dados de Seasa aponte que, embora as contas de luz e água sigam uma prioridade no orçamento da família, Houve uma ligeira queda na participação dessas despesas no padrão geral. Em janeiro, as contas básicas representadas 21% das dívidas totais totais. Já em abril, essa porcentagem caiu para 20,1%.
Esse movimento indica que, mesmo no meio das dificuldades, os brasileiros têm se esforçado para manter serviços fundamentais. Afinal, pare de pagar a conta de eletricidade ou água tem consequências imediatas e afeta diretamente a qualidade de vida.
No setor de varejoUma ligeira retração também foi observada em padrão: 9,9% em janeiro para 9,6% em abril. Os dados refletem a diminuição do consumo de bens não essenciais, como roupas e eletrônicos, pela população mais endividada.
Bancos e serviços são descarregados em dívida
Dívidas com instituições financeiras crescem
O cenário muda quando o comportamento do pagamento relacionado a instituições financeiras. Dívidas com bancos e financeiros cresceram de 18,1% para 19,3% de inadimplência total no período analisado. O aumento mostra que os cartões de crédito pessoal, financiamento e crédito foram deixados e mais tarde, mesmo com altas taxas de juros que penalizam o atraso.
Além do setor financeiro, Serviços não essenciaisComo transporte privado, limpeza e administração, eles também sentiram a pressão do momento econômico. Essas categorias vieram representar 11,6% do total de inadimplência, contra 10,9% no início do ano.
De acordo com Monica Seabra, especialista em educação financeira em seasa, A inflação tem sido o fator determinante para esse comportamento. “O poder de compra diminuiu muito com a inflação no nível atual, e as pessoas estão tendo que escolher o que pagar e como pagar”, diz ele.
O padrão do condomínio atinge o recorde

As contas do condomínio são afetadas por reajustes
Uma das áreas mais impactadas pelo aumento da inadimplência é a de condomínios residenciais. De acordo com uma pesquisa da empresa Ucondo, que gerencia 6.000 condomínios e atende cerca de 560.000 usuários, o padrão no setor atingiu 17% no primeiro trimestre de 2025O índice mais alto desde o início da série histórica da empresa em 2022.
Para fins de comparação, a taxa foi 12% no mesmo período de 2024e apenas 9% em 2023. A elevação foi amplamente atribuída ao reajuste nas taxas de condomínioque passou de uma média de R $ 493,81 em 2024 para R $ 507,51 em 2025De acordo com a própria Ucondo.
Leo Mack, diretor de operações da empresa, ressalta que a tendência é piorar. “Pensando no cenário macroeconômico atual do Brasil, a tendência é que o padrão de condomínio continue aumentando, porque o endividamento doméstico é muito alto.”
Endividamento estrutural e orçamento da imprensa da inflação
O alto nível de endividamento das famílias brasileiras não é novo. Dados recentes do banco central mostram que mais do que 70% da renda familiar está comprometida com a dívidaque limita drasticamente a margem para pagamentos ou reajustes imprevistos.
A inflação nos últimos meses, apesar de ter dado sinais de desaceleração, permanece acima do ideal e corroiu o poder de compra da população, especialmente nas classes mais baixas. Aumentos recorrentes em itens como Comida, combustíveis e serviços essenciais tenho forçado os consumidores a Escolhas difíceis sobre o que as contas pagam.
Especialistas alertam sobre o ciclo vicioso
Especialistas em finanças pessoais alertam que o cenário atual pode desencadear um ciclo vicioso. À medida que as dívidas se acumulam, os consumidores recorrem a crédito para cobrir as despesas diárias, agravando ainda mais a inadimplência futura. A situação é complicada com Altas taxas de juroso que torna mais caro renegociar ou instalar dívidas em atraso.
Seasa expandiu campanhas de Educação Financeira e renegociação da dívida, como o Nome justo limpoPara tentar conter a subida do padrão. No entanto, os números indicam que a recuperação ainda será lenta e dependerá de melhorias estruturais na economiacomo controle da inflação e geração de empregos formais.
Imagem: Mikhail Nilov/Pexels