O governo federal está avaliando a possibilidade de limitar a taxa de desconto cobrada às transações feitas com vales alimentares (VR) e vales alimentares (VA). A medida visa corrigir um teto máximo em 3,5% para a taxa de desconto de comerciantes (MDR), que é a taxa cobrada por bares, restaurantes e supermercados nessas operações.
O tema, que envolve R $ 150 bilhões, movido anualmente no mercado de benefícios, está em discussão entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério das Finanças, com a decisão final a ser tomada pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva.
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Qual é a taxa de desconto e por que é importante?

O MDR é uma taxa cobrada pelo valor das vendas feitas com cartões de benefício. Ela remunera os intermediários da transação: a máquina, o cartão emitindo o cartão e a bandeira (como Mastercard, Visa e Elo). No setor dos vales, existem dois tipos principais de acordos: o fechado, onde a mesma empresa atua como um cartão e o cartão, e o Open, que opera com intermediários tradicionais do mercado de pagamentos.
Atualmente, não há dados públicos oficiais sobre a porcentagem média de MDR no Brasil para vales, mas as estimativas do setor indicam que ele pode exceder 7%. As empresas de acordo fechado afirmam que suas taxas variam entre 3,5% e 4,5%. Para comparação, o MDR médio de cartão de crédito é de 2,27%e na dívida, 1,09%.
Volets-Meal and Food Market: uma cadeia complexa
Empresas tradicionais que oferecem vales como Alelo, Sodexo, Ticket e VR operam através de um sistema fechado, definindo suas próprias taxas. Eles têm custos adicionais para credenciar estabelecimentos e supervisionar a conformidade com as regras do Programa de Alimentos para Trabalhador (PAT), que, entre outras determinações, proíbe a venda de álcool com esses cartões.
Por outro lado, as empresas que operam em acordos abertos, como caju, flash e trabalham mais próximos do mercado de cartões tradicionais, não definindo diretamente a taxa de desconto.
Propostas de entidades setoriais para os prazos de taxa e transferência
Diante do debate do governo, as duas principais entidades que representam as empresas do setor enviaram propostas diferentes:
- ABBT (Associação Brasileira de Trabalhadores de Benefícios das Empresas): Limite a taxa sugerida a 4,99% e reduza o tempo de transferência para os varejistas atuais dos atuais 30 a 21 dias.
- CBBT (Câmara Brasileira de Benefícios para o Trabalhador): propuseram a taxa de 4,18% e a redução gradual do período de transferência de 25 dias no primeiro ano para apenas dois dias a partir do quinto ano.
Uma reunião convocada pelo Ministério do Trabalho até 24 de junho reunirá representantes dessas entidades, bem como outras organizações como AbraselAbipag e a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAs), para discutir essas propostas e o tema da interoperabilidade dos sistemas de pagamento.
Interoperabilidade: um dos focos da discussão
A interoperabilidade refere -se à possibilidade de usar cartões de benefício em múltiplas bandeiras e máquinas, expandindo as opções para os consumidores e aumentando a competitividade no setor. Espera -se que a criação de regras claras para interoperabilidade seja discutida na próxima reunião com a expectativa de modernizar o sistema.
Impasses e atraso na decisão

Embora a intenção do governo fosse publicar um decreto presidencial até o final de junho com as novas regras, o contexto fiscal complicado atrasou a decisão. A pressão do Congresso sobre os cortes de gastos e o cenário atual da crise da conta pública dificultou o fim do acordo entre os ministérios do trabalho e a fazenda.
Segundo o ministro Luiz Marinho, ainda não era possível fechar o consenso com a fazenda. Com isso, o tema, que começou a ser discutido em janeiro de 2025, foi relegado ao pano de fundo diante das prioridades fiscais.
Como funciona o período de transferência e seu impacto no setor
A maioria dos vales alimentares e alimentares é contratada pelo setor público, que por decisão do Tribunal Federal de Auditoria (TCU) tem um prazo contratual para pagar por empresas de benefícios dentro de 30 dias após o crédito dos valores. Reduzir esse prazo, defendido pelo governo e pelo setor privado, pode afetar diretamente o fluxo de caixa das empresas de benefícios.
Os executivos alertam que uma diminuição abrupta no tempo para transferir pode comprometer a saúde financeira de algumas empresas, levando à necessidade de um cronograma de adaptação para garantir a estabilidade.
A crise dos preços dos alimentos e sua reflexão no setor
O setor dos vales também foi impactado pelos altos preços dos alimentos. Em janeiro, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) declarou em uma reunião com o presidente Lula que as taxas cobradas por empresas de benefícios podem atingir 15% quando todos os custos envolvidos, como transações, administração, adesão e antecipação de recebíveis.
Segundo ABRAS, esses custos são repassados aos consumidores, aumentando o preço final dos alimentos. Como alternativa, a associação propõe que o Programa de Alimentos para Trabalhadores (PAT) seja operado diretamente pelo governo, eliminando as empresas intermediárias e pagando o benefício diretamente na conta salarial dos trabalhadores.
Esse modelo, de acordo com o ABRAS, reduziria os custos e permitiria uma economia anual de cerca de US $ 10 bilhões para os supermercados.
A proposta, no entanto, é rejeitada pelas entidades do setor, que defendem o modelo atual, apesar das discussões sobre ajustes nas taxas e prazos.
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