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terça-feira, julho 29, 2025

A expulsão de Léo Jardim, e o dilema insolúvel que mostra qual é a nossa verdadeira crise

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Quando o árbitro Flávio Rodrigues de Souza deu o cartão vermelho ao goleiro Leo Jardim, todos fomos levados por dilemas. Finalmente estávamos na frente de alguém disposto a enfrentar e punir as tentativas sistemáticas de fraudar o jogo? Ou havia um juiz autoritário que decidiu atribuir a si mesmo um conhecimento médico capaz de dar a ele o poder se a vasca estivesse dor ou apenas fingisse? No fundo, haverá argumentos que se inclinam para os dois lados. Não é possível escapar de algo fundamental: o cartão despertou um debate que, sem expulsão, não seria instalado neste Brasil que adora discutir a arbitragem a cada pós-roda. E o debate, desta vez, nos oferece a oportunidade de entender qual é a maior de nossas crises: não é arbitragem, mas é ética. Porque os dilemas não param por aí. Se prestarmos atenção às entrevistas dadas após o jogo, ficará claro qual é a maior revolta da Vasco: a aplicação de um cartão vermelho diante de uma infração que se tornou cadeia no futebol brasileiro. É difícil encontrar um lugar no mundo que foi tão eficaz em transformar uma lei feita para proteger os goleiros em um instrumento de favoritismo anti -porto, da sabotagem do jogo. Então, a certa altura, foi possível ver em Leo Jardim uma espécie de bode expiatório, o único punido por uma prática prejudicial que o futebol naturalizado. Mas logo depois, nos pegamos refletindo se esse pensamento não trata um membro de uma classe que se permitia ser, em campo, o principal protagonista do anti -jogo. Leo Jardim é expulso depois de receber o segundo amarelo por cera em Vasco de 1 x 1 internacional O fato é que o futebol brasileiro tem o hábito de olhar para as regras que não estão sob a lógica de um pacto para uma boa coexistência. Pelo contrário, lemos as regras predispostas para encontrar maneiras de contornar. Como a lei do jogo diz que a lesão de um goleiro deve parar uma partida até que ele se recompor e seja capaz de competir novamente, acabamos nos vendo diante de uma crise inevitável: quem será capaz de definir se há uma arbitra efetivamente ferida ou se estivermos enfrentando uma das muitas tentativas? Parecendo assim, parece realmente difícil de resolver. No entanto, a dificuldade está em nossa verdadeira crise, a crise ética e comportamental. De acreditar muito em ganhar a qualquer custo, o campo de futebol se tornou um lugar onde ninguém acredita em ninguém, onde prevalece a lei mais inteligente, o mais trapaceiro prevalece. Ou um pacto é feito para uma reeducação mínima, uma reconstrução do espírito com que uma partida de futebol é enfrentada ou qualquer solução parecerá imperfeita. O argumento prosperou que os árbitros, limitados por obviamente não terem um diploma médico, deveriam usar as adições, desde que necessário. Ainda assim, o anti -jogo continuará sendo concedido. Primeiro, porque a essência do futebol é o ritmo, a necessidade de uma equipe em inferioridade para defender sua área de seguidores investidos. Escolher o jogo é quebrar essa essência. Segundo, porque o jogo jogado nos dez ou 15 minutos adicionado não é o mesmo de ser jogado no momento em que os goleiros causaram paralisia: em tempo extra, os jogadores estão esgotados, pressionados pelo relógio e a partida ganha outros recursos que o desfiguram. A adoção do cartão para Leo Jardim como critério pode até satisfazer nosso desejo de punitivista diante do evidente anti -jogo. Mas isso colocará os juízes em constante conflito com a impossibilidade de definir quem está realmente ferido – embora quase nunca um goleiro que pede serviço no futebol brasileiro esteja realmente ferido. O que é uma pena, porque em nossos campos a dor do goleiro quase nunca resulta de um golpe admitido, mas de uma meta marcada por sua própria equipe. A regra para proteger os goleiros nos criou um dilema quase insolúvel, onde nenhuma solução parece perfeita. A única maneira é atacar a crise ética em um ambiente governado pela lógica da desconfiança, decepção e trapaça.



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