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sexta-feira, agosto 1, 2025

O risco de mangas brasileiras ‘virarem lama’ com impacto de tarifas dos EUA: ‘Estou dando de graça e ninguém quer’

EconomiaO risco de mangas brasileiras 'virarem lama' com impacto de tarifas dos EUA: 'Estou dando de graça e ninguém quer'




Miriam Leitão: O governo apelará ao tribunal contra tarifas e sanções a Moraes, as mangueiras estão cheias de propriedade de Hidherica Torres, na Casa Nova, no lado bahiano do vale de São Francisco. Os frutos que pesam nas filiais já tinham um certo destino assim que são colhidos nos próximos dias: os Estados Unidos. Eles tinham. Na terça -feira (29/7), a Hidherica foi informada pela empresa exportadora de que suas mangas não precisariam mais deixar os portos americanos. Como os produtos brasileiros terão uma tarifa extra de 50% para entrar nos EUA a partir de 6 de agosto, a venda, na prática, era inviável. “Estamos correndo tentando ver a possibilidade de enviar para o Canadá ou a Europa”, diz Hidherica. “Mas tenho medo da manga para ser jogada no chão e o trator passa. De qualquer forma, vire lama”, acrescenta. Na terça -feira, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse em uma entrevista que alguns produtos sem nome em solo americano podem ter a tarifa de importação zero – entre os exemplos, ele citou a manga. Mangas Tommy que iriam para os EUA estão na árvore em uma nova casa, Bahia Hidherica Torres/Coleção Personal já na quarta -feira (30/7), o presidente Donald Trump assinou o decreto que impõe 50% de tarifa no Brasil, mas com várias exceções, incluindo aeronaves, suco de laranja e óleo. Os frutos, no entanto, não se beneficiaram. Mesmo antes que a tarifa entre em vigor, o vale de São Francisco, o principal produtor e exportador da fruta no país, já sente os efeitos da guerra comercial – e não apenas entre os produtores que exportam diretamente para os EUA. Pequenos produtores que fornecem o mercado doméstico e outros países já veem suas mangas estão presos e os preços colapsos – como a produção dos EUA já estão sendo redirecionados, o mercado de manga começa a superlotar o produto. Com muita oferta, as quedas de preço – em um nível que às vezes nem paga custos de produção, disseram aos produtores a BBC News Brasil. Os compradores até ofereceram menos de US $ 0,80 para o quilo da manga do tipo Tommy para José Nilton Gonçalves, pequeno produtor de Lagoa Grande, em Pernambuco. No início do ano, chegou perto de US $ 6. “Dessa forma, você não pode nem tomar as despesas”, diz ele. Líder da Associação Comunitária de Agricultores de Malhada Real, em Lagoa Grande, Cristiano Ferreira completa que todos os tipos de frutas já estão sendo afetados, mesmo aqueles que não iriam para os EUA. “Todos já sentirão, do grande ao pequeno.” Das mangas produzidas no vale de São Francisco, 92% vão para a exportação, de acordo com a União Rural de Produtores de Petrolina (SPR), que representa o setor. Em 2024, o Brasil exportou 258 mil toneladas de manga, ganhando US $ 349,8 milhões (R $ 1,95 bilhão), de acordo com dados coletados pelo Observatório de Manga Embrapa. Isso faz do mangá a fruta brasileira mais vendida do mundo. O destino principal é a Europa, representando cerca de 80% das vendas externas durante o ano. Cerca de 15% vão para os EUA. Mas a produção focada na produção para os EUA é mais cara e concentrada em três meses do ano, precisamente a partir de agora. Os americanos costumam comprar mangas de vários países, de acordo com a sazonalidade da colheita. A janela brasileira é em agosto, setembro e outubro. Para vender para os EUA, os produtores precisam plantar principalmente o mangá Tommy, o favorito dos americanos. Além disso, eles precisam passar por uma série de inspeções e certificações necessárias, especialmente sobre a presença da mosca de Fruta nas plantações, e para serem mergulhadas em um tanque Celsius de 60 graus para eliminar larvas. Na prática, é mais caro produzir para eles. “Ou seja, é difícil para o produtor enviar esta fruta para outros mercados. Além disso, o volume neste momento para os EUA é muito grande e já está causando preços baixos em países domésticos e outros”, diz o Jailson Lira, presidente da SPR. A expectativa do vale de São Francisco em 2025 foi exportar 36,8 mil toneladas de manga para os EUA, em 2.500 contêineres que deixam os portos de Salvador (BA) e Pecima (CE) até outubro. A receita desse comércio com os EUA estaria no nível do ano passado, de US $ 45,8 milhões (R $ 255 milhões), de acordo com a SPR prevista. Projetos agrícolas irrigadas fizeram do vale de São Francisco uma das regiões mais prósperas do nordeste de Sertão Dado Galdieri/Bloomberg por meio de imagens Getty ‘Estou dando mangá gratuito’ The São Francisco Valley tem grandes empresas de exportação de manga, onde os frutos passam pelos banheiros antes da exportação. Muitas dessas empresas têm suas próprias plantações. Mas, em geral, eles acabam comprando toda a produção de pequenos e médios produtores para atender à demanda. Isso causará o dano no topo da corrente (exportadores), sem muito atraso, na ponta (agricultores). “Se a manga não tiver saída, as grandes empresas venderão exatamente o que já têm, elas não compram do pequeno e médio”, explica o produtor rural Eduardo Nakahara, da Frutecer, uma empresa de exportação mais focada no mercado europeu. “E com as pessoas que ele vende para os EUA enviando as mangas para a Europa, todos são afetados”, acrescenta. Em Lagoa Grande, Pernambuco, os produtores têm medo de que os frutos estraguem Adailton de Lima/coleção pessoal, mesmo com a preferência de os europeus não serem o mangá Tommy, uma vez em supermercados, o cliente geralmente não se apega ao tipo de frutas vendidas, explica Aleska Martins, o produtor rural da Petolina. Aquele com o mais acessível acaba entrando no carrinho. Pernambuco produz mangá Keitt menos doce e menor e vende para exportação para a Europa, sem presença no mercado dos EUA. Mas os pés nos 60 hectares da família em Petrolina já estão cheios de manga de end morta. “Vendemos por US $ 6 por quilo este ano, agora estava lutando para vender a 0,80 centavos”, diz ele. Segundo os produtores, as empresas importadoras da Europa estão cancelando solicitações porque já têm medo de ter “uma enxurrada de manga vindo do Brasil”. Martins está em uma corrida contra o tempo porque precisa começar a preparar a terra para a próxima colheita. Isto é, podando as árvores, descansando a terra e preparando o terreno. Para isso, ele ofereceu frutas a parceiros de negócios, de mercado para empresas de mercado que poderiam coletar as mangas. “Estou dando de graça para quem quiser aceitar, limpar minha planta. E ainda não estou conseguindo”, disse ele na terça -feira. Ela explica que as empresas justificam que o custo para remover as mangas do pé não será compensado, vendendo a preços tão baixos. Na terra de Adailton de Lima, em Lagoa Grande, o problema é o mesmo. “O mercado está cheio, então ninguém quer nossa manga. Está caminhando para amadurecer no pé”, diz o produtor de Palmer, um favorito do mercado brasileiro. Gilson Dos Santos, produtor e consultor do setor de manga no vale de São Francisco, explica que o Brasil não é capaz de absorver tanta manga que será deixada. E nem mesmo a Europa, já que “outros países estão tendo uma boa colheita este ano, como a Espanha, na região de Málaga”, diz ele. “Isso abriu uma grande especulação no mercado, os produtores estão desesperados e oferecem mangá desesperadamente por medo de não vender as frutas”, diz ele. O presidente do sindicato, o Jailson Lira critica o governo federal, que, segundo ele, estava tentando “medir a força com os EUA” em vez de negociar uma saída para o setor. O presidente do sindicato também diz que um plano não foi apresentado aos produtores. A BBC News Brasil entrou em contato com os governos de Bahia e Pernambuco, além do governo federal, mas a administração não se posicionou. O produtor Eduardo Nakahara estima que, se mantidos, as tarifas terão um grande impacto em toda a economia da região do vale de São Francisco, uma das regiões mais prósperas do nordeste das terras, precisamente devido à agricultura irrigada que produz mangas, uvas e outros frutos. Para ele, o momento seria o povo brasileiro adotar a manga como uma fruta nacional. “Imagine fazer uma campanha para incentivar as pessoas a comprar manga, faça tudo na manga. Em vez de pedir um suco de morango no restaurante, pede manga”, diz ele.



g1

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