O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou, na terça -feira (18), a compra do Banco Mestre pelo Banco de Brasília (BRB). A operação, estimada em R $ 2 bilhões, envolve a aquisição de 58% do capital total do Banco Master, com 100% das ações preferenciais e 49% do ordinário. A decisão de Cade foi irrestrita, o que representa um avanço importante para a consolidação de negócios.
Com a aprovação, o processo agora segue para a análise do banco central, a última etapa necessária para a conclusão final da transação. Espera -se que o BC também faça a operação nos próximos meses.
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Um movimento estratégico no sistema bancário

Expansão regional e diversificação de carteira
A compra do banco principal representa um movimento estratégico para o BrbBanco Estadual controlado pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Fundada em 1966, a BRB experimentou nos últimos anos por uma reestruturação focada na expansão de seu desempenho além das fronteiras do DF, focando na digitalização dos serviços e na diversificação de sua base de clientes. A aquisição do Banco Mestre é vista como uma etapa decisiva nesse processo.
O Banco Master, por sua vez, está sediado em São Paulo e atua principalmente no segmento de folha de pagamento, banco privado e gerenciamento de recursos. Com uma carteira de clientes robustos e presença consolidada no sudeste, o mestre traz à BRB uma capilaridade que o Banco Brasiliense ainda não tinha.
O que o governador diz
O governador do distrito federal, Ibaneis Rocha (MDB), destacou a importância da aprovação de Cade para a imagem institucional da BRB. “Esta decisão mostra que estamos no caminho certo e que todas as ações estão sendo realizadas dentro da legalidade”, disse o chefe do executivo local.
Ibaneis, que apostou fortemente na avaliação do BRB como ativo estratégico da GDF, vê na compra do mestre a possibilidade de alavancar o banco para um novo nível no sistema financeiro nacional.
Controvérsias e questões legais

MPDFT questiona a legalidade da operação
Apesar do lançamento de Cade, a operação não foi ilegal das perguntas. O Serviço de Promotoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) contestou a ausência de uma lei específica autorizando o GDF a executar a operação, ou mesmo uma deliberação formal da Assembléia dos Acionistas da BRB.
De acordo com a MPDFT, o fato de o GDF ser o acionista majoritário da BRB implica que decisões estratégicas como essa devem sofrer maior escrutínio legislativo, em relação à transparência e governança pública.
Justiça reconhece a legalidade do procedimento
No entanto, ao analisar fundos relacionados à questão, o Distrito Federal e o Tribunal de Território (TJDFT) deram a razão ao governo do distrito federal. O juiz responsável pelo caso afirmou que a transação em análise é a compra de ações minoritárias-e não o controle total do Mestre Banco-que não requer legislação ou autorização específica da legislatura.
A decisão do tribunal fortalece o argumento de que a operação segue todos os procedimentos legais previstos nas regras corporativas brasileiras.
Impactos no mercado e nas próximas etapas
Efeitos gastos após a aprovação do banco central
Se aprovado pelo Banco Central, o negócio deve resultar na criação de um conglomerado financeiro mais robusto, com o potencial de competir com bancos privados médios e instituições digitais. A BRB teria um portfólio mais diversificado, incluindo novos canais de crédito, investimentos e produtos destinados a indivíduos e empresas.
Além disso, o Banco Master tem experiência em servir o setor público e estruturar operações financeiras complexas, o que pode contribuir para o fortalecimento da governança e da capacidade operacional do BRB.
Consolidação no setor bancário
O movimento entre BRB e Banco Master segue a tendência de consolidação no setor bancário brasileiro, que nos últimos anos viu fusões, aquisições e parcerias para fortalecer a competitividade diante do crescimento de fintechs e plataformas digitais.
Os especialistas avaliam que o negócio também pode abrir portas para futuras aquisições da BRB, transformando a instituição em um participante mais ativo no mercado nacional de capitais.
Considerações finais
A aprovação da Cade para a compra do BRB Bank pelo BRB marca um passo fundamental em um dos movimentos mais significativos do setor bancário brasileiro em 2025. Apesar das questões levantadas, a opinião legal favorável e a ausência de restrições regulatórias reforçam a viabilidade dos negócios.
Agora, com o processo nas mãos do banco central, o mercado espera o resultado de uma operação que possa redefinir a presença de BRB no cenário nacional. Se a transação for concluída, o Banco Estadual do Distrito Federal não será mais um ator regional para se tornar um protagonista em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado.
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