Em meio a uma semana marcada por intensos debates no Congresso Nacional, o ministro das Finanças, Fernando Haddad, reafirmou na terça -feira que o governo não pretende alterar a meta fiscal definida para o ano. A declaração ocorre no contexto de rejeição pela Câmara dos Deputados do Decreto Presidencial que aumentou as taxas do imposto sobre operações financeiras (IOF), uma medida crucial para o saldo das contas públicas.
Durante uma conferência de imprensa na manhã de terça -feira, Haddad destacou a responsabilidade do governo de Lula de manter a disciplina fiscal, em contraste com as administrações anteriores, e enfatizou que o diálogo com o Legislativo permanece aberto, apesar das recentes divergências.
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Contexto da derrubada do IOF e impactos orçamentários

Na quarta -feira passada (25), o Congresso Nacional anulou o decreto que reajustou as taxas de IOF, pois foi adotado pelo executivo para aumentar a coleta e fortalecer o saldo das contas federais. O Ministro das Finanças reconheceu que essa decisão complica o cenário fiscal, mas garantiu que o compromisso com a meta permanece inabalável.
Ele lembrou situações semelhantes em 2023, quando o governo enfrentou isenções prolongadas e outras medidas que impactaram negativamente a receita, mas ainda conseguiu cumprir o compromisso fiscal.
“No ano de 2023, a mesma coisa aconteceu … e conseguimos cumprir o objetivo, mas”, disse Haddad, lembrando que o desafio enfrentou.
Diálogo aberto com o Congresso para entender mútuos
Fernando Haddad também comentou a inesperada mudança de posição do prefeito, Hugo Motta, em relação ao IOF, observando que não houve conflito pessoal e que mantém a disposição do diálogo institucional.
“Nós nunca lidamos com estes termos [traição]. Temos respeito pelo Congresso. O que não sabemos é o motivo da mudança de indicação anunciada no domingo ”, disse o ministro.
O ministro disse que aguarda o retorno de uma ligação feita ao prefeito e enfatizou o relacionamento cordial mantido com o parlamentar, enfatizando a importância de manter os canais abertos para permitir soluções conjuntas.
Estratégias para a próxima proposta fiscal ao Congresso
Segundo Haddad, o governo prepara uma nova proposta de equilíbrio fiscal, que deve ser apresentado somente após o recesso parlamentar. A idéia é preservar setores sensíveis e constitucionalmente protegidos, como a cesta nacional simples e a cesta básica, evitando cortes nesses segmentos.
Inicialmente, a proposta foi considerada uma emenda constitucional, mas a pasta agrícola está revisando a estratégia após as demandas dos líderes do partido para ajustar a abordagem, com o objetivo de maior consenso.
“Há uma equipe estudando a maneira mais apropriada de encontrar o Parlamento, para não prejudicar as suscetibilidades”, explicou o ministro.
O diálogo com o presidente do Senado, David Alcolumbre, e Hugo Motta é considerado fundamental para diminuir os detalhes da proposta.
Compromisso com a responsabilidade fiscal no governo de Lula
Questionado sobre a manutenção do objetivo fiscal diante do contexto político e a proximidade das eleições de 2026, Haddad enfatizou que o governo de Lula adota uma posição diferente da administração anterior, o que permitiu maior flexibilidade para ganhos eleitorais.
“Não somos o governo de Bolsonaro, que teve permissão para vencer a eleição. Temos responsabilidade”, afirmou.
O ministro reafirmou que o objetivo é evitar os relatos públicos descontrolados, que ele considera prejudiciais ao país e a seus cidadãos.
“O presidente Lula é o presidente da responsabilidade fiscal. Não há outro campeão de responsabilidade fiscal”, disse Haddad.
O que significa manter o objetivo fiscal?
Manter a meta fiscal significa que o governo controla estritamente suas receitas e despesas para atender a um limite pré-estabelecido de resultado orçamentário, geralmente excedente ou com déficit controlado. Esse saldo é fundamental para garantir a confiança do mercado, a sustentabilidade da dívida pública e a capacidade de investimento estatal.
No Brasil, a conformidade com a meta fiscal é supervisionada pelo Congresso Nacional e pelo Tribunal Federal de Auditoria (TCU), que acompanham a execução do orçamento. A não conformidade pode gerar importantes conseqüências políticas e econômicas.
Desafios e perspectivas para 2025

O cenário para o próximo ano é desafiador, especialmente depois de rejeitar o aumento do IOF, que comprometeu uma parte relevante da coleção esperada para ajuste fiscal. Ainda assim, Haddad mantém o otimismo na capacidade do governo de encontrar soluções que reconciliam austeridade e proteção social, além de atender às demandas da legislatura.
A retomada de discussões e negociações após o recesso parlamentar será decisivo para definir a direção da política fiscal no país. A transparência e o diálogo serão essenciais para os acordos de construção que garantem estabilidade econômica e crescimento sustentável.
Conclusão: Compromisso firme com a estabilidade fiscal
Em seu discurso, Fernando Haddad deixou claro que o governo de Lula valoriza a responsabilidade fiscal como um pilar central de sua gestão econômica. Mesmo diante dos obstáculos impostos pela derrubada do decreto de IOF, o compromisso com o alvo fiscal não será alterado, reforçando uma mensagem de estabilidade e seriedade para o mercado e a população.
A manutenção desse equilíbrio fiscal é visto como crucial para garantir que os avanços do Brasil no desenvolvimento econômico e social, sem repetir os erros do passado que levaram a crises prolongadas.
Com informações de: Agência Brasil