O ministro das Finanças, Fernando HaddadEstá no centro de um intenso dilema fiscal depois que o Congresso derrube o aumento do IOF. Sem esse recurso, o governo terá que decidir entre atender à demanda do mercado por congelar o salário mínimo real ou direcionar seus esforços para reduzir supersalariais, subsídios e benefícios corporativos.
A decisão cairá em prioridades, promessas e viabilidade política.
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Pressão do mercado financeiro

a) Salário mínimo sem aumento real
O setor financeiro argumenta que o salário mínimo – hoje em R $ 1.518 – estar congelado em termos reais por até seis anosproposta alinhada com a visão do ex -presidente do BC Arminio Fragaque enfatizou a urgência de uma reforma que contém despesas públicas.
b) Fim dos benefícios de ligação ao mínimo
Além disso, eles propõem destacar benefícios como aposentadoria e seguro desconhecido do reajuste mínimo, limitando a correção apenas à inflação.
c) Ajuste dos gastos obrigatórios
Há também a sugestão de vincular investimentos mínimos de saúde (15%) e educação (18%) – agora com base na receita líquida – um teto de crescimento entre 0,6% e 2,5% além da inflação, que pode liberar até US $ 190 bilhões em uma década.
d) Reforma da Seguridade Social e Administrativa
Com a expectativa de uma nova reforma da Seguridade Social, é necessário o aumento do tempo de contribuição e a introdução da idade mínima. Na linha administrativa, é discutido para melhorar a remuneração inicial e limitar a progressão na carreira pública, além de facilitar as demissões.
Posição do governo federal
a) Supersalário em foco
Haddad prioriza sufocar os superesalariaisAqueles que superam o teto constitucional via cabides, especialmente para juízes e promotores. A proposta foi avançada no Senado em 2016, mas ainda carece de voto definitivo na Câmara e no Senado, onde enfrenta forte resistência judicial e legislativa.
b) Redução de transferências para FUNCEB
Outra meta do governo é a fatia federal do FuteB, hoje em 21% dos recursos estaduais e municipais, correspondendo a R $ 56,5 bilhões. Destina -se a impedir o aumento de 2026, adiando o possível aumento de R $ 6 bilhões.
c) Incentivos de negócios sob controle
Com R $ 800 bilhões anualmente em isenções, o governo tenta eliminar parte desses subsídios em 17 setores, revertendo a isenção da folha – uma ação que, segundo o ministério, pode gerar economia relevante.
d) aposentadoria militar em debate
O déficit atuarial das forças armadas é sete vezes maior por beneficiário do que o INS. A aposentadoria militar foi proposta aos 55 anos, juntamente com o final de certas pensões, mas o texto aguarda a análise na casa.
Domino político e risco fiscal
A queda do IOF trouxe uma pausa de US $ 10 bilhões e forçou Haddad a reavaliar cortes. Marisa RossignoliDo Corecon-SP, avalia que “a curto prazo, haverá cortes e congelamento de gastos; a longo prazo, são esperadas mudanças estruturais”. Já Fabio AndradeDa ESPM, ressalta que o Congresso pressiona as emendas e evita restrições, agindo contraditório em relação às reformas.
Possíveis caminhos e impasses
Com três frentes abertas – Redução de superesalariais, cortes no FUNDEB e desconexões de gastos – Haddad enfrenta a resistência no Congresso e no Judiciário, especialmente em relação aos supersalariais, o alvo do lobby intenso.
No entanto, a combinação de medidas pode equilibrar o dinheiro ou agravar as tensões políticas, especialmente se os valores liberados não compensarem o vácuo deixado pelo IOF.
Cenário futuro e próximos passos

Nas próximas semanas, o governo deve articular o processamento do PEC de supersalariais, definir as contingências no FUNDEB e negociar reformulações em subsídios e seguridade social. O modelo político exigirá capacidade de garantir votos, reconciliar demandas e evitar o ataque de servidores e a reação popular.
Haddad está enfrentando uma encruzilhada: alto ou congelar o mínimo – ambas as trajetórias têm custos e impactos políticos distintos. A maneira como o governo navegará essas escolhas determinará o curso do ajuste fiscal e sua credibilidade para promover reformas estruturais.
Com informações de: Economia – UOL