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domingo, julho 27, 2025

Guardiões de sementes adaptam grãos para enfrentar seca e garantir alimentos no sertão de PE

EconomiaGuardiões de sementes adaptam grãos para enfrentar seca e garantir alimentos no sertão de PE




G1 visitou agricultores de Santa Cruz e Ouricuri, que mantêm sementes conhecidas como crioulo, que mantêm as tradições regionais. As sementes de Sertão que resistem às secas ouviram falar de feijão trivicía, letras de lágrimas ou barriga? Ou a fava da orelha da avó? A diversidade da dieta brasileira vai muito além do arroz branco e do feijão carioca e simplesmente não perdeu totalmente graças a décadas de agricultores conhecidos como guardiões de sementes de crioulo. Desde observação e seleção, eles adaptam vários tipos de grãos ao clima de um local específico. Essas sementes estão sendo armazenadas para as próximas plantações e passadas de geração em geração. É um processo que ajuda a garantir alimentos sobre a mesa em tempos difíceis, como durante a longa seca, além de preservar a cultura alimentar de uma região, uma família ou comunidade. Este relatório faz parte do terceiro episódio da série “PF: ​​Dish of the Future”, onde o G1 mostra soluções para os desafios da produção de alimentos no Brasil. Em março, o G1 conheceu alguns guardiões de sementes em Pernambuco, como Chico Peba, um fazendeiro de Santa Cruz que preserva vários tipos de feijão, milho e centenas de grãos nativos de Caatura ou adaptados ao semiário. O G1 também visitou um banco de sementes coletivas que pertence à comunidade de passagem de pedra em Ouricuri (PE), que funciona através de um sistema de empréstimos (veja o vídeo completo acima). Por que o Brasil está faminto se é um ótimo produtor de alimentos? Qual é a diferença entre sementes de fome e insegurança alimentar que resistem ao tempo, as sementes crioulas não são necessariamente nativas. Eles podem ter vindo de outra região, mas se tornaram variedades tradicionais ou locais porque foram cultivadas por um longo tempo na mesma área. Eles não podem ter nenhum tipo de transgenia, um processo que ocorre quando genes de diferentes espécies são cruzados. É isso que Marilia Lobo Burle, pesquisador da Embrapa, explica na unidade de recursos genéticos e biotecnologia. Os agricultores adaptam as sementes ao ambiente em que vivem por vários motivos: obter mais clima, pragas ou plantas mais produtivas. No campo, eles estão observando e selecionando as plantas com as características desejadas, intuitivamente e guiadas pelo conhecimento adquirido com a prática e que são transmitidas entre gerações, diz Burle. “E há um detalhe: as sementes crioulas são cultivadas sem quase nenhum uso de insumos, fertilização, defensiva. Por quê? Porque elas geralmente são cultivadas por agricultores familiares com poucos recursos”, diz o pesquisador. É por isso que as sementes de crioulo são estratégicas em um momento de extremos climáticos, diz ela. “Quanto mais sementes mantivemos, melhor para aqueles que vivem no semiária”, diz Chico Peba, fazendeiro de Santa Cruz, no Sertão de Pernambuco. “Como as sementes de outras empresas não são adequadas para o nosso clima. Não temos chuva suficiente todos os anos, durante o tempo em que precisam”, diz ele. Chico Peba mostra sementes de crioulo, passadas de geração em geração em Pernambuco Gustavo Wanderley/G1 Autonomia alimentar A preservação de sementes crioulos também traz autonomia e menos gastos ao agricultor. Hoje, a maioria dos agricultores planta com sementes compradas de outras empresas. Além disso, existem programas governamentais de doações do governo. Já já dependem do mercado, acabam tendo um custo mais alto. “O problema é que hoje as sementes são muito caras e não há mais muitas variedades”, diz Ana Claudia de Lima Silva, professora de extensão rural e agroecologia da Universidade Rural Federal de Pernambuco (UFRPE). As sementes de crioulo de Gustavo Wanderley “O que mais está no mercado são sementes de alta tecnologia, especialmente transgênicas”, acrescenta ele. Variedades perdidas ao longo do tempo, a produção de sementes cada vez mais padronizadas com alta produtividade tem sido responsável por reduzir a diversidade tradicional de grãos. É isso que Alcemar Adílio Inaia, coordenador de Bionatur, pensa, uma rede brasileira de produção de sementes agroecológicas, com sede em Candiota (RS). “Antigamente, fomos ao mercado e podíamos escolher entre vários tipos de milho. Hoje temos apenas amarelo. Você não encontra milho preto, um milho colorido e colorido. É muito raro e específico”, diz ele. Para ele, isso é prejudicial não apenas à diversidade de alimentos, mas também à preservação das tradições. “As sementes fazem parte da nossa cultura. Os indígenas, por exemplo, fizeram várias bebidas de milho. Os quilombolas fizeram vários rituais de algumas espécies de milho, feijão, farináceo”, comenta. “O raditi (um vegetal) também era muito entre os imigrantes italianos e alemães. Hoje, na feira, você não o encontra mais”, diz Inaia. Para o pesquisador da Embrapa, outras razões explicam a diminuição das variedades de sementes crioulas: mudanças climáticas, envelhecimento da população rural, conflitos terrestres e desmatamento. O Brasil é um ótimo produtor de alimentos, mas coexiste com os bancos de sementes coletivos de insegurança alimentar, a preservação de sementes de crioulo também acontece coletivamente a partir da formação de bancos comunitários gerenciados por agricultores familiares. Existem experiências bem consolidadas no Brasil, como o Borborema Polo, uma rede de sindicatos rurais de paraíba. “As primeiras experiências de bancos comunitários de sementes aqui na região de Borborema Polo nasceram em 1970, mas há muitos exemplos em todo o Brasil em todo o mundo”, diz o fazendeiro Roselita, de Remigio (PB). Os bancos geralmente trabalham em um sistema de empréstimos. Em março, o G1 encontrou um exemplo na passagem da Associação de Agricultores de Pedras em Ouricuri (PE). Lá, o agricultor de sementes emprestadas precisa retornar 50% a mais no momento da colheita. Ou seja, se remover 1 kg, precisará retornar 1,5 kg. Mary Auxiliadora no coletivo de sementes tradicionais da comunidade de passagem, em Ouricuri (PE) Gustavo Wanderley/G1 “A semente que é devolvida não pode vir com pesticidas ou transgenia”, explica o agricultor Maria Auxiliadora. “E nosso banco não é apenas para a nossa comunidade. Em 2020, por exemplo, tivemos uma grande seca e acabamos fornecendo sementes de nosso banco para comunidades de um município vizinho”, diz ele. A diversidade de enfrentar seca outra característica muito impressionante do cultivo de sementes de crioulo é a diversidade no plantio. Quando a estação chuvosa chega, é comum que os agricultores semiáridos plantassem diferentes tipos do mesmo alimento. Chico Peba, por exemplo, plantas ao mesmo tempo, milho claro e milho tardio. O primeiro se desenvolve mais rápido, garantindo a colheita se a chuva chegar cedo. Já é o segundo, leva mais tempo para crescer, o que dá segurança se a chuva estiver atrasada. O fazendeiro Roselita, de Remigio (PB), acrescenta que o plantio de vários tipos de alimentos também é uma estratégia para garantir alimentos. “Na agricultura familiar camponesa, no mesmo espaço, há feijão inicial, feijão carioca, feijão preto, jerimum, batata -doce, feijão, milho”, ele exemplifica. “É isso que oferece soberania, alimento e segurança nutricional para as famílias. Porque se houver uma variação do clima, não colhemos um alimento, mas colhe outro”, conclui. Massas do futuro: os quintais mudam vive no café sertão em risco: como a sombra da árvore pode ser uma solução para aumentar a temperatura prato futuro: a pesquisa cria mais pf resistente ao calor, prato futuro: rastreando bois com chip na Amazon



g1

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