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quarta-feira, agosto 6, 2025

Por que Banco Mundial prevê pior década para o crescimento global em mais de meio século

EconomiaPor que Banco Mundial prevê pior década para o crescimento global em mais de meio século




Em meio às incertezas geradas pelas políticas tarifárias de Donald Trump, o Banco Mundial vê uma maneira difícil para a economia mundial. A agência internacional prevê uma década difícil em meio a tensões comerciais Getty Images via BBC, a economia mundial deve passar pela pior década de crescimento econômico em mais de meio século, de acordo com as projeções do Banco Mundial. Em meio às incertezas causadas pelas políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, a agência internacional prevê um crescimento global de apenas 2,3% para este ano, com um cenário desafiador nos próximos anos. A decisão de Donald Trump de impor uma tarifa universal de 10% às importações que entram nos EUA, e taxas ainda mais altas nos produtos da China, além de aumentar os impostos sobre aço – que o Brasil exporta para os EUA – e alumínio, causou caos e confusão no sistema comercial internacional. Em maio, o Tribunal Internacional de Comércio dos Estados Unidos considerou a maioria dessas tarifas globais impostas por Trump ilegal. No entanto, a Casa Branca conseguiu, através de um recurso no tribunal, para manter as medições, pelo menos por enquanto. Esse cenário de incerteza no comércio internacional levou o Banco Mundial a adotar uma perspectiva menos otimista do crescimento econômico global. “Em um contexto de maior incerteza política e aumento das barreiras comerciais, o ambiente econômico mundial se tornou mais complexo”, disse um relatório publicado pela agência. O texto também aponta que deve haver um aumento na instabilidade política, o que pode abalar a confiança no mercado na possibilidade de “novas mudanças repentinas” em medidas comerciais restritivas de vários países. Essas taxas podem levar a uma interrupção do comércio mundial no segundo semestre deste ano, acompanhado por um colapso generalizado na confiança, aumento da incerteza e turbulência nos mercados financeiros, ressalta o Banco Mundial. No entanto, a agência não previu uma recessão mundial, afirmando que as chances disso acontecer são inferiores a 10%. O Banco Mundial reduz a expectativa de crescimento até 2025 por causa das tarifas históricas de frenagem em crescimento, a economia mundial está mais uma vez em um momento de turbulência, escreveu em um blog The Economists of World Bank Inderit Gill e Ayhan Kose. Sem uma direção rápida, é claro, os danos vivos das pessoas “podem ser profundos”, eles argumentaram. Segundo os economistas, as disputas comerciais abalaram muitas das certezas políticas que ajudaram a reduzir a extrema pobreza e expandir a prosperidade após o final da Segunda Guerra Mundial. A análise aponta que várias das forças que aumentaram o “grande milagre econômico” dos últimos 50 anos (quando o PIB per capita nos países em desenvolvimento quase quadruplicou e mais de 1 bilhão de pessoas deixaram a extrema pobreza) foram revertidas. Nesse contexto, o relatório do Banco Mundial alerta que, se as previsões forem cumpridas, o crescimento global médio previsto na década de 1920 “será mais lento do que em qualquer década” desde o final da década de 1960. “Até 2027, espera-se que o crescimento do PIB global atinja uma média de 2,5% na década de 2020-o ritmo mais lento de qualquer década desde a década de 1960”, o relatório. O crescimento fraco destaca a análise, afetará a criação de empregos, redução da pobreza e desigualdade de renda. E América Latina? A desaceleração do crescimento econômico global é uma má notícia para a América Latina, uma região que acaba de sair de uma “década perdida” e foi severamente atingida pela pandemia, diz Benjamin Gedan, diretor do programa Wilson Center Latin America. Segundo ele, se a guerra comercial reduzir os preços das exportações que apóiam as maiores economias da América do Sul, pode ter impactos econômicos, sociais e políticos muito sérios. Essa mesma preocupação aparece no relatório do Banco Mundial, na parte dedicada da América Latina, que aponta que o aumento das barreiras comerciais terá efeitos negativos na região. Sobre as tarifas de Trump, Gedan diz que essa política se assemelha à maneira como algumas nações latino -americanas se seguiram no passado. “É frustrante para os economistas da região ver os Estados Unidos replicando os erros da política industrial da América Latina do período pós-guerra”, diz ele, referindo-se ao tempo da chamada “industrialização de substituição de importação”, apesar de seu “desastroso histórico”. A substituição de importação é uma estratégia de desenvolvimento econômico que busca promover a produção local de mercadorias que foram importadas anteriormente. O objetivo é reduzir a dependência do mercado externo e fortalecer a indústria nacional, uma proposta que se tornou central para o discurso de Donald Trump. O Banco Mundial prevê um crescimento econômico de 2,3% em 2025 para a América Latina. Nesse cenário, o país com pior previsão de crescimento na região é o México, cuja economia experimentará uma pequena expansão de apenas 0,2% este ano. Washington impôs o México uma tarifa de 25% sobre as importações que não estão incluídas no Tratado de Livre Comércio da América do Norte. “Isso enfraqueceu as exportações do México” e gerou incertezas em um país que enviou 80% de suas exportações para os Estados Unidos em 2024, aponta a agência. Além do México, entre as principais economias da região, o Brasil, o Chile e o Peru devem ter menor crescimento econômico do que no ano passado, enquanto as projeções para a Colômbia e a Argentina são mais positivas. Para o Brasil, a projeção do Banco Mundial é um PIB de 2,4% em 2025. O Banco Mundial alerta que o curso econômico da América Latina dependerá amplamente do crescimento dos Estados Unidos e da China, os maiores mercados para os produtos da região.



g1

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